Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
É muito raro que ocorram, na política, movimentos sem consequência.
Ontem, Jair Bolsonaro fez vários, todos na mesma direção e, certamente, haverá quem os leia com seu efetivo significado.
O primeiro, na substituição do insustentável Ricardo Vélez, em que poderia ter apontado para uma abertura para fora do círculo estreito do bolsonarismo mais radical. Não o fez, manteve a extrema-direita no controle da pasta, sossegou o olavismo e o liberou para continuar fustigando os militares. Ontem, Olavo de Carvalho recebeu Marco Feliciano, que ameaça pedir o impeachment de Hamílton Mourão por “traição” a Bolsonaro.
Os dois outros foram à noite, na entrevista que deu para a emissora oficial do governo, a Jovem Pan. Começou com uma pergunta de saída fácil – “é muito cedo para pensar em sucessão” e disse que “é grande a pressão” para que se candidate à reeleição.
Como em lugar nenhum se viu esta “pressão” e as pesquisas, ao contrário, apontam-lhe crescente rejeição e não aclamação uníssona, “Bolsonaro 2022” (ou até um Bolso Forever, autoritário), este movimento, se existe, é interno, de seu próprio grupo.
O mais provável é que seja, mesmo, um sinal, quase um rosnado, para que Rodrigo Maia e a João Dória “se comportem”. Dória, recordem-se, ofereceu-se como cabo eleitoral de Bolsonaro no ano passado e foi recusado.
Outro recado foi o que deu ao afirmar que deve ao filho Carlos e seu papel de incendiário das mídias sociais a sua eleição ao governo e que este “merecia estar no Ministério”. Como, pela legislação vigente, isto é impossível, a declaração equivale à sua designação como “Ministro ad hoc” do governo.
E isso significa que não mudará o seu perfil de “tuiteiro radical”, confrontador e sectário. Bolsonaro “Paz e Amor” é apenas uma fantasia ocasional e cada vez mais alegórica, porque nela já quase ninguém acredita no meio político.
A “mulheres de malandro” no parlamento são malandras o suficiente para cobrarem caro por cada bofetão.
É muito raro que ocorram, na política, movimentos sem consequência.
Ontem, Jair Bolsonaro fez vários, todos na mesma direção e, certamente, haverá quem os leia com seu efetivo significado.
O primeiro, na substituição do insustentável Ricardo Vélez, em que poderia ter apontado para uma abertura para fora do círculo estreito do bolsonarismo mais radical. Não o fez, manteve a extrema-direita no controle da pasta, sossegou o olavismo e o liberou para continuar fustigando os militares. Ontem, Olavo de Carvalho recebeu Marco Feliciano, que ameaça pedir o impeachment de Hamílton Mourão por “traição” a Bolsonaro.
Os dois outros foram à noite, na entrevista que deu para a emissora oficial do governo, a Jovem Pan. Começou com uma pergunta de saída fácil – “é muito cedo para pensar em sucessão” e disse que “é grande a pressão” para que se candidate à reeleição.
Como em lugar nenhum se viu esta “pressão” e as pesquisas, ao contrário, apontam-lhe crescente rejeição e não aclamação uníssona, “Bolsonaro 2022” (ou até um Bolso Forever, autoritário), este movimento, se existe, é interno, de seu próprio grupo.
O mais provável é que seja, mesmo, um sinal, quase um rosnado, para que Rodrigo Maia e a João Dória “se comportem”. Dória, recordem-se, ofereceu-se como cabo eleitoral de Bolsonaro no ano passado e foi recusado.
Outro recado foi o que deu ao afirmar que deve ao filho Carlos e seu papel de incendiário das mídias sociais a sua eleição ao governo e que este “merecia estar no Ministério”. Como, pela legislação vigente, isto é impossível, a declaração equivale à sua designação como “Ministro ad hoc” do governo.
E isso significa que não mudará o seu perfil de “tuiteiro radical”, confrontador e sectário. Bolsonaro “Paz e Amor” é apenas uma fantasia ocasional e cada vez mais alegórica, porque nela já quase ninguém acredita no meio político.
A “mulheres de malandro” no parlamento são malandras o suficiente para cobrarem caro por cada bofetão.
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