quarta-feira, 17 de abril de 2019
Defender Assange é defender o jornalismo
Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:
Professor da Universidade Federal do ABC e especialista em redes sociais, o sociólogo Sérgio Amadeu considera a prisão de Julian Assange pelo governo britânico um atentado à Justiça e à democracia. Em entrevista ao Tutaméia (veja o vídeo), ele afirmou:
“O Assange está preso não por disseminar desinformação, fake news. Não! Ele está preso justamente por divulgar documentos e vídeos e áudios que comprovam determinados fatos que o poder estatal, muitas vezes norte-americano, quer esconder. É isso que eles não toleram: a exposição de documentos dos próprios Estados que mostram as operações que eles estão fazendo. Eles não toleram a realidade e os atos que eles próprios fizeram. O Wikileaks mostra. É por isso que o Assange está preso, não é por outro motivo”.
Redes sociais e a lógica do poder
Por Frei Betto, no Correio da Cidadania:
Uma observação de Voltaire (1694-1778) ressalta por que tantas pessoas emitem ofensas nas redes digitais e, assim, revelam mais a respeito do próprio caráter do que do perfil de quem é desrespeitado. “Ninguém se envergonha do que faz em conjunto”, escreveu em “Deus e os homens”.
Isso explica a insanidade dos linchamentos virtuais e a violência gerada pelo preconceito, como bem demonstra o filme “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 2019.
Muitos de nós jamais ofenderíamos pessoalmente um interlocutor com injúrias e palavrões. No entanto, há quem seja capaz de replicar nas redes digitais ofensas a inúmeras pessoas, sem sequer se dar ao trabalho de apurar se a informação procede.
Isso explica a insanidade dos linchamentos virtuais e a violência gerada pelo preconceito, como bem demonstra o filme “Infiltrado na Klan”, de Spike Lee, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado em 2019.
Muitos de nós jamais ofenderíamos pessoalmente um interlocutor com injúrias e palavrões. No entanto, há quem seja capaz de replicar nas redes digitais ofensas a inúmeras pessoas, sem sequer se dar ao trabalho de apurar se a informação procede.
Para o "mito", democracia é um estorvo
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
“Bolsonaro assume posturas de ditador” (Aldo Fornazieri, professor e sociólogo).
***
Numa só canetada, ao completar 100 dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro, também chamado de “Mito”, acabou na semana passada com mais de 700 conselhos da sociedade civil organizada.
Não escapou nem o Conade (Conselho Nacional das Pessoas Deficientes).
Entre todas as maluquices e indignidades cometidas até agora pelo governo do capitão de olhos arregalados, o mais grave para mim foi este decreto, um verdadeiro AI-5 redivivo, que acabou com os conselhos criados desde a redemocratização do país.
Manicômio e destruição da economia
Por Bepe Damasco, em seu blog:
Além da burrice, do fundamentalismo religioso, do retardamento mental, do anti-iluminismo e das convicções medievais que marcam o governo Bolsonaro, seu ultraneoliberalismo econômico encarnado pela figura de Paulo Guedes está levando a economia do país à bancarrota.
Vale destacar os últimos resultados de três importantes fundamentos econômicos:
PIB – O Banco Central divulgou nesta segunda-feira, 15 de abril, uma prévia da variação do Produto Interno Bruto do mês de fevereiro deste ano. Houve uma queda de 0,73% em comparação com o mês anterior. É o pior resultado desde maio de 2018, quando aconteceu a greve dos caminhoneiros. E as projeções do mercado para o crescimento da economia em 2019 são cada vez mais desanimadoras. As instituições financeiras preveem apenas 1,95% de aumento do PIB, depois de sete recuos seguidos.
Além da burrice, do fundamentalismo religioso, do retardamento mental, do anti-iluminismo e das convicções medievais que marcam o governo Bolsonaro, seu ultraneoliberalismo econômico encarnado pela figura de Paulo Guedes está levando a economia do país à bancarrota.
Vale destacar os últimos resultados de três importantes fundamentos econômicos:
PIB – O Banco Central divulgou nesta segunda-feira, 15 de abril, uma prévia da variação do Produto Interno Bruto do mês de fevereiro deste ano. Houve uma queda de 0,73% em comparação com o mês anterior. É o pior resultado desde maio de 2018, quando aconteceu a greve dos caminhoneiros. E as projeções do mercado para o crescimento da economia em 2019 são cada vez mais desanimadoras. As instituições financeiras preveem apenas 1,95% de aumento do PIB, depois de sete recuos seguidos.
O bolsonarismo arrependido já começou
Por Rosana Pinheiro-Machado, no site The Intercept-Brasil:
A lua de mel não durou 100 dias. Uma recente pesquisa do Datafolha mostrou que, após três meses, Bolsonaro tem a pior avaliação entre presidentes no primeiro mandato, confirmando algo que estava na cara: o fenômeno do bolsonarismo arrependido chegaria muito rápido.
Vale retomar o que escrevi em minha coluna de 29 de outubro, logo após a vitória de Bolsonaro:
Os eleitores de Bolsonaro foram seduzidos pela mobilização política populista, movidos por onda de contágio que foi espalhando medo e uma esperança de mudança radical. É muita expectativa popular para pouco projeto, pouca equipe e pouca experiência. Isso não pode funcionar. Isso não dará certo.
Damares e os exterminadores da civilização
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Estamos em tempos deploráveis.
