Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:
O aumento do preço da carne tem sido um tema recorrente nos noticiários brasileiros. Não somente a carne bovina, mas a sua substituição por outras fontes de proteína – frango, porco e até o ovo – também aumentaram de preço.
Isso ocorre porque o preço dessas mercadorias funciona nas leis econômicas das sociedades de mercado, a tão falada lei da “oferta e da procura”. Assim, o preço da carne vermelha inviabiliza sua compra e, ao recorrem às carnes mais baratas, eleva-se a demanda por esses produtos, o que os torna mais caro.
Diversos motivos que concorrem para explicar o aumento abrupto no preço do produto. Em primeiro lugar, a China – que é uma grande consumidora de qualquer coisa, mas nesse caso nos interessa o porco – foi mais uma das nações vítimas da “peste suína africana”, uma doença nos animais que compromete, rapidamente, a produção.
A conta é simples: a China continuou tendo muita gente e pouco porco. A solução foi importar carne. Além de importar suínos, os chineses resolveram diversificar suas fontes de proteína e importar, também, mais carne vermelha.
Três são os maiores exportadores de carne vermelha no mundo: os EUA – com quem a China está em uma guerra comercial e, por isso, produtos americanos têm fortes taxações; a Austrália – que enfrenta uma grave seca e teve sua produção comprometia; e o Brasil – que tem bastante carne e, melhor, está passando por uma forte instabilidade cambial, com uma moeda bem desvalorizada frente ao dólar.
Juntamos a tudo isso – o real desvalorizado e o aumento significativo da demanda chinesa – a outros dois elementos. O primeiro deles é uma entressafra de bois que é típico dessa época, ou seja, é um período de menor oferta. O segundo, é que temos um governo com uma política exacerbada de livre mercado e uma política comercial prejudicial ao povo brasileiro.
Enquanto o aumento da demanda chinesa é um fator conjuntural, a nossa instabilidade cambial, que deixou o dólar chegar a essa altura, é fruto de um liberalismo exacerbado que credita, somente, ao mercado o comportamento da taxa câmbio, além de uma política criminosa de venda das nossas reservas de dólar no mercado interno, comprometendo, ainda mais, a estabilidade da nossa moeda. O dólar nesse patamar é bom apenas para os produtores rurais.
Os demais exportadores brasileiros – se por lado se beneficiam da moeda desvalorizada – por outro lado mantém-se pouco competitivo pela baixa produtividade e por perdas de elos importantes da cadeira produtiva nacional que fazem com que grande parte da nossa produção tenha componentes importados, que ficam caro com essa taxa de cambio.
Segundo João Martins, da Confederação nacional da Indústria, o preço deve diminuir, “mas não vamos retornar ao preço de anos atrás, vamos ajustar o valor de mercado. Se o consumidor deixar de comprar, o preço vai se ajustar”.
Ou seja, a solução para isso é que nós, trabalhadores, paremos de consumir carne, e isso tudo não para voltar ao preço anterior, mas, apenas, para fazer menos pressão sobre o alimento e estabilizar seu preço em um patamar mais elevado.
Isso tudo porque “o mercado fica nervoso e causa uma ausência de oferta, com os pecuaristas segurando os animais". Assim nós ficamos mais uma vez submetidos ao mercado, que sofre de nervosismo agudo.
Para coroar esse processo, a nossa burguesia – que nunca foi muito afeita na defesa dos interesses nacionais – prossegue com a sua política de maximização dos lucros. Não nos parece coincidência que a JBS anunciou hoje, dia 12 de dezembro, férias coletivas para os seus trabalhadores e a paralisação da operação de 11 frigoríficos também, não por coincidência aqueles que não estão autorizados a exportar pra China.
Isso significa que a carne vai seguir ficando mais cara, não mais pelo efeito China, mas por uma decisão política e econômica de diminuir a produção de boi para seguir mantendo os preços elevados.
O “livre mercado” pregado pelo governo Bolsonaro e sua política econômica – se não é responsável exclusivamente pelo aumento do preço da carne – é absolutamente responsável por não fazer nada em relação a isso. É inadmissível que a nossa produção interna de gado esteja indo para fora enquanto aqui os preços se elevam.
Se a solução não for tão radical quanto um tabelamento do preço da carne, que – pelo menos – houvesse uma taxação sobre essas exportações, em função da moeda desvalorizada, e que essa renda servisse para subsidiar nosso consumo interno.
Isso ocorre porque o preço dessas mercadorias funciona nas leis econômicas das sociedades de mercado, a tão falada lei da “oferta e da procura”. Assim, o preço da carne vermelha inviabiliza sua compra e, ao recorrem às carnes mais baratas, eleva-se a demanda por esses produtos, o que os torna mais caro.
Diversos motivos que concorrem para explicar o aumento abrupto no preço do produto. Em primeiro lugar, a China – que é uma grande consumidora de qualquer coisa, mas nesse caso nos interessa o porco – foi mais uma das nações vítimas da “peste suína africana”, uma doença nos animais que compromete, rapidamente, a produção.
A conta é simples: a China continuou tendo muita gente e pouco porco. A solução foi importar carne. Além de importar suínos, os chineses resolveram diversificar suas fontes de proteína e importar, também, mais carne vermelha.
Três são os maiores exportadores de carne vermelha no mundo: os EUA – com quem a China está em uma guerra comercial e, por isso, produtos americanos têm fortes taxações; a Austrália – que enfrenta uma grave seca e teve sua produção comprometia; e o Brasil – que tem bastante carne e, melhor, está passando por uma forte instabilidade cambial, com uma moeda bem desvalorizada frente ao dólar.
Juntamos a tudo isso – o real desvalorizado e o aumento significativo da demanda chinesa – a outros dois elementos. O primeiro deles é uma entressafra de bois que é típico dessa época, ou seja, é um período de menor oferta. O segundo, é que temos um governo com uma política exacerbada de livre mercado e uma política comercial prejudicial ao povo brasileiro.
Enquanto o aumento da demanda chinesa é um fator conjuntural, a nossa instabilidade cambial, que deixou o dólar chegar a essa altura, é fruto de um liberalismo exacerbado que credita, somente, ao mercado o comportamento da taxa câmbio, além de uma política criminosa de venda das nossas reservas de dólar no mercado interno, comprometendo, ainda mais, a estabilidade da nossa moeda. O dólar nesse patamar é bom apenas para os produtores rurais.
Os demais exportadores brasileiros – se por lado se beneficiam da moeda desvalorizada – por outro lado mantém-se pouco competitivo pela baixa produtividade e por perdas de elos importantes da cadeira produtiva nacional que fazem com que grande parte da nossa produção tenha componentes importados, que ficam caro com essa taxa de cambio.
Segundo João Martins, da Confederação nacional da Indústria, o preço deve diminuir, “mas não vamos retornar ao preço de anos atrás, vamos ajustar o valor de mercado. Se o consumidor deixar de comprar, o preço vai se ajustar”.
Ou seja, a solução para isso é que nós, trabalhadores, paremos de consumir carne, e isso tudo não para voltar ao preço anterior, mas, apenas, para fazer menos pressão sobre o alimento e estabilizar seu preço em um patamar mais elevado.
Isso tudo porque “o mercado fica nervoso e causa uma ausência de oferta, com os pecuaristas segurando os animais". Assim nós ficamos mais uma vez submetidos ao mercado, que sofre de nervosismo agudo.
Para coroar esse processo, a nossa burguesia – que nunca foi muito afeita na defesa dos interesses nacionais – prossegue com a sua política de maximização dos lucros. Não nos parece coincidência que a JBS anunciou hoje, dia 12 de dezembro, férias coletivas para os seus trabalhadores e a paralisação da operação de 11 frigoríficos também, não por coincidência aqueles que não estão autorizados a exportar pra China.
Isso significa que a carne vai seguir ficando mais cara, não mais pelo efeito China, mas por uma decisão política e econômica de diminuir a produção de boi para seguir mantendo os preços elevados.
O “livre mercado” pregado pelo governo Bolsonaro e sua política econômica – se não é responsável exclusivamente pelo aumento do preço da carne – é absolutamente responsável por não fazer nada em relação a isso. É inadmissível que a nossa produção interna de gado esteja indo para fora enquanto aqui os preços se elevam.
Se a solução não for tão radical quanto um tabelamento do preço da carne, que – pelo menos – houvesse uma taxação sobre essas exportações, em função da moeda desvalorizada, e que essa renda servisse para subsidiar nosso consumo interno.
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