terça-feira, 24 de setembro de 2019

Mídia esconde jornada por Lula Livre

Por Altamiro Borges

No último sábado (21), no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, cerca de 300 representantes de 80 organizações sociais e políticas de todo o país participaram da “Plenária Nacional Lula Livre”. O encontro serviu para fazer um balanço das ações desenvolvidas até agora e para definir os próximos passos da luta pela libertação do ex-presidente. O primeiro ponto da pauta reforçou a ideia de que a mídia hegemônica é uma das maiores responsáveis pela prisão política mais importante do mundo na atualidade.

Como o balanço evidenciou, desde a detenção arbitrária de Lula, em 7 de abril de 2018, milhares de atividades já foram feitas no Brasil e no mundo. Das centenas de abaixo-assinados à heroica vigília em Curitiba; das pequenas reuniões aos shows e protestos massivos; das mobilizações nas capitais às ações nos distantes rincões do país; dos pronunciamentos de juristas, intelectuais e artistas do mundo todo às visitas de personalidades ao cárcere do Paraná. Toda semana ocorre algum ato da jornada por Lula Livre. Mas a mídia burguesa simplesmente invisibiliza essas ações políticas de solidariedade. Elas não são notícia no Jornal Nacional da TV Globo. Para a mídia golpista, que sempre criminalizou as forças de esquerda, o principal líder popular da história do país não existe. Morreu!

Diante dessa omissão vergonhosa, que mais uma vez revela o caráter de classe e o DNA fascista da mídia patronal, o Comitê Lula-Livre, que reúne os principais movimentos sociais do país, tem procurado fazer o contraponto na cobertura jornalística. Tem editado vídeos semanais e participado ativamente da disputa nas redes sociais. Com parcos recursos, mas com muita criatividade e dedicação, tem feito milagres na comunicação. A mídia alternativa, com seus sites e blogs, também tem dado a sua modesta contribuição nessa guerra comunicacional. Já fez várias entrevistas com Lula na prisão e elas tiveram enorme alcance, no Brasil e no mundo.

Como apontou o balanço, muita coisa já foi feita. Mas ainda é insuficiente. A libertação de Lula só ocorrerá com uma mudança da correlação de forças políticas no país. Não será obra generosa da seletiva Justiça. Dependerá do desgaste das forças que deram o golpe e elegeram o fascista Jair Bolsonaro. Exigirá ainda maior pressão nacional e internacional. Demandará uma nova narrativa na sociedade. Daí a urgência, no campo da comunicação, de criar maior sinergia entre as várias iniciativas. É preciso produzir mais, compartilhar mais, impulsionar mais nas redes. É preciso investir ainda mais pesado na comunicação. A campanha por Lula-Livre é decisiva na luta pela democracia no Brasil.

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