quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O país do porteiro é o país do medo

Por Fernando Brito, em seu blog:

Por incrível que pareça, há verdade no que falou o porteiro do condomínio Alberto Jorge Mateus ao dizer que se sente “pressionado por ele mesmo”.

Estamos todos.

Até uma conversa de botequim com desconhecidos, historicamente um hábito do carioca, passou a exigir cuidados e contenção.

Vai que é um fanático?

O Brasil do ódio, do policialismo, da agressividade e do “escracho” que se formou nos últimos seis anos, de uns tempos para cá, também se tornou o Brasil da milícia e da bala.

No qual os órgãos de perseguição de tornaram onipotentes, ao ponto de que não precisa de mais, além de chamar para um depoimento, para fazer um homem modesto se desdizer, pressionado por si mesmo.

Não é só o porteiro Alberto: testemunhas, como ele, juízes, tribunais e até o Supremo estão, como todos percebem, pressionado por eles mesmos, numa época em que o medo prescinde até da ameaça.

Um comentário:

  1. Tornar inimputáveis os crimes de execução sumária praticados por policiais é o que senão a decretação da pena de morte sem que pra isso nem precise de sentença?
    A sentença ficará ao bel prazer do policial : não foi com a cara do cidadão ou parece ser de esquerda, manda o 38 e fica por isso mesmo.
    Num país que não perdeu o rumo, esse partido a APB, Aliança Pelos Bolsonaro, seria proibido por configurar apologia ao crime e a defesa do nazismo.
    E olha que a tal APB ainda não tem controle sobre o STF.
    Ou já tem?

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