Editorial do site Vermelho:
A divulgação, quase em tempo real, dos preparativos para uma intervenção comandada pelos Estados Unidos contra o estado soberano da Venezuela ameaça a paz em todo o continente sul-americano. A ação intervencionista anuncia-se travestida de ajuda humanitária, supostamente para amenizar as dificuldades vividas pelo povo venezuelano.
As cargas de trigo e remédios, na verdade, são invólucros de mais uma guerra por petróleo capitaneada por Donald Trump. Tanto é assim que os Estados Unidos deslocaram à região navios de guerra e soldados.
Essa marcha de uma máquina de guerra em direção à Venezuela agride, viola o direito internacional e trata-se de um novo e mais agressivo capítulo da ofensiva do imperialismo estadunidense para extirpar o ciclo de governos patrióticos e populares na América do sul, e, impor governos serviçais do tipo Macri, na Argentina e Bolsonaro no Brasil.
Ademais, essa ameaça de guerra é movida pela necessidade do complexo industrial-militar norte-americano de manter as margens astronômicas de lucratividade. A indústria da guerra se alimenta do imenso orçamento para gastos militares e de defesa nos EUA de US$ 716 bilhões por ano, ou cerca de 3,5% do atual PIB daquele país.
Mas apesar de seus gastos vultosos, a máquina de guerra norte-americana tem encontrado resistência em realizar mais ações no Oriente Médio e Ásia por conta da força militar de Rússia e China, que além de serem potências nucleares, vivem um processo intenso de modernização de suas forças convencionais. E dentro destes limites, os falcões de Washington agora voltam seus olhos para uma dupla oportunidade de manter os negócios andando.
A Venezuela, alvo da vez, tem as maiores reservas de petróleo bruto, com 300 milhões de barris, superando a Arábia Saudita (266 milhões de barris), o Irã (158 milhões de barris) e o Iraque (142 milhões de barris). Ou seja, uma ação militar contra a Venezuela alimentaria a lucratividade do complexo industrial-militar e permitiria aos norte-americanos acesso à maior reserva de petróleo do mundo.
Lamentavelmente, Brasil, sob o comando de Jair Bolsonaro, se curvou às ordens da Casa Branca e atrelou-se a essa provocação de guerra fantasiada de ajuda humanitária.
O Brasil sob o governo Bolsonaro vai se apequenando e transformando-se em caixa de ressonância de ideais que em nada guardam sintonia com a tradição diplomática do Brasil.
O mundo diplomático assiste, surpreso, o comando do Itamaraty, uma instituição construída sob os auspícios do Barão do Rio Branco, ajoelhar-se aos interesses econômicos e militares do governo de Donald Trump. Não bastasse isso, ao ser arrastado à esta aventura temerária, o governo Bolsonaro fere o princípio de respeito à soberania e autodeterminação dos países, consagrados ao longo de mais de um século pela diplomacia brasileira.
A conduta do atual governo agride ainda a Constituição brasileira. O texto constitucional, no artigo 4º, expressa, dentre os princípios que regem a República Federativa do Brasil, a autodeterminação dos povos; a não-intervenção; a igualdade entre os Estados; a defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos.
Caudatário desta agressão a um país soberano, cuja desdobramento poderá levar a um grave conflito militar, o Brasil corre o risco de ser envolvido em uma ação bélica contra um país vizinho. Algo que não acontece há mais de 140 anos, quando ocorreu a Guerra do Paraguai.
Há em curso uma forte pressão de Donald Trump para que o Brasil capitule e ceda o território nacional para operações militares dos Estados Unidos. Se isso vier ocorrer, será um ato de traição à pátria. Uma sujeição inaceitável e desonrosa que ameaçaria a soberania nacional. O país correria um grave risco de ter, em seu solo, tropas uma potência estrangeira que sempre cobiçou a Amazônia brasileira.
A participação do Brasil nesta ação intervencionista tem gerado intenso debate em amplos segmentos da sociedade brasileira. Há contradições inclusive no seio do próprio governo, pondo de um lado o Ministro das Relações Exteriores e de outro a área militar, inclusive o Ministério da Defesa. É preciso que os segmentos democráticos, patrióticos e progressistas se manifestem em defesa de uma solução diplomática, pacífica, para a crise na Venezuela. Solução que respeite a soberania desse país.
É preciso, com a bandeira da paz nas mãos, repudiar e deter essa marcha criminosa que ameaça desencadear conflito bélico que atingirá não apenas a Venezuela, mas a região como um todo.
É preciso pressionar o governo Bolsonaro para que, imediatamente, retire o Brasil dessa aventura perigosa liderada pelos Estados Unidos de Donald Trump. É imperativo exigir que a diplomacia brasileira, fiel a sua trajetória, se empenhe pela paz e por uma solução negociada, que supere o presente impasse.