A Folha publica hoje uma reportagem com uma cidadã que, nascida nos EUA e filha de pais brasileiros, veio para o Brasil para abrir um curso de “como fisgar uma marido rico”.
Um “sugar daddy” para cuidar de uma “sugar baby”, pagando-lhe as contas em troca, claro, de ter uma figurante bonita a seu lado.
Não é propriamente uma novidade: as mães de ‘misses’ praticavam esta indústria nos anos 50 e 60, entre maiôs Catalina e edições de “O Pequeno Príncipe”.
Estamos em tempos deploráveis.
A Folha publica hoje uma reportagem com uma cidadã que, nascida nos EUA e filha de pais brasileiros, veio para o Brasil para abrir um curso de “como fisgar uma marido rico”.
Um “sugar daddy” para cuidar de uma “sugar baby”, pagando-lhe as contas em troca, claro, de ter uma figurante bonita a seu lado.
Não é propriamente uma novidade: as mães de ‘misses’ praticavam esta indústria nos anos 50 e 60, entre maiôs Catalina e edições de “O Pequeno Príncipe”.
Governo Bolsonaro não é ponto fora da curva
Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:
Conheço o vento
Pelo sopro donde vem;
E a cara do Calavera
Quando não vale um vintém.
Velho ditado pampiano, de aquém e além fronteira, citado pelo gaiteiro Elio Xavier, mais conhecido como “Porca Véia”, em “Coplas de um Viramundo”, de Gaspar Machado e Lenin Nunes.
Há uma ilusão recorrente que venho lendo seguidamente em comentários sobre as arbitrariedades, barbaridades etc., cometidas pelo cortejo insalubre que tomou de assalto, embora pelo voto, o governo federal brasileiro, incluindo aí as e os olavetes aloprados, a turma fardada e a togada, os Chicago Boys e a turma de espírito miliciano (para dizer o mínimo) que se assentou no Palácio do Planalto. Esta ilusão se consubstancia nas expressões que nunca se põem, repetindo-se diuturnamente: “em qualquer país civilizado…”, “num país decente…”, ou ate “em qualquer país do mundo…”
Conheço o vento
Pelo sopro donde vem;
E a cara do Calavera
Quando não vale um vintém.
Velho ditado pampiano, de aquém e além fronteira, citado pelo gaiteiro Elio Xavier, mais conhecido como “Porca Véia”, em “Coplas de um Viramundo”, de Gaspar Machado e Lenin Nunes.
Há uma ilusão recorrente que venho lendo seguidamente em comentários sobre as arbitrariedades, barbaridades etc., cometidas pelo cortejo insalubre que tomou de assalto, embora pelo voto, o governo federal brasileiro, incluindo aí as e os olavetes aloprados, a turma fardada e a togada, os Chicago Boys e a turma de espírito miliciano (para dizer o mínimo) que se assentou no Palácio do Planalto. Esta ilusão se consubstancia nas expressões que nunca se põem, repetindo-se diuturnamente: “em qualquer país civilizado…”, “num país decente…”, ou ate “em qualquer país do mundo…”
A entrega do Brasil ao crime organizado
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Peça 1 – o Brasil legal e o criminoso
No momento, vive-se o maior desafio da história do Brasil.
Têm-se, de um lado, o desmanche do Estado brasileiro, das redes de proteção social, do direito ao trabalho e outros instrumentos básicos de cidadania. De outro, um avanço das organizações não estatais no amparo aos órfãos de Estado.
Há dois tipos de organização. Um deles, os movimentos sociais – como o MST (Movimento dos Sem Terra), MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto), MAB (Movimentos dos Atingidos por Barragens) – organizando os desassistidos, dentro de um processo de inclusão democrática. Em geral, são reprimidos e tratados como criminosos, apesar de sua luta ser dentro dos limites legais.
Peça 1 – o Brasil legal e o criminoso
No momento, vive-se o maior desafio da história do Brasil.
Têm-se, de um lado, o desmanche do Estado brasileiro, das redes de proteção social, do direito ao trabalho e outros instrumentos básicos de cidadania. De outro, um avanço das organizações não estatais no amparo aos órfãos de Estado.
Há dois tipos de organização. Um deles, os movimentos sociais – como o MST (Movimento dos Sem Terra), MTST (Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto), MAB (Movimentos dos Atingidos por Barragens) – organizando os desassistidos, dentro de um processo de inclusão democrática. Em geral, são reprimidos e tratados como criminosos, apesar de sua luta ser dentro dos limites legais.
O golpe de 2016: a porta para o desastre
Por Dilma Rousseff, em seu site:
Faz três anos, hoje, que a Câmara dos Deputados, comandada por um deputado condenado por corrupção, aprovou a abertura de um processo de impeachment contra mim, sem que houvesse crime de responsabilidade que justificasse tal decisão. Aquela votação em plenário foi um dos momentos mais infames da história brasileira. Envergonhou o Brasil diante de si mesmo e perante o mundo.
A sistemática sabotagem do meu governo foi determinante para o rompimento da normalidade institucional. Foi iniciada com pedidos de recontagem de votos, dias após a eleição de 2014, e com um pedido de impeachment, já em março, com apenas três meses de governo.
A sistemática sabotagem do meu governo foi determinante para o rompimento da normalidade institucional. Foi iniciada com pedidos de recontagem de votos, dias após a eleição de 2014, e com um pedido de impeachment, já em março, com apenas três meses de governo.