Por Altamiro Borges
Saiu no blog do jornalista Kennedy Alencar:
O general Richard Nunes, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, disse hoje com todas as letras que não faz sentido manter a intervenção federal no Estado a partir de janeiro. Foi a mais contundente manifestação a respeito da intervenção feita por um alto integrante das Forças Armadas. Os militares consideram que se meteram num atoleiro, numa espécie de Vietnã. No mérito, eles estão certos. Querem dar o fora. Mas a decisão caberá ao poder civil. No caso, ao próximo presidente, na hipótese de Michel Temer não encerrar a intervenção antes do término do seu mandato. É o que Temer deveria fazer, porque a medida não deu certo.
De fato, a presença das tropas do Exército no Rio de Janeiro, com toda sua pirotecnia bélica exibida pela mídia venal, foi um completo fiasco. Ela foi imposta como uma manobra diversionista do governo golpista, que temia a derrota na votação da “reforma” da Previdência. O medo da sociedade diante do aumento da violência também foi utilizado para tentar reanimar o vampiro Michel Temer, que bate recordes de impopularidade. As vozes críticas, que foram abafadas pela imprensa chapa-branca, sempre advertiram que a intervenção militar não teria qualquer eficácia. Pelo contrário: ela tendia a aumentar a violência e desgastar ainda mais a imagem das Forças Armadas.
Estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgado em meados de julho, confirmou o desastre. “Comparando os dados que compõem o indicador ‘letalidade violenta’ de janeiro a maio deste ano, com o mesmo período do ano passado, contatou-se que as mortes violentas subiram em quase todas as regiões do estado. Houve aumento de homicídios dolosos, lesões corporais seguida de morte, latrocínio e autos de resistência. No período de janeiro a maio deste ano, foram registrados 3014 mortes em todo o estado, contra 2958 no ano passado. Uma análise dos números do Instituto denuncia uma explosão de mortes bárbaras no interior do Rio. Foram 827 casos deste tipo - 147 a mais do que no mesmo período do ano passado”, registrou o Jornal do Brasil.
Conforme apontaram vários especialistas ouvidos pela mesma reportagem, esta tragédia já era esperada. “Para o coronel da reserva Robson Rodrigues, ex-chefe do Estado maior da PM e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, os dados comprovam que a estratégia de segurança pública continua equivocada. ‘Os baixos resultados da intervenção expuseram que a repressão sem inteligência não resolve nada. Cresceu o número de operações, mas não o de investigações. Há uma baixa taxa de elucidação de crimes’, critica. ‘Isso se confirma pelo plano estratégico da intervenção, que sequer cita a maior necessidade de investir em perícia’. Para o sociólogo João Trajano Sento Sé, do Laboratório de Análise da Violência, da Uerj, o crescimento de mortes após a intervenção não surpreende. ‘A abordagem da violência só com as ações militares não produz resultados desejáveis. Só se produz mortes’, detona.
Saiu no blog do jornalista Kennedy Alencar:
O general Richard Nunes, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, disse hoje com todas as letras que não faz sentido manter a intervenção federal no Estado a partir de janeiro. Foi a mais contundente manifestação a respeito da intervenção feita por um alto integrante das Forças Armadas. Os militares consideram que se meteram num atoleiro, numa espécie de Vietnã. No mérito, eles estão certos. Querem dar o fora. Mas a decisão caberá ao poder civil. No caso, ao próximo presidente, na hipótese de Michel Temer não encerrar a intervenção antes do término do seu mandato. É o que Temer deveria fazer, porque a medida não deu certo.
De fato, a presença das tropas do Exército no Rio de Janeiro, com toda sua pirotecnia bélica exibida pela mídia venal, foi um completo fiasco. Ela foi imposta como uma manobra diversionista do governo golpista, que temia a derrota na votação da “reforma” da Previdência. O medo da sociedade diante do aumento da violência também foi utilizado para tentar reanimar o vampiro Michel Temer, que bate recordes de impopularidade. As vozes críticas, que foram abafadas pela imprensa chapa-branca, sempre advertiram que a intervenção militar não teria qualquer eficácia. Pelo contrário: ela tendia a aumentar a violência e desgastar ainda mais a imagem das Forças Armadas.
Estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgado em meados de julho, confirmou o desastre. “Comparando os dados que compõem o indicador ‘letalidade violenta’ de janeiro a maio deste ano, com o mesmo período do ano passado, contatou-se que as mortes violentas subiram em quase todas as regiões do estado. Houve aumento de homicídios dolosos, lesões corporais seguida de morte, latrocínio e autos de resistência. No período de janeiro a maio deste ano, foram registrados 3014 mortes em todo o estado, contra 2958 no ano passado. Uma análise dos números do Instituto denuncia uma explosão de mortes bárbaras no interior do Rio. Foram 827 casos deste tipo - 147 a mais do que no mesmo período do ano passado”, registrou o Jornal do Brasil.
Conforme apontaram vários especialistas ouvidos pela mesma reportagem, esta tragédia já era esperada. “Para o coronel da reserva Robson Rodrigues, ex-chefe do Estado maior da PM e doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, os dados comprovam que a estratégia de segurança pública continua equivocada. ‘Os baixos resultados da intervenção expuseram que a repressão sem inteligência não resolve nada. Cresceu o número de operações, mas não o de investigações. Há uma baixa taxa de elucidação de crimes’, critica. ‘Isso se confirma pelo plano estratégico da intervenção, que sequer cita a maior necessidade de investir em perícia’. Para o sociólogo João Trajano Sento Sé, do Laboratório de Análise da Violência, da Uerj, o crescimento de mortes após a intervenção não surpreende. ‘A abordagem da violência só com as ações militares não produz resultados desejáveis. Só se produz mortes’, detona.
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