quarta-feira, 21 de agosto de 2019

O apagão ambiental de Bolsonaro

Por Gilberto Maringoni

A noite precoce desta segunda-feira jogou a questão ambiental - algo propagado como exotismo neohippie - na cara de todos, como uma bofetada.

O Brasil viveu neste 19 de agosto seu apagão ambiental. É uma tragédia ainda mais dramática que o apagão energético de 11 de março de 1999, quando 18 estados ficaram no escuro.

A grande São Paulo conheceu a escuridão a partir do meio de uma tarde cinzenta e chuvosa.

Fumaças de incêndios florestais do Norte e do Centro-oeste cobriram um pedaço do Sudeste com a fuligem de um país em combustão.

O caos gerado pelas privatizações de FHC no sistema elétrico, duas décadas atrás, não nasceu de um dia para o outro.

Foi laboriosamente construído com a irresponsabilidade ultraliberal que entregou um dos mais eficientes e baratos sistemas do mundo à sanha do mercado.

Eram puras operações financeiras, em que fundos estrangeiros arremataram empresas com moedas podres e financiamentos do BNDES e fizeram explodir seus ganhos especulativos.

A falta de investimentos desligou as redes.

O apagão ambiental também não começa hoje e tem igualmente origem nas engrenagens do mercado turbinado.

As queimadas se expandiram de forma alucinante nos últimos três anos, com destaque para a devastação, a piromania e o liberou geral promovidos pelo bando de milicianos em aliança com a banda podre das forças armadas e os pistoleiros das finanças que chegaram à Esplanada.

A noite precoce desta segunda-feira jogou a questão ambiental – algo propagado como exotismo neohippie – na cara de todos, como uma bofetada.

É preciso deter o furor incendiário contra o país.

O apagão ambiental condensa especulação, entreguismo, predação, ganância, combate à ciência, concentração fundiária, violência, destruição e pregação do caos.

Que o apagão de Bolsonaro seja o início do apagão de seu nefasto governo.

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