Por Gilberto Maringoni, no site Observatório de Política Externa Brasileira:
Diplomata aposentado, o Conselheiro Aires viveu seus últimos anos no Rio de Janeiro da virada do século XIX. Era um membro da elite ilustrada e personagem de dois livros de Machado de Assis, Esau e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908). São as últimas obras do autor e representam seu auge estético e literário. Machado se tornara um mestre da narrativa direta e hábil construtor de figuras humanas.
As lembranças de Aires em Esaú e Jacó remontam a década de 1870, ponto alto do Império. Ao longo do livro, ele conta cheio de mistérios a história de uma encantadora sevilhana que conhecera quando secretário na legação diplomática em Caracas. Em suas andanças preguiçosas pelo centro do Rio, na velhice, Aires desfia tempos idos: