sábado, 2 de junho de 2018

A intervenção e o discurso da barbárie

Por Henrique Matthiesen

A contemporaneidade do momento político brasileiro expõe, de forma gritante, o grau de ódio e incivilidade em que coexistimos.

Os ataques ao pouco Estado Democrático de Direito que temos afrontam a memória dos que lutaram pela democracia, assim como insultam os conceitos elementares da existência humana, e ultrajam a própria história do Brasil.

Trágico, patológico e irracional é utilizar-se de direitos democráticos para pedir o seu fim, para suplicar o regime autoritário, para calar os contrários ao seu pensamento.

Temer não renuncia por medo de ser preso

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Com os gigantescos prejuízos causados pela paralisação dos caminhoneiros, setores da mídia e políticos especulam sobre uma iminente queda do presidente Michel Temer. Inclusive porque parcela importante de grandes empresários teria definitivamente perdido a paciência com o “mandatário”. Mas há quem acredite que uma queda de Temer poderia tornar o cenário ainda mais obscuro.

“Michel Temer não tem nenhuma condição de governar o país. A crise dos caminhoneiros revela que hoje o país está acéfalo”, avalia o deputado federal Orlando Silva (PCdoB).

Demissão de Parente: lamentos e alívios

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:


A demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras tem um custo alto mas, apesar dos lamentos, e mesmo do pedido que Temer lhe fez para adiar a saída, tornou-se inevitável depois da greve dos caminhoneiros e trouxe alívio para a área política do governo. Permitirá que agora seja implementada com mais liberdade uma política de preços de combustíveis focada no consumidor. A eleição vem aí. Apoiando uma greve que lhe impôs privações, a população mostrou o tamanho de sua irritação. Tal alívio transpareceu nas entrelinhas de várias declarações.

O novo trabalhador sem classe

Por Rui Fernando Correia Ferreira, na revista Teoria e Debate:

“Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!” Em um grito expresso em seu Manifesto, Karl Marx conclama a unidade do proletariado constituindo as definições teóricas e básicas da luta de classes. Entretanto, existe um perigoso aspecto destrutivo sendo gestado e aplicado nas organizações empresariais por meio da nova era da economia tecnológica e da informação que pode acabar com o reconhecimento das classes. O trabalho imaterial com seus fetiches de uma burocracia flexível que propicia as cooperações entre trabalhadores e apropriação dos seus intelectos para o processo capitalista.

Ninguém aguenta mais: libertem Lula e o Brasil

Por Marcelo Zero

A atual situação de desabastecimento de combustíveis é apenas a face mais evidente da pior crise econômica, social e política da História do Brasil.

Assiste-se, em nosso país, a uma avassaladora devastação social e econômica, que afeta, sobretudo, os mais pobres. O desemprego aumenta em níveis insustentáveis, a pobreza volta a se espalhar pelo Brasil, a subnutrição golpeia de novo as nossas crianças e o país volta a entrar no vergonhoso Mapa da Fome.

A política de preços dos combustíveis

Por José Sérgio Gabrielli, no site da Fundação Maurício Grabois:

A greve dos caminhoneiros e dos petroleiros revelou de forma muito clara as limitações dos princípios fundamentais da atual política econômica: mecanismos de mercado exacerbados, despreocupação com os impactos sociais das políticas e austeridade apenas naquilo que se destinar aos mais pobres. A solução encontrada pelo governo, além de paliativa de curto prazo, é uma bomba de efeito retardado, se os preços internacionais de petróleo não se estabilizarem.

Na Rede Globo a Bahia é branca

Por Pedro Alexandre Sanches, na revista CartaCapital:

Até pareceu que desde sua origem a Rede Globo não elegeu representar brasileiros negros como protagonistas apenas quando produz novelas e séries sobre escravizados ou presidiários.

Nas semanas que antecederam a estreia de Segundo Sol, a nova novela principal da casa, por algum despertar ainda inexplicado, o Movimento Negro conseguiu articular uma reação rumorosa à ausência quase completa de personagens e atores negros numa história sobre axé music ambientada na Bahia.

É o mesmo que já aconteceu em dezenas de novelas com sotaque baiano ou nordestino, mas desta vez não passou batido.

O falso discurso da ditadura sem corrupção

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Se adiantasse alguma coisa para quem parece disposto a urrar, não a pensar, seria boa a leitura da Folha de hoje aos defensores de uma intervenção militar como forma de “restaurar a moralidade” em nosso país.

Afinal, podem não acreditar nos que viveram aqueles tempos mas, canino que é seu comportamento, hão de dar crédito a documentos estrangeiros.

Legado de Parente: desastre para a Petrobras

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Desde que o nome de Pedro Parente foi cogitado para assumir a presidência da Petrobrás, a FUP se posicionou, alertando a sociedade brasileira para os riscos da empresa passar a ser administrada pelo mercado financeiro e não mais pelo Estado. Em carta aos acionistas e ao Conselho de Administração, os petroleiros deixaram claro que o passado de improbidades de Pedro Parente como gestor público não o qualificava para o cargo e denunciaram o Teste de Integridade ao qual foi submetido.

Corrupção e fascismo derrubam Rajoy

Ilustração: Linda Galmor
Por Juan Carlos Osuna, no site Carta Maior:

O socialista Pedro Sánchez, um economista de 46 anos, natural de Madrid, foi eleito como o novo presidente do governo espanhol, em substituição do corrupto e ultra-direitista Mariano Rajoy, o primeiro presidente do país a ser derrubado do poder pela via da moção de censura (processo similar ao impeachment no Brasil), mas não o primeiro corrupto.

A corrupção foi o que detonou a aniquilação política de Rajoy, o sucessor de José María Aznar como impulsor do projeto da ultradireita no comando do governo espanhol. Esse quadro se deve à proliferação asfixiante de dezenas de casos de desvios de recursos públicos, em pequena, média e grande escala, que afetam praticamente a todas as organizações territoriais, governos locais e autonômicos – calcula-se que há mais de mil autoridades regionais envolvidas, com um saldo de bilhões de euros em desfalques.

Globo trata como gênio o vilão da Petrobras

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das coisas mais divertidas de se assistir à GloboNews - se você não for do tipo que se irrita facilmente - é apreciar o mundo paralelo onde vivem Cantanhêde, Valdo Cruz e o resto da turminha.

Segundo esse pessoal, Pedro Parente é um gênio, um gestor incrível que salvou a Petrobras do buraco onde Dilma e Lula a haviam metido.

Cantanhêde o colocou num “dream team” do governo Temer, outra tragédia que ela ajudou a vender.