Por Bepe Damasco, em seu blog:
Durante os governos Lula e Dilma foi concebida e entrou em vigor a Estratégia Nacional de Defesa, precedida por um debate que envolveu representantes do governo, das forças armadas, do Congresso Nacional e da sociedade.
Também foi na era petista que a alarmante falta de recursos e estrutura nos quartéis teve fim. Com uma dotação orçamentária maior, a tropa deixou de ser dispensada mais cedo e folgar em dias de semana devido à falta de dinheiro até mesmo para o “rancho”, a comida dos soldados. Essa realidade, quem diria, volta a assombrar os militares em 2019, justamente num governo chefiado por um capitão da reserva e repleto de generais.
O valor do soldo dos militares, congelado por FHC ao longo de praticamente oito anos, teve sob Lula e Dilma aumentos reais substanciais, elevando o padrão de vida de praças e oficiais.
A despeito de ainda persistirem nas três forças um considerável déficit tecnológico e uma quantidade insuficiente de armamentos de última geração, Lula e Dilma investiram mais do que qualquer outro governo na história para a superação deste quadro. A destinação crescente de verbas para o projeto de construção de um submarino de propulsão nuclear e a compra de 36 caças suecos Gripen – antiga reivindicação da FAB- são apenas dois exemplos da sensibilidade do PT para a causa da modernização das forças armadas.
Mas aí, coerente com sua trajetória de luta em defesa da liberdade e da democracia, a presidenta Dilma cria a Comissão Nacional da Verdade. Para seguir adiante, o Brasil clamava por revolver as entranhas de sua história e era dever do Estado com os familiares de mortos e desaparecidos desvendar as circunstâncias do assassinato de seus entes-queridos.
Isso bastou para saltar a veia antidemocrática da caserna temporariamente contida. E olha que no Brasil, ao contrário dos vizinhos do Cone Sul que julgaram e prenderam os ditadores, a lei da anistia garante a impunidade dos agentes do Estado envolvidos até em crimes lesa-humanidade, como a tortura.
Dá-se então que o discurso dos generais voltado para o profissionalismo e o respeito à Constituição vira mero recurso retórico. Chegara a hora de dar o troco na sociedade pela perda de narrativa sobre os 21 anos que se seguiram ao golpe de 1964. A mágoa e o complexo causados pelas fartas evidências e provas de que os militares participaram de graves violações dos direitos humanos, vindas à tona no período da redemocratização e contadas em detalhes pela Comissão da Verdade décadas depois, criaram terreno fértil para que o antipetismo mais tosco e irracional vicejasse entre os militares, especialmente os de alta patente.
Eis que passa o cavalo encilhado de um capitão da reserva, um completo idiota de fortes convicções fascistas. Sequiosos pelo poder e inebriados pela proposta de Bolsonaro de reescrever a história, os fardados não hesitam em montá-lo. Eles que tanto se queixaram de revanchismo viam no lombo do colega, que foi convidado a deixar o Exército por planejar explodir bombas em quartéis, a chance da revanche contra a esquerda, os democratas, os artistas, os intelectuais, os cientistas, os professores, parte da imprensa, os estudantes, os lutadores sociais e políticos.
Para agradar ao Deus Mercado, deixam no passado sua tradição nacionalista e se transformam em sinônimo de entreguismo. Pouco importa se a liquidação do patrimônio público se dê em áreas e empresas estratégicas, como a Embraer, a Petrobras e a Eletrobrás. Pouco importa se uma base aérea for cedida aos americanos. Pouco importa que seu comandante em chefe bata continência para a bandeira dos Estados Unidos.
Hoje assistem calados à destruição do Brasil e aos vexames nacionais e internacionais do imbecil que ostenta a faixa presidencial. De quebra, engolem em seco a promiscuidade do clã Bolsonaro com bandidos milicianos. Relegados à condição de sócios de segunda classe de um governo desmoralizado no mundo inteiro e visto como pária internacional, os militares mostram que nada aprenderam com as lições da história, que desta vez lhes cobrará um preço ainda maior. Pode ser que daqui a um século refaçam sua imagem.
Durante os governos Lula e Dilma foi concebida e entrou em vigor a Estratégia Nacional de Defesa, precedida por um debate que envolveu representantes do governo, das forças armadas, do Congresso Nacional e da sociedade.
Também foi na era petista que a alarmante falta de recursos e estrutura nos quartéis teve fim. Com uma dotação orçamentária maior, a tropa deixou de ser dispensada mais cedo e folgar em dias de semana devido à falta de dinheiro até mesmo para o “rancho”, a comida dos soldados. Essa realidade, quem diria, volta a assombrar os militares em 2019, justamente num governo chefiado por um capitão da reserva e repleto de generais.
O valor do soldo dos militares, congelado por FHC ao longo de praticamente oito anos, teve sob Lula e Dilma aumentos reais substanciais, elevando o padrão de vida de praças e oficiais.
