quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A quem serve fechar a Justiça do Trabalho?

Por Augusto Vasconcelos, no site da CTB:

O discurso de Bolsonaro sobre a Justiça do Trabalho revela profunda desinformação. Aliás, como em quase todo o pensamento hegemônico nesse governo, se apegam a mitos para justificar seus interesses, apelando para a ignorância dos acontecimentos.

Não é verdade que o Brasil é o único país que possui uma jurisdição Trabalhista. Inglaterra, Nova Zelândia, Suécia, Noruega, Finlândia, Alemanha, França, Bélgica e México, por exemplo, possuem variados níveis de organização de juízos de primeiro grau ou Tribunais especializados na matéria.

O porão está no alto

Por Roberto Amaral, na revista CartaCapital:

O Exército brasileiro, coerente com sua história, capturou o poder civil, sobre o qual sempre exerceu preeminência, e ao mesmo tempo foi capturado pela estratégia militar dos EUA, que, ainda sob o comando de Donald Trump, pode chegar a tudo. A ‘guerra comercial’ com a China pode ser o primeiro momento de um conflito estratégico, e novas intervenções e ocupações estão na ordem do dia, desta feita olhando para a América do Sul e apontando para a Venezuela e para a Amazônia, pela qual os militares brasileiros sempre entoaram preocupação e promessas de defesa.

O esquartejamento do Ministério do Trabalho

Por Antônio Augusto de Queiroz, no Blog do Renato:

O Ministério do Trabalho foi extinto e suas competências e atribuições foram distribuídas em quatro outros ministérios (Economia, Justiça e Segurança, Cidadania e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) com dupla finalidade. De um lado, facilitar a implementação da reforma trabalhista, inclusive em sua dimensão sindical. De outro, esvaziar o poder da fiscalização, tanto na exigência de cumprimento da legislação e das normas coletivas, quanto na elaboração e implementação das Orientações Normativas em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Posse das armas e a vergonha dos vencedores

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O decreto da liberação da posse de armas – segundo Bolsonaro, apenas um aperitivo, “apenas o primeiro passo”, para franquear o acesso generalizado a armamento para a população – não pode ser julgado apenas no campo político.

É um retrocesso civilizatório que nos custará muitas vidas e muitos anos para reverter.

Não fosse isso, diria que foi a derrota política inaugural de Jair Bolsonaro.

É algo que, mesmo antes das tragédias anunciadas que irá produzir, só encontrou apoio incondicional em seus adeptos mais radicais.

Como será aberta a caixa preta do BNDES

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Na campanha, Bolsonaro prometeu abrir a caixa preta do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). E exigiu o cumprimento da promessa pelo novo presidente do banco, Joaquim Levy.

Daqui a alguns dias, Levy entregará o prometido, de forma organizada, transparente, deixando Bolsonaro, os generais Heleno e Mourão, e a torcida do Flamengo espantados com o detalhamento das operações.

Perspectivas da economia nativa para 2019

Por Guilherme Costa Delgado, no site Correio da Cidadania:

Um co­nhe­cido teó­logo e eco­no­mista bra­si­leiro, de as­cen­dência co­reana – Jung Mo Sung –, pu­blicou no se­gundo se­mestre de 2018 um livro muito ins­ti­gante, que nos ajuda a des­vendar o sen­tido deste artigo. O tí­tulo do livro é: “Ido­la­tria do Di­nheiro e Di­reitos Hu­manos – uma crí­tica te­o­ló­gica ao novo mito do ca­pi­ta­lismo”.

A tese cen­tral deste livro, sim­pli­fi­cando para situá-lo nas Pers­pec­tivas da Eco­nomia para 2019, é a mu­dança de pa­ra­digma do sis­tema econô­mico global – do ‘mito do de­sen­vol­vi­mento econô­mico universal’ ao ‘mito do mer­cado livre global’. As nar­ra­tivas e prá­ticas cal­cadas nessas ver­sões mitológicas, se­gundo o autor, es­ti­veram em per­ma­nente dis­puta no pe­ríodo Pós-Guerra Mun­dial, com clara opção do de­sen­vol­vi­men­tismo nos trinta anos dou­rados das dé­cadas 1950-1980’, de re­la­tivo aban­dono nos pri­meiros ex­pe­ri­mentos do ne­o­li­be­ra­lismo ao es­tilo That­cher/Re­agan. Mas a partir da crise fi­nan­ceira norte-ame­ri­cana de 2008, o sis­tema fi­nan­ceiro mun­dial opera, de ma­neira sis­te­má­tica, na ne­gação do pri­meiro mito e sa­cra­li­zação do se­gundo.

Mais armas, mais mortes de mulheres

Por Aline Kerber e Eduardo Pazinato, no site Sul-21:

O decreto assinado pelo Presidente Bolsonaro em relação à flexibilização de armas representa um retrocesso para a segurança pública – tanto pela falta de legitimidade junto à população, pois 61% dos brasileiros se dizem contrários à liberação da posse de arma, conforme pesquisa nacional do mês passado do Datafolha, quanto pelo critério de necessidade adotado: taxa de homicídios acima de 10 por 100 mil habitantes na localidade do requerente. Com esse critério quase ninguém fica de fora, torna-se difuso o acesso e, ainda, se induz a redução da capacidade de controle estatal desse instrumento letal. Somado a isso, homicídios acontecem mais em vias públicas e menos nas residências, ao contrário dos feminicídios. Portanto, a utilização desse indicador não se justifica como distinção para essa política que facilita, de forma inconsequente, a posse da arma somente em casa, em estabelecimentos comerciais, propriedades rurais e não nas ruas. Mas, afinal, que fiscalizará o uso pretendido?

Quem está por trás da CNN no Brasil?

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

A chegada do canal de televisão CNN ao Brasil foi divulgada na última segunda-feira (14). Sobrinho do bispo Edir Macedo, o jornalista Douglas Tavolaro, e o segundo empresário que mais investiu nas últimas eleições, Rubens Menin, encabeçam o projeto.

O canal estadunidense, no entanto, não vai operar no Brasil. A negociação para trazer a marca CNN para o país ocorreu por meio de um licenciamento com a Turner International, responsável pelas operações da CNN fora dos EUA.


A rejeitada liberação de armas de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

A pesquisa do Datafolha, divulgada nos últimos dias, “sugere descolamento entre a agenda do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e a opinião pública brasileira”, como afirmam os diretores do instituto de pesquisa Mauro Paulino e Alessandro Janoni, em artigo publicado nesta terça-feira (15). A população reprova medidas como o ataque às leis trabalhistas e à previdência social, às terras indígenas, a subserviência aos EUA, e por aí vai.

O Brasil, a Panair e o mito de Sísifo

Por Léa Maria Aarão Reis, no site Carta Maior:

O título do filme documentário Panair do Brasil com pouco mais de uma hora, do diretor Marco Altberg e recém exibido no Canal Curta! é singelo e aponta para o tema sem qualquer enfeite ou rodeio.

Ainda hoje a menção à aérea que foi alvo de uma das mais imorais perseguições políticas no início da ditadura civil-militar de 64 provoca lembranças fortes e comoção dos funcionários sobreviventes, das tripulações, dos descendentes das famílias proprietárias da empresa e da população que na época acompanhou, estarrecida e muda (por força do medo da repressão do regime) ao estupro da companhia pioneira da aviação comercial no país - uma das mais admiradas e queridas instituições da economia nacional, e da sua falência forçada, por traiçoeiro decreto, uma das marcas da mão forte dos regimes autoritários.