Por Joaquim Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:
“A equação que soma uma derrota acachapante na eleição presidencial à vitória suada de João Doria na disputa pelo governo de São Paulo resulta na inevitável conclusão de que o PSDB, tal qual o conhecemos, terá acabado a partir de 2019”, afirma.
Daniela Lima cobriu como repórter o PSDB durante bastante tempo, especialmente a campanha de José Serra em 2010. Diz ela:
Doria ascenderá ao comando do estado governado pelos tucanos há mais de duas décadas com o desejo de assumir o controle do partido, modificar seu discurso e, com isso, cacifar-se para a disputa pelo Planalto de 2022.
As pretensões de domar o tucanato passam pelo afastamento de seu outrora padrinho político, o ex-governador Geraldo Alckmin, do comando da sigla.
Com a vitória, Doria concluiu a trajetória de criatura que engoliu o criador.
Continua a repórter:
Na campanha, quando Alckmin amargava índices pífios de intenção de voto na corrida pelo Planalto, foi o primeiro a dizer em alto e bom som que Jair Bolsonaro (PSL) teria vaga garantida no segundo turno após sofrer um atentado.
Quando a previsão ganhou ares de irreversível, declarou apoio ao hoje presidente eleito numa tentativa de surfar a onda de direita inflada por Bolsonaro.
Ela diz que Doria mira agora a candidatura à presidência em 2022. Finaliza:
O tucano, que quer colocar Bruno Araújo (PSDB-PE), seu aliado, no comando do PSDB, precisará ainda conter a possível debandada de quadros que não reconhecem nele um nome identificado com a legenda.
Para chegar ao lugar que almeja, Doria tentará desfigurar e dar novo rosto à sigla. Fará isso buscando o caminho da direita. Resta saber se acertará a dose, dado que a parcela do país que parece se identificar com esse discurso já encontrou no PSL um nome para depositar suas expectativas.
Ela não diz, mas o fim do PSDB é uma obra que começou a ser construída com a campanha de Serra em 2010, quando este adotou temas moralistas como principal bandeira de campanha e abriu espaço para a direita mais extremada se manifestar, especialmente as forças movimentadas pelas lideranças evangélicas.
Em 2014, Aécio Neves completou o serviço.
Era inevitável que uma figura como Doria ganhasse protagonismo.
Personalidades como Franco Montoro e Mário Covas, fundadores do partido, não teriam lugar hoje no PSDB.
Das figuras históricas, restava Fernando Henrique Cardoso, mas este, tal qual foi conhecido um dia, acabou muito antes do partido.
A jornalista Daniela Lima, editora do Painel, é autora do artigo publicado nesta quarta-feira na Folha de S. Paulo, em que analisa como inevitável o fim do PSDB tal qual foi conhecido um dia. Ou seja, nas mãos de Doria, será um partido que disputará com o PSL de Bolsonaro o eleitoral mais à direita. Ela não escreve, mas na legenda não haverá espaço de destaque para nomes como Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Alberto Goldman e até para Geraldo Alckmin.
“A equação que soma uma derrota acachapante na eleição presidencial à vitória suada de João Doria na disputa pelo governo de São Paulo resulta na inevitável conclusão de que o PSDB, tal qual o conhecemos, terá acabado a partir de 2019”, afirma.
Daniela Lima cobriu como repórter o PSDB durante bastante tempo, especialmente a campanha de José Serra em 2010. Diz ela:
Doria ascenderá ao comando do estado governado pelos tucanos há mais de duas décadas com o desejo de assumir o controle do partido, modificar seu discurso e, com isso, cacifar-se para a disputa pelo Planalto de 2022.
As pretensões de domar o tucanato passam pelo afastamento de seu outrora padrinho político, o ex-governador Geraldo Alckmin, do comando da sigla.
Com a vitória, Doria concluiu a trajetória de criatura que engoliu o criador.
Continua a repórter:
Na campanha, quando Alckmin amargava índices pífios de intenção de voto na corrida pelo Planalto, foi o primeiro a dizer em alto e bom som que Jair Bolsonaro (PSL) teria vaga garantida no segundo turno após sofrer um atentado.
Quando a previsão ganhou ares de irreversível, declarou apoio ao hoje presidente eleito numa tentativa de surfar a onda de direita inflada por Bolsonaro.
Ela diz que Doria mira agora a candidatura à presidência em 2022. Finaliza:
O tucano, que quer colocar Bruno Araújo (PSDB-PE), seu aliado, no comando do PSDB, precisará ainda conter a possível debandada de quadros que não reconhecem nele um nome identificado com a legenda.
Para chegar ao lugar que almeja, Doria tentará desfigurar e dar novo rosto à sigla. Fará isso buscando o caminho da direita. Resta saber se acertará a dose, dado que a parcela do país que parece se identificar com esse discurso já encontrou no PSL um nome para depositar suas expectativas.
Ela não diz, mas o fim do PSDB é uma obra que começou a ser construída com a campanha de Serra em 2010, quando este adotou temas moralistas como principal bandeira de campanha e abriu espaço para a direita mais extremada se manifestar, especialmente as forças movimentadas pelas lideranças evangélicas.
Em 2014, Aécio Neves completou o serviço.
Era inevitável que uma figura como Doria ganhasse protagonismo.
Personalidades como Franco Montoro e Mário Covas, fundadores do partido, não teriam lugar hoje no PSDB.
Das figuras históricas, restava Fernando Henrique Cardoso, mas este, tal qual foi conhecido um dia, acabou muito antes do partido.
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