A divulgação, quase em tempo real, dos preparativos para uma intervenção comandada pelos Estados Unidos contra o estado soberano da Venezuela ameaça a paz em todo o continente sul-americano. A ação intervencionista anuncia-se travestida de ajuda humanitária, supostamente para amenizar as dificuldades vividas pelo povo venezuelano.
As cargas de trigo e remédios, na verdade, são invólucros de mais uma guerra por petróleo capitaneada por Donald Trump. Tanto é assim que os Estados Unidos deslocaram à região navios de guerra e soldados.
Essa marcha de uma máquina de guerra em direção à Venezuela agride, viola o direito internacional e trata-se de um novo e mais agressivo capítulo da ofensiva do imperialismo estadunidense para extirpar o ciclo de governos patrióticos e populares na América do sul, e, impor governos serviçais do tipo Macri, na Argentina e Bolsonaro no Brasil.
Ademais, essa ameaça de guerra é movida pela necessidade do complexo industrial-militar norte-americano de manter as margens astronômicas de lucratividade. A indústria da guerra se alimenta do imenso orçamento para gastos militares e de defesa nos EUA de US$ 716 bilhões por ano, ou cerca de 3,5% do atual PIB daquele país.
Mas apesar de seus gastos vultosos, a máquina de guerra norte-americana tem encontrado resistência em realizar mais ações no Oriente Médio e Ásia por conta da força militar de Rússia e China, que além de serem potências nucleares, vivem um processo intenso de modernização de suas forças convencionais. E dentro destes limites, os falcões de Washington agora voltam seus olhos para uma dupla oportunidade de manter os negócios andando.
A Venezuela, alvo da vez, tem as maiores reservas de petróleo bruto, com 300 milhões de barris, superando a Arábia Saudita (266 milhões de barris), o Irã (158 milhões de barris) e o Iraque (142 milhões de barris). Ou seja, uma ação militar contra a Venezuela alimentaria a lucratividade do complexo industrial-militar e permitiria aos norte-americanos acesso à maior reserva de petróleo do mundo.
Lamentavelmente, Brasil, sob o comando de Jair Bolsonaro, se curvou às ordens da Casa Branca e atrelou-se a essa provocação de guerra fantasiada de ajuda humanitária.
O Brasil sob o governo Bolsonaro vai se apequenando e transformando-se em caixa de ressonância de ideais que em nada guardam sintonia com a tradição diplomática do Brasil.
O mundo diplomático assiste, surpreso, o comando do Itamaraty, uma instituição construída sob os auspícios do Barão do Rio Branco, ajoelhar-se aos interesses econômicos e militares do governo de Donald Trump. Não bastasse isso, ao ser arrastado à esta aventura temerária, o governo Bolsonaro fere o princípio de respeito à soberania e autodeterminação dos países, consagrados ao longo de mais de um século pela diplomacia brasileira.
A conduta do atual governo agride ainda a Constituição brasileira. O texto constitucional, no artigo 4º, expressa, dentre os princípios que regem a República Federativa do Brasil, a autodeterminação dos povos; a não-intervenção; a igualdade entre os Estados; a defesa da paz e a solução pacífica dos conflitos.
Caudatário desta agressão a um país soberano, cuja desdobramento poderá levar a um grave conflito militar, o Brasil corre o risco de ser envolvido em uma ação bélica contra um país vizinho. Algo que não acontece há mais de 140 anos, quando ocorreu a Guerra do Paraguai.
Há em curso uma forte pressão de Donald Trump para que o Brasil capitule e ceda o território nacional para operações militares dos Estados Unidos. Se isso vier ocorrer, será um ato de traição à pátria. Uma sujeição inaceitável e desonrosa que ameaçaria a soberania nacional. O país correria um grave risco de ter, em seu solo, tropas uma potência estrangeira que sempre cobiçou a Amazônia brasileira.
A participação do Brasil nesta ação intervencionista tem gerado intenso debate em amplos segmentos da sociedade brasileira. Há contradições inclusive no seio do próprio governo, pondo de um lado o Ministro das Relações Exteriores e de outro a área militar, inclusive o Ministério da Defesa. É preciso que os segmentos democráticos, patrióticos e progressistas se manifestem em defesa de uma solução diplomática, pacífica, para a crise na Venezuela. Solução que respeite a soberania desse país.
É preciso, com a bandeira da paz nas mãos, repudiar e deter essa marcha criminosa que ameaça desencadear conflito bélico que atingirá não apenas a Venezuela, mas a região como um todo.
É preciso pressionar o governo Bolsonaro para que, imediatamente, retire o Brasil dessa aventura perigosa liderada pelos Estados Unidos de Donald Trump. É imperativo exigir que a diplomacia brasileira, fiel a sua trajetória, se empenhe pela paz e por uma solução negociada, que supere o presente impasse.
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