sexta-feira, 25 de maio de 2018

O caos se alastra no Brasil desgovernado

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A turma dos patos amarelos e das camisas da CBF queria tanto o Brasil de volta que eles conseguiram.

Conseguiram quebrar e parar o país que já estava na banguela, passando vergonha há dois anos.

No quarto dia de locaute dos caminhoneiros, o caos se alastra pelas cidades e nos campos, nos portos e aeroportos, nos supermercados e nas fábricas, nas filas de ônibus e nas estradas, por toda parte.

Em 2013, os rebelados insuflados pela mídia e “movimentos apartidários” saíram às ruas por causa do aumento de 20 centavos nas tarifas de ônibus urbanos e, dois anos depois, para pedir o impeachment de Dilma.

Temer e as escolhas que matam

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:

As crises econômicas e as recessões são fenômenos que atormentam as sociedades nesses dois séculos de capitalismo. Causas diversas estão na origem de cada crise e podem ser tratadas de formas diferentes, conforme as distintas correntes de pensamento econômico. O debate acompanha as escolhas de políticas econômicas dos governos e as decisões de empresas, investidores, bancos, entre outros. As sociedades assistem, às vezes participam, mas sempre sofrem as consequências das crises e das medidas tomadas para enfrentá-las. Desdobramentos assombrosos, como guerras, conflitos sociais, empobrecimento e miséria, desemprego, arrocho salarial e fome tecem a teia de mazelas que une cada contexto histórico específico.

Ao negar suspeição, Moro torna-se suspeito

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Sérgio Moro abusou da arrogância, do cinismo e da ironia para negar seu pedido de afastamento, por suspeição, do julgamento da ação penal do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia.

A defesa do Lula entende que é evidente a intimidade do Moro com os tucanos, a tribo político-partidária diretamente interessada em prejudicar Lula, para não dizer aniquilá-lo, inclusive fisicamente.

Na visão dos advogados do Lula, essa intimidade, retratada em animadas fotografias, “é incompatível com a imparcialidade e a independência que se esperam de quem deverá julgar esta causa criminal”.

As trapalhadas no Banco Central

Por Paulo Nogueira Batista Jr., no Jornal GGN:

O que não faz um presidente inepto do Banco Central? Ilan Goldfajn conta com mais de US$ 380 bilhões de reservas internacionais em caixa (herdadas do período Lula/Dilma). A posição de balanço de pagamentos do país é sólida. Antes do início da turbulência no mercado, o estoque de swaps cambiais era de apenas US$ 24 bilhões. Mesmo assim, com todos esses trunfos na mão, o sujeito conseguiu se atrapalhar todo. No primeiro teste a que foi submetido, meteu os pés pelas mãos.

Temer apela para uso da força

Do site Vermelho:

Nesta sexta-feira (25) Michel Temer autorizou o uso das Forças Armadas para desbloquear rodovias ocupadas pela greve dos caminhoneiros, que chegou ao quinto dia. Dirigentes sindicais do setor e parlamentares criticaram a medida, afirmando que Temer apela para o uso da força ignorando as reivindicações dos manifestantes.
 
Caminhoneiros em greve afirmam que não há abusos do movimento e que a posição da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos que fechou acordo na quinta com o governo não reflete a opinião do movimento.

A desastrosa gestão da Petrobras

Por Mauro Santayana, na Rede Brasil Atual:

Nada de novo na forma como o Brasil atual está tratando e vendo a greve convocada pelos caminhoneiros em protesto contra os sucessivos e absurdos aumentos dos combustíveis, que passam de 50% em alguns meses.

O senso comum imposto ininterruptamente a marretadas por uma mídia irresponsável e ideologicamente comprometida e o discurso oficial, mentiroso, hipócrita e mendaz, continuam se apoiando na tese, ou melhor, no conto do vigário, de que a Petrobras teria quebrado em algum momento de sua história devido à política de preços adotada nos governos Lula e Dilma.

Poder imperial não combina com democracia

Por Roberto Amaral, em seu blog:

“(…) juízes não podem, os juízes devem, em cada caso, fazer o que devem fazer – não o que os outros esperam que eles façam”. Roberto Eros Grau, jurista e ministro aposentado do STF.

De disparate em disparate, o Supremo Tribunal Federal vem firmando seu inconstitucional papel legiferante, semeando com sucesso no terreno sulcado pela anomia de um Congresso covardemente omisso.

O jornal O Estado de S.Paulo do último dia 10 diz, em manchete, que o ministro “Toffoli quer restringir [o] foro [privilegiado] ainda mais” (p. A8). Insatisfeito com a rodada constituinte do dia três de maio, quando o pleno do STF decidiu alterar o texto constitucional que disciplinava o chamado “foro privilegiado” para dele excluir parlamentares, o ministro propõe à presidente Cármem Lúcia a edição de súmula vinculante (mecanismo que impede juízes de instâncias inferiores decidir de maneira distinta do STF naquelas questões em que a Corte já tenha firmado entendimento) “para ampliar a restrição do foro privilegiado a todas as autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário nas esferas federal, estadual e municipal”.

Caminhoneiros, Temer e a visita do caos

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O Congresso passou a governar diante da falta de respostas do Governo Temer para os caminhões parados, num misto de greve dos autônomos com lockout das empresas do setor. Na quinta-feira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aprovou dispositivo zerando a incidência de Pis-Cofins sobre o diesel, atropelando literalmente o enviado do Planalto. Ontem quem se vestiu de primeiro-ministro foi o presidente do Senado, Eunício Oliveira, reunindo às pressas os líderes para tentar aprovar a medida hoje. Governo exangue, a direita surfou flertando com soluções autoritárias, e a esquerda faturando a falência do programa do impeachment. Essa crise deixará seus dividendos eleitorais.