domingo, 19 de maio de 2019

Era Bolsonaro já estaria no fim?

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

“O governo passa por uma corrosão acelerada da base eleitoral e social, do apoio dos partidos e das forças políticas institucionais, e também do mercado. Sem os partidos e sem o mercado vai ser difícil construir governabilidade.” A opinião é de William Nozaki, professor de ciência política e economia da Fundação Escola de Sociologia e política de São Paulo (FespSP). Esse cenário, que abriu o debate para um possível impeachment do presidente, não é simples, mas não teria sido construído sem a colaboração do próprio governo Jair Bolsonaro.

Greve da educação e a cobertura da Globo

Por Lu Sudré, no jornal Brasil de Fato:

A greve dos setores da educação neste 15 de maio foi a principal notícia da semana na imprensa brasileira. Segundo a Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE), mais de 1 milhão de pessoas participaram dos protestos, que marcaram a primeira grande paralisação contra o governo Bolsonaro (PSL).

Diferentemente de outras coberturas jornalísticas relacionadas a mobilizações populares, as manifestações contra o corte de 30% no orçamento das universidades e institutos federais foram amplamente divulgadas na mídia comercial.

A Globo News, por exemplo, fez uma cobertura intensa dos atos ao longo do dia, com transmissões ao vivo das manifestações e entrada constantes de repórteres in loco. Frases em cartazes e palavras de ordem contra Bolsonaro também foram registradas.

Para milicos, ameaça de Bolsonaro é blefe

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O jornal O Estado de São Paulo, o mais conservador do país, publicou, neste sábado, 18 de maio, editorial em que acusa Bolsonaro de, vendo sua popularidade virar pó e temendo um impeachment, pretender dar um golpe de Estado para se manter no poder. Militares já mandam avisar que não mexerão um dedo se pedirem o impeachment de Bolsonaro.

O governo Bolsonaro tem mais militares do que jamais teve a ditadura militar de 1964. São mais de cem, até agora.


Fortalecer as lutas e a frente democrática

Por Luciana Santos, no Blog do Renato:

Nesta última sexta-feira, 17, o presidente Jair Bolsonaro lançou uma cartada perigosa. Pelas redes sociais, fez um chamado aos seus apoiadores para se engajarem numa manifestação cujos alvos são o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) - instituições indispensáveis ao regime democrático.

O presidente endossa a fantasia de que há um complô das corporações do Estado contra seu governo. Chancela a visão de que é impossível governar nos marcos de um regime democrático. Então, a saída que aponta, ao que parece, é tentar arrastar o país para uma aventura autoritária e para tal busca adeptos.

Afastamento de Bolsonaro desafia a esquerda

Por Bepe Damasco, em seu blog:

No momento em que a oposição ao governo Bolsonaro consegue finalmente fazer as ruas falarem, impulsionadas pela vanguarda estudantil, as chamadas condições objetivas de governabilidade do capitão deterioram-se de forma praticamente irreversível.

Em ritmo acelerado, constrói-se um consenso no establishment (barões da mídia, mercado e representantes de porções expressivas das instituições) de que é preciso remover o capitão, pois ele é sinônimo de ingovernabilidade, instabilidade, incapacidade e crise institucional permanente, além de cobrir a nação de vergonha toda vez que abre a boca.

As mentiras de Bolsonaro contra Dilma

Por Dilma Rousseff, em seu site:

O senhor Jair Bolsonaro, imerso em seu mundo de fake news, mostrou mais uma vez seu despreparo para dirigir o País e representá-lo internacionalmente.

Impondo sua presença constrangedora onde não é bem-vindo, e nem sequer é convidado, este senhor que infelizmente dirige o Brasil fez, em Dallas, uma declaração mentirosa e caluniosa sobre minha história política.

Durante a resistência à ditadura - e muito menos no período democrático -, jamais participei de atos armados ou ações que tivessem ou pudessem levar à morte de quem quer que seja. A própria Justiça Militar - as auditorias, o STM e até o STF - em todos os processos que foram movidos contra mim, comprovaram tal fato. Os autos respectivos documentam isso. Ao contrário dos heróis e homenageados pelo senhor Bolsonaro que, durante a ditadura e depois dela, tiveram suas mãos manchadas do nosso sangue – militantes brasileiros e brasileiras – pelas torturas e assassinatos cometidos contra nós.

O manifesto de Bolsonaro em Dallas

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Era previsível o lance de Jair Bolsonaro, conclamando suas milícias digitais a enfrentar as instituições. Ontem mesmo previmos esse movimento. Aliás, não há nada de mais previsível que Jair Bolsonaro, justamente por sua incapacidade de planejar qualquer movimento.

Aliás, o mesmo ocorre com seu guru Olavo de Carvalho. Ambos se assemelham a boxeadores que lutam de cabeça baixa distribuindo murros a granel. Como deu