Por Altamiro Borges
Quando a jornalista Mônica Bergamo postou a bombástica nota sobre o cachê pago pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) ao pastor do powerpoint Deltan Dallagnol – R$ 30 mil, mais direito à diversão de toda família no luxuoso Beach Park –, os bolsonaristas mais tapados ficaram irritados, histéricos. Espalharam novamente pelas redes sociais que a colunista da Folha é comunista, inimiga da midiática Lava-Jato e do “mito” Jair Bolsonaro – que deve muito da sua eleição às pirotecnias e abusos de autoridade de Sergio Moro e do seu procurador-capacho. Agora, porém, a própria entidade patronal confirma o pagamento do “cachezinho” e a gentil doação do passeio no parque.
Segundo informa Eliomar de Lima no jornal cearense O Povo, “o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, recebeu um cachê de R$ 30 mil para dar palestra, ano passado, no projeto Ideias em Debate, uma promoção da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec)... O procurador também se hospedou no hotel do Beach Park, confirma a diretoria da Fiec. Dallagnol foi contratado via Centro Industrial do Ceará (CIC) para esse encontro com o empresariado, onde expôs a luta contra a corrupção, tocada pelo grupo de procuradores de Curitiba, tendo à frente o então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança”.
A situação do avarento e egocêntrico Deltan Dallagnol, que além de palestrante também é metido a pastor neopentecostal, vai se complicando a cada dia que passa. Até o Conselho Nacional do Ministério Público, que sempre deu guarita aos seus abusos de autoridade e às suas encenações infantis, está sendo forçado a mudar de atitude. Na terça-feira, a Corregedoria Nacional do Ministério Público anunciou que irá investigar as palestras dadas pelo chefete da Lava-Jato. A decisão, assinada pelo corregedor Orlando Rochadel, determina a instauração de reclamação disciplinar e dá prazo de dez dias para que Deltan Dallagnol e seu “sócio”, Roberson Pozzobon, se expliquem.
O despacho cita mensagens trocadas entre os membros da Lava-Jato que “revelariam que os citados teriam se articulado para obter lucro mediante a realização de palestras pagas e obtidas com o uso de seus cargos públicos... Tais palestras teriam se dado em parceria com empresas privadas, com quem dividiram valores”. O próprio corregedor admite que “a ampla repercussão nacional demanda atuação da Corregedoria Nacional... A imagem social do Ministério Público deve ser resguardada e a sociedade deve ter a plena convicção de que os membros do Ministério Público se pautam pela plena legalidade, mantendo a imparcialidade e relações impessoais com os demais poderes constituídos”.
Se seguir à risca esses princípios – tão bonitos no papel, mas que nunca foram aplicados pela midiática Lava-Jato –, Deltan Dallagnol e outros “conjes” da República de Curitiba deverão sofrer severas punições. Afinal, com seus abusos de autoridade, conluios e “cachezinhos”, eles estupraram a frágil democracia brasileira – ajudando a promover o golpe do impeachment de Dilma Rousseff, a prisão política do ex-presidente Lula e a chegada ao poder de milicianos fascistas e laranjas de Jair Bolsonaro – e ajudaram a afundar a economia, com a destruição de estatais e de empresas de ponta na indústria naval, na construção civil e outros ramos.
Em tempo: Para quem perdeu a bombástica notinha de Mônica Bergamo, reproduzo abaixo:
*****
O procurador Deltan Dallagnol pediu passagem e hospedagem no parque aquático Beach Park para ele, a mulher e os dois filhos como condição para dar palestra sobre combate à corrupção na Fiec (Federação das Indústrias do Ceará), em julho de 2017. E cobrou cachê.
TODOS NÓS
Ele discutiu o assunto num diálogo com a mulher obtido pelo The Intercept Brasil e analisado pelo site e pela Folha. “Posso pegar [a data de] 20/7 e condicionar ao pagamento de hotel e de passagens pra todos nós”, disse Dallagnol a ela.
VALE A PENA
Um mês depois, o procurador fez propaganda da Fiec para convencer o então juiz Sergio Moro a aceitar um convite da entidade.
DELÍCIA
“Eu pedi pra pagarem passagens pra mim e família e estadia no Beach Park. As crianças adoraram”, disse Dallagnol. “Além disso, eles pagaram um valor significativo, perto de uns 30k [R$ 30 mil]. Fica para você avaliar.”
SINAL VERDE
Na conversa com Moro, Dallagnol festejou ainda o fato de não ter sofrido punição de órgãos de fiscalização por dar palestras.
SINAL VERDE 2
“Não sei se você viu, mas as duas corregedorias —[do] MPF [Ministério Público Federal] e [do] CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]— arquivaram os questionamentos sobre minhas palestras dizendo que são plenamente regulares”, disse.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2019/07/bolsonaro-diz-que-indicacao-de-procurador-geral-vai-surpreender.shtml
Quando a jornalista Mônica Bergamo postou a bombástica nota sobre o cachê pago pela Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) ao pastor do powerpoint Deltan Dallagnol – R$ 30 mil, mais direito à diversão de toda família no luxuoso Beach Park –, os bolsonaristas mais tapados ficaram irritados, histéricos. Espalharam novamente pelas redes sociais que a colunista da Folha é comunista, inimiga da midiática Lava-Jato e do “mito” Jair Bolsonaro – que deve muito da sua eleição às pirotecnias e abusos de autoridade de Sergio Moro e do seu procurador-capacho. Agora, porém, a própria entidade patronal confirma o pagamento do “cachezinho” e a gentil doação do passeio no parque.
Segundo informa Eliomar de Lima no jornal cearense O Povo, “o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, recebeu um cachê de R$ 30 mil para dar palestra, ano passado, no projeto Ideias em Debate, uma promoção da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec)... O procurador também se hospedou no hotel do Beach Park, confirma a diretoria da Fiec. Dallagnol foi contratado via Centro Industrial do Ceará (CIC) para esse encontro com o empresariado, onde expôs a luta contra a corrupção, tocada pelo grupo de procuradores de Curitiba, tendo à frente o então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança”.
A situação do avarento e egocêntrico Deltan Dallagnol, que além de palestrante também é metido a pastor neopentecostal, vai se complicando a cada dia que passa. Até o Conselho Nacional do Ministério Público, que sempre deu guarita aos seus abusos de autoridade e às suas encenações infantis, está sendo forçado a mudar de atitude. Na terça-feira, a Corregedoria Nacional do Ministério Público anunciou que irá investigar as palestras dadas pelo chefete da Lava-Jato. A decisão, assinada pelo corregedor Orlando Rochadel, determina a instauração de reclamação disciplinar e dá prazo de dez dias para que Deltan Dallagnol e seu “sócio”, Roberson Pozzobon, se expliquem.
O despacho cita mensagens trocadas entre os membros da Lava-Jato que “revelariam que os citados teriam se articulado para obter lucro mediante a realização de palestras pagas e obtidas com o uso de seus cargos públicos... Tais palestras teriam se dado em parceria com empresas privadas, com quem dividiram valores”. O próprio corregedor admite que “a ampla repercussão nacional demanda atuação da Corregedoria Nacional... A imagem social do Ministério Público deve ser resguardada e a sociedade deve ter a plena convicção de que os membros do Ministério Público se pautam pela plena legalidade, mantendo a imparcialidade e relações impessoais com os demais poderes constituídos”.
Se seguir à risca esses princípios – tão bonitos no papel, mas que nunca foram aplicados pela midiática Lava-Jato –, Deltan Dallagnol e outros “conjes” da República de Curitiba deverão sofrer severas punições. Afinal, com seus abusos de autoridade, conluios e “cachezinhos”, eles estupraram a frágil democracia brasileira – ajudando a promover o golpe do impeachment de Dilma Rousseff, a prisão política do ex-presidente Lula e a chegada ao poder de milicianos fascistas e laranjas de Jair Bolsonaro – e ajudaram a afundar a economia, com a destruição de estatais e de empresas de ponta na indústria naval, na construção civil e outros ramos.
Em tempo: Para quem perdeu a bombástica notinha de Mônica Bergamo, reproduzo abaixo:
*****
O procurador Deltan Dallagnol pediu passagem e hospedagem no parque aquático Beach Park para ele, a mulher e os dois filhos como condição para dar palestra sobre combate à corrupção na Fiec (Federação das Indústrias do Ceará), em julho de 2017. E cobrou cachê.
TODOS NÓS
Ele discutiu o assunto num diálogo com a mulher obtido pelo The Intercept Brasil e analisado pelo site e pela Folha. “Posso pegar [a data de] 20/7 e condicionar ao pagamento de hotel e de passagens pra todos nós”, disse Dallagnol a ela.
VALE A PENA
Um mês depois, o procurador fez propaganda da Fiec para convencer o então juiz Sergio Moro a aceitar um convite da entidade.
DELÍCIA
“Eu pedi pra pagarem passagens pra mim e família e estadia no Beach Park. As crianças adoraram”, disse Dallagnol. “Além disso, eles pagaram um valor significativo, perto de uns 30k [R$ 30 mil]. Fica para você avaliar.”
SINAL VERDE
Na conversa com Moro, Dallagnol festejou ainda o fato de não ter sofrido punição de órgãos de fiscalização por dar palestras.
SINAL VERDE 2
“Não sei se você viu, mas as duas corregedorias —[do] MPF [Ministério Público Federal] e [do] CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público]— arquivaram os questionamentos sobre minhas palestras dizendo que são plenamente regulares”, disse.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2019/07/bolsonaro-diz-que-indicacao-de-procurador-geral-vai-surpreender.shtml
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