Por Renato Rovai, em seu blog:
Depois da CPI que levou ao impeachment de Fernando Collor o jornalismo político cunhou como tese implacável a frase: você não sabe como uma CPI começa, mas sabe como termina. Como se todas levassem um governo à breca. FHC fugiu das CPIs como o diabo da cruz. Lula as enfrentou e terminou seu segundo governo com 87% de ótimo e bom.
Digo isso para registrar que toda regra tem exceção, mas a lógica diz que um governo não se sustenta muito tempo quando entra em fogo cruzado. Mesmo que ainda não esteja vivendo uma CPI.
E este 15M colocou Bolsonaro no pior dos cenários possíveis para quem mal passou de 100 dias à frente do Executivo.
Seguimos com a lista de sete fatos só deste 15M que indicam um caminho de isolamento e fim de governo.
1) Imaginava-se que os protestos de rua seriam grandes, mas eles foram gigantes e movimentaram centenas de cidades. Até o MBL se rendeu a eles, dizendo que furaram a bolha.
2) Imaginava-se que a Globo faria uma cobertura razoável, mas ela foi excessivamente correta com o tamanho dos atos. A GloboNews dividiu a tela entre protestos e a fala do ministro da Educação. E o Jornal Nacional fez um giro pelo país mostrando a dimensão do que aconteceu. Nada de registros frios. Uma clara declaração de guerra ao governo.
3) Imaginava-se que o ministro da Educação se sairia mal no Congresso, mas não que seria humilhado da forma que foi. E tratado sem a menor cerimônia pelos parlamentares.
4) Imaginava-se que Bolsonaro pagaria um mico ao viajar para Dallas, mas não que fosse chamado de bicão por Bush.
5) Imaginava-se que a denúncia contra Flávio Bolsonaro era pesada, mas não que ele tivesse comprado e vendido 19 apartamentos em 7 anos e fosse acusado de chefiar uma organização criminosa.
6) Imaginava-se que qualquer veículo pudesse publicar um escândalo deste porte contra a família Bozo, mas nunca imaginaria-se que isso sairia na Veja.
7) Imaginava-se que o PIB do primeiro trimestre deste governo seria ruim, mas não se imaginava que seria negativo.
E fora esses sete pontos, a UNE já convocou novos atos para o dia 30. Ou seja, isso indica mais mobilizações que podem levar outras categorias a se juntarem, tornando os protestos ainda maiores.
A verdade é que a tsunami do 15M prevista pelo presidente virou chuva ácida. E seu governo apodreceu antes de madurar. Entrou em estado terminal. Pode sobreviver? Pode. Mas se isso acontecer será um governo em estado vegetativo.
Depois da CPI que levou ao impeachment de Fernando Collor o jornalismo político cunhou como tese implacável a frase: você não sabe como uma CPI começa, mas sabe como termina. Como se todas levassem um governo à breca. FHC fugiu das CPIs como o diabo da cruz. Lula as enfrentou e terminou seu segundo governo com 87% de ótimo e bom.
Digo isso para registrar que toda regra tem exceção, mas a lógica diz que um governo não se sustenta muito tempo quando entra em fogo cruzado. Mesmo que ainda não esteja vivendo uma CPI.
E este 15M colocou Bolsonaro no pior dos cenários possíveis para quem mal passou de 100 dias à frente do Executivo.
Seguimos com a lista de sete fatos só deste 15M que indicam um caminho de isolamento e fim de governo.
1) Imaginava-se que os protestos de rua seriam grandes, mas eles foram gigantes e movimentaram centenas de cidades. Até o MBL se rendeu a eles, dizendo que furaram a bolha.
2) Imaginava-se que a Globo faria uma cobertura razoável, mas ela foi excessivamente correta com o tamanho dos atos. A GloboNews dividiu a tela entre protestos e a fala do ministro da Educação. E o Jornal Nacional fez um giro pelo país mostrando a dimensão do que aconteceu. Nada de registros frios. Uma clara declaração de guerra ao governo.
3) Imaginava-se que o ministro da Educação se sairia mal no Congresso, mas não que seria humilhado da forma que foi. E tratado sem a menor cerimônia pelos parlamentares.
4) Imaginava-se que Bolsonaro pagaria um mico ao viajar para Dallas, mas não que fosse chamado de bicão por Bush.
5) Imaginava-se que a denúncia contra Flávio Bolsonaro era pesada, mas não que ele tivesse comprado e vendido 19 apartamentos em 7 anos e fosse acusado de chefiar uma organização criminosa.
6) Imaginava-se que qualquer veículo pudesse publicar um escândalo deste porte contra a família Bozo, mas nunca imaginaria-se que isso sairia na Veja.
7) Imaginava-se que o PIB do primeiro trimestre deste governo seria ruim, mas não se imaginava que seria negativo.
E fora esses sete pontos, a UNE já convocou novos atos para o dia 30. Ou seja, isso indica mais mobilizações que podem levar outras categorias a se juntarem, tornando os protestos ainda maiores.
A verdade é que a tsunami do 15M prevista pelo presidente virou chuva ácida. E seu governo apodreceu antes de madurar. Entrou em estado terminal. Pode sobreviver? Pode. Mas se isso acontecer será um governo em estado vegetativo.
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