Charge: Olivier Ploux |
Na quinta-feira, dia 12 de dezembro, ocorreram eleições gerais no Reino Unido para formar um novo Parlamento. O Partido Conservador, do atual primeiro-ministro Boris Johnson, foi o vencedor tendo conquistado pelo menos 364 cadeiras das 650 que estavam em disputa, o que o coloca com uma ampla maioria para governar sem precisar de alianças. O Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, ficou em segundo lugar com cerca de duzentas cadeiras.
Desde 2016 o principal tema das discussões políticas no Reino Unido tem sido a saída da região da União Europeia, o chamado Brexit. Não foi diferente nessas eleições, o próprio motivo delas serem adiantadas (as próximas seriam só em 2021) foi o Brexit e a vontade de Johnson de conseguir uma maioria para completar o acordo, algo que seus dois antecedentes, os conservadores David Cameron e Theresa May, não conseguiram.
May chegou a forjar um acordo com seu gabinete, o qual foi aprovado pelo Parlamento Europeu mas rejeitado três vezes pelo parlamento britânico. Um dos principais problemas durante esse processo foi o fato de que May representava uma ala do seu partido defensora de uma saída menos radical, frente a outra, na qual Johnson se insere, que argumenta a favor de um Brexit mais extremo, até mesmo sem acordo nenhum.
Com as derrotas consecutivas May renunciou e abriu caminho para a nomeação de Johnson como primeiro-ministro, tendo como principal objetivo a saída da União Europeia com ou sem acordo. Em seus primeiros meses de mandato ele também amargurou diversas derrotas no Parlamento, chegando a perder a maioria quando o então parlamentar dos conservadores, Phillip Lee, se filiou ao Liberal Democrata.
Sua única vitória foi conseguir aprovar a convocação de eleições antecipadas para o dia 12, esperando conquistar a maioria absoluta no Congresso para seguir adiante no Brexit. E foi o que aconteceu. O resultado final foi muito próximo das piores pesquisas para os Trabalhistas e das melhores para os Conservadores, sendo que os primeiros perderam em regiões tradicionais como no distrito de Wrexham, onde não perdiam há 84 anos.
Os Trabalhistas apostaram numa agenda mais econômica e mais a esquerda do que nos últimos anos, entretanto, ao que tudo indica, foi o Brexit e a ânsia pelo término desse processo que mobilizou melhor os eleitores.
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