A despeito de ainda persistirem nas três forças um considerável déficit tecnológico e uma quantidade insuficiente de armamentos de última geração, Lula e Dilma investiram mais do que qualquer outro governo na história para a superação deste quadro. A destinação crescente de verbas para o projeto de construção de um submarino de propulsão nuclear e a compra de 36 caças suecos Gripen – antiga reivindicação da FAB- são apenas dois exemplos da sensibilidade do PT para a causa da modernização das forças armadas.
Mas aí, coerente com sua trajetória de luta em defesa da liberdade e da democracia, a presidenta Dilma cria a Comissão Nacional da Verdade. Para seguir adiante, o Brasil clamava por revolver as entranhas de sua história e era dever do Estado com os familiares de mortos e desaparecidos desvendar as circunstâncias do assassinato de seus entes-queridos.
Isso bastou para saltar a veia antidemocrática da caserna temporariamente contida. E olha que no Brasil, ao contrário dos vizinhos do Cone Sul que julgaram e prenderam os ditadores, a lei da anistia garante a impunidade dos agentes do Estado envolvidos até em crimes lesa-humanidade, como a tortura.
Dá-se então que o discurso dos generais voltado para o profissionalismo e o respeito à Constituição vira mero recurso retórico. Chegara a hora de dar o troco na sociedade pela perda de narrativa sobre os 21 anos que se seguiram ao golpe de 1964. A mágoa e o complexo causados pelas fartas evidências e provas de que os militares participaram de graves violações dos direitos humanos, vindas à tona no período da redemocratização e contadas em detalhes pela Comissão da Verdade décadas depois, criaram terreno fértil para que o antipetismo mais tosco e irracional vicejasse entre os militares, especialmente os de alta patente.
Eis que passa o cavalo encilhado de um capitão da reserva, um completo idiota de fortes convicções fascistas. Sequiosos pelo poder e inebriados pela proposta de Bolsonaro de reescrever a história, os fardados não hesitam em montá-lo. Eles que tanto se queixaram de revanchismo viam no lombo do colega, que foi convidado a deixar o Exército por planejar explodir bombas em quartéis, a chance da revanche contra a esquerda, os democratas, os artistas, os intelectuais, os cientistas, os professores, parte da imprensa, os estudantes, os lutadores sociais e políticos.
Para agradar ao Deus Mercado, deixam no passado sua tradição nacionalista e se transformam em sinônimo de entreguismo. Pouco importa se a liquidação do patrimônio público se dê em áreas e empresas estratégicas, como a Embraer, a Petrobras e a Eletrobrás. Pouco importa se uma base aérea for cedida aos americanos. Pouco importa que seu comandante em chefe bata continência para a bandeira dos Estados Unidos.
Hoje assistem calados à destruição do Brasil e aos vexames nacionais e internacionais do imbecil que ostenta a faixa presidencial. De quebra, engolem em seco a promiscuidade do clã Bolsonaro com bandidos milicianos. Relegados à condição de sócios de segunda classe de um governo desmoralizado no mundo inteiro e visto como pária internacional, os militares mostram que nada aprenderam com as lições da história, que desta vez lhes cobrará um preço ainda maior. Pode ser que daqui a um século refaçam sua imagem.
A esquerda de modo geral e o PT em particular nunca entendeu ou quis entender como funciona a cabeça dos militares brasileiros, que são movidos por uma ideologia profunda de cunho neoliberal rastaquera (de senso comum, raso e simplista) - resultado da grade de seus cursos de estado-maior. Presos numa lógica de Guerra Fria até hoje, ainda acreditam em luta contra o comunismo. Após 13 anos no poder, o PT não atuou sobre as escolas de formação de militares ou sobre o processo de escolha dos generais e dá sinais de que continua sem entender a "lógica" do pessoal fardado. As últimas entrevistas de Lula indicam isso claramente. Todos, absolutamente todos, os generais do alto comando em 2016, ano do golpe, chegaram ao último posto durante os governos do PT. É preciso que as FA deixem de ser um obstáculo ao avanço da Democracia e isso não será feito com papinho no final da tarde, como houve entre Haddad e Villas Bôas na campanha presidencial de 2018, ou buscando "convencer" e "não mandar" como disse Celso Amorim quando Ministro da Defesa. Isso só ocorrerá de cima para baixo e de fora para dentro. Esperar que algo de viés democrático brote de dentro das FA de forma espontânea é desconhecer a lógica militar e a História desse país. É, acima de tudo, perigoso.
ResponderExcluirQuem apoia um imbecil imbecis, são . Estão totslmente desmoralizados assim como a justiça, supremo . Creio que dentro dessas instituições pessoas qye irao3cplocar as voisas3nos euxis. Mas vai ser muito arduo.
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