Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Ao lançar as bases do primeiro partido neofascista que chegou ao poder pelo voto no Brasil, Bolsonaro abriu as cartas do seu jogo da morte: ele só está em busca de um pretexto para botar as tropas na rua.
Cada vez mais isolado no mundo e aqui dentro, com o país cercado por rebeliões populares pra todo lado nos países vizinhos, a plataforma da Aliança Pelo Brasil, nome de fantasia do partido da familícia, o capitão presidente soltou seus cachorros loucos para provocar um confronto com as oposições, que não reagiram.
No Equador, na Bolívia, no Chile e, agora, também na Colômbia, o povo foi às ruas contra os governos, mas aqui pode acontecer o contrário: o próprio governo ir às ruas contra o povo.
Homenagem ao criminoso Pinochet, atentados racistas, licença para policiais e militares atirarem em manifestantes, a escolha do número (calibre) 38 para o partido, uma escultura feita com balas de verdade para o logotipo: o que falta ainda para caracterizar um Estado policial governado pelas milícias?
Quem manda no Congresso e no Executivo não são mais os partidos, mas as bancadas da bíblia, do boi e da bala, ainda a base de sustentação do governo.
Só faltou falar do boi liberado nos pastos após as queimadas, onde antes havia floresta amazônica, no ato de lançamento do partido num hotel de Brasília onde só puderam entrar os jornalistas amigos _ e ninguém reclamou.
A emblemática foto de Pedro Ladeira na capa da Folha, com o capitão de braço estendido e a mão espalmada sobre a platéia de seguidores do Mito, mostra bem de onde veio a inspiração para a Aliança “conservadora e soberanista, comprometida com a autodeterminação e as tradições históricas, morais e culturais da nação brasileira”.
Não foram vistos por lá os cruzados da Tradição, Família e Propriedade, mas as digitais de Olavo de Carvalho e Steve Bennon estavam em cada gesto e palavra dos súditos, maravilhados com a cerimonia de necrofilia.
Como não são habituados a ler e escrever, os Bolsonaros terceirizaram a redação do manifesto de fundação deste monstrengo neofascista, já chamado de Três Oitão, em homenagem à arma mais popular do país.
Carvalho e Bennon, o guru de Trump, devem ter recebido colaborações dos ministros Weintraub, Damares, Araújo, Salles e outro sábios terraplanistas do Planalto.
Já que era uma reunião de família, só estranhei a ausência de Carlos Bolsonaro, o beligerante filho 02, responsável pelas milícias digitais.
Desde que seu nome apareceu nas investigações da polícia civil carioca sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, o popular Carluxo sumiu não só das redes sociais e da Câmara onde é vereador do Rio, mas desapareceu literalmente do mapa.
Nunca mais ele foi visto nem ouvido. Por que será? Por onde andará?
Outro que não vi mais é o vice general Mourão, antes tão falante e saliente, que agora guarda obsequioso silêncio. Por que será? Por onde andará?
É tudo tão esquisito que, nos últimos dias, não sei porque, me lembrei de uma entrevista do general Mourão, na Globo News, ainda durante a campanha, em que ele analisou placidadamente a possibilidade de um autogolpe de Jair Bolsonaro, caso houvesse resistência popular ao seu governo.
Como o golpe propriamente dito já foi dado em 2016, com a derrubada de Dilma, faz sentido…
Depois da criação da Aliança pelo Brasil, como se fosse a coisa mais normal do mundo, tudo é possível.
Bom fim de semana.
Vida que segue.
Cada vez mais isolado no mundo e aqui dentro, com o país cercado por rebeliões populares pra todo lado nos países vizinhos, a plataforma da Aliança Pelo Brasil, nome de fantasia do partido da familícia, o capitão presidente soltou seus cachorros loucos para provocar um confronto com as oposições, que não reagiram.
No Equador, na Bolívia, no Chile e, agora, também na Colômbia, o povo foi às ruas contra os governos, mas aqui pode acontecer o contrário: o próprio governo ir às ruas contra o povo.
Homenagem ao criminoso Pinochet, atentados racistas, licença para policiais e militares atirarem em manifestantes, a escolha do número (calibre) 38 para o partido, uma escultura feita com balas de verdade para o logotipo: o que falta ainda para caracterizar um Estado policial governado pelas milícias?
Quem manda no Congresso e no Executivo não são mais os partidos, mas as bancadas da bíblia, do boi e da bala, ainda a base de sustentação do governo.
Só faltou falar do boi liberado nos pastos após as queimadas, onde antes havia floresta amazônica, no ato de lançamento do partido num hotel de Brasília onde só puderam entrar os jornalistas amigos _ e ninguém reclamou.
A emblemática foto de Pedro Ladeira na capa da Folha, com o capitão de braço estendido e a mão espalmada sobre a platéia de seguidores do Mito, mostra bem de onde veio a inspiração para a Aliança “conservadora e soberanista, comprometida com a autodeterminação e as tradições históricas, morais e culturais da nação brasileira”.
Não foram vistos por lá os cruzados da Tradição, Família e Propriedade, mas as digitais de Olavo de Carvalho e Steve Bennon estavam em cada gesto e palavra dos súditos, maravilhados com a cerimonia de necrofilia.
Como não são habituados a ler e escrever, os Bolsonaros terceirizaram a redação do manifesto de fundação deste monstrengo neofascista, já chamado de Três Oitão, em homenagem à arma mais popular do país.
Carvalho e Bennon, o guru de Trump, devem ter recebido colaborações dos ministros Weintraub, Damares, Araújo, Salles e outro sábios terraplanistas do Planalto.
Já que era uma reunião de família, só estranhei a ausência de Carlos Bolsonaro, o beligerante filho 02, responsável pelas milícias digitais.
Desde que seu nome apareceu nas investigações da polícia civil carioca sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, o popular Carluxo sumiu não só das redes sociais e da Câmara onde é vereador do Rio, mas desapareceu literalmente do mapa.
Nunca mais ele foi visto nem ouvido. Por que será? Por onde andará?
Outro que não vi mais é o vice general Mourão, antes tão falante e saliente, que agora guarda obsequioso silêncio. Por que será? Por onde andará?
É tudo tão esquisito que, nos últimos dias, não sei porque, me lembrei de uma entrevista do general Mourão, na Globo News, ainda durante a campanha, em que ele analisou placidadamente a possibilidade de um autogolpe de Jair Bolsonaro, caso houvesse resistência popular ao seu governo.
Como o golpe propriamente dito já foi dado em 2016, com a derrubada de Dilma, faz sentido…
Depois da criação da Aliança pelo Brasil, como se fosse a coisa mais normal do mundo, tudo é possível.
Bom fim de semana.
Vida que segue.
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