A rigor, a pergunta do título passa a ser a grande esperança da direita brasileira.
Mas ela depende de outros fatores, além do latifúndio de tempo que o insosso candidato tucano vai dispor nos horários eleitorais.
O primeiro – e óbvio – é que os agentes judiciais do golpe consigam fórmulas e manobras políticas que mantenham Lula reduzido não apenas a não ser candidato mas a comunicar-se exclusivamente por bilhetes e cartas, ou “traduzido” por visitantes limitados.
Mas há outras variáveis importantes.
A mais decisiva é o quanto Henrique Meirelles o pode proteger de ser “o candidato do Temer”, ainda mais depois que o “centrão” recebeu do ocupante do Planalto o mais descarado empurrão na direção do tucano.
Está evidente que Meirelles é um “candidato decorativo”, o que não se sabe é o quanto o é por consentimento próprio.
Trata-se, também, de o quão bem sucedidos serão os esforços para “desinflar” Jair Bolsonaro. Mesmo sem TV – o seu tempo dá para fazer, quando muito, um “Meu nome é Jair” e algum gesto simbólico de sua cruzada armamentista. Não descreia que nessa tarefa as pesquisas não ajudem o plano.
Há, ainda, problemas regionais de complicada solução, porque o ônibus de candidatos ficará lotado e a turma do Centrão vai cobrar caro pelo presente televisivo a Alckmin.
E, afinal, a maior de todas as questões: o que pode escolher Geraldo Alckmin para ser o significado de sua candidatura.
O “preparado para O Brasil”, slogan com que “vende” sua candidatura é, já se viu, fraco demais. Experiência pode ser um atributo desejável, mas reforça apenas o “paulistismo” do candidato, chovendo no molhado.
Depois, em que suas propostas se diferenciam do que temos com Temer: corte de gastos, perda de direitos trabalhistas, privatização, venda das empresas brasileiras?
Alckmin é carente do que mais mobiliza o eleitor brasileiro hoje: que o país volte a viver um tempo de prosperidade e autoestima.
E ele desperta tanto apetite quanto um prato de chuchu.
Que não dá água na boca nem mostrado com as cores da TV, fumegante e decorado.
Considerar apenas o incremento do tempo de TV como o único fator catapultador da candidatura Alckmin é uma análise unilateral. Alckmin está agregando muito mais do que isso. Entre os novos elementos, podemos citar a amplificação gigantesca de cabos eleitorais que passarão a atuar dentro e fora das redes sociais,representados por prefeitos, vereadores e bases vinculadas a esses partidos, que se organizam fisiologicamente não apenas dentro dos poderes legislativos, mas principalmente FORA dos parlamentos, estruturando uma rede de favores, de clientelismo político que ganhou, por exemplo, grande visibilidade no Rio de Janeiro recentemente, motivando o pedido de impeachment de Marcelo Crivela. Mais tarde, tentarei desenvolver melhor,em meu smartphone tela de 4,argumentos que me fazem acreditar, que, em 21 de Julho de 2018, a candidatura mais credenciada para vencer a disputa presidencial, por conta da constituição dessa "Frente Ampla da Direita,Protofascista,Neoliberal e Ruralista", é a de Alckmin. Somente a constituição de uma Frente Ampla, representada por uma candidatura única do campo democrático poderá equilibrar essa balança política-eleitoral. Temo, entretanto, que o exclusivismo e o sectarismo cegos inviabilize a constituição dessa frente indispensável. O nome ideal para disputar a eleição presidencial continua sendo, a meu ver o de Ciro Gomes, e,apesar dos equívocos políticos cometidos por ele, os argumentos de analistas como Breno Altman contra essa opção representam apenas uma forma envergonhada de disfarçar motivações exclusivistas e sectárias em relação a aceitar um nome fora dos quadros do PT para encabeçar a chapa presidencial. Me identifico ideologicamente muito mais com Manuela e Bolois do que com Ciro e até mesmo Lula, sendo Manuela-Bolois,ou vice-versa,a chapa dos meus sonhos. Entretanto, para derrotar os golpistas no plano da realidade,o melhor nome, aquele que pode agregar mais intenções de voto, mais forças políticas e sociais, NO SEGUNDO TURNO, é Ciro Gomes.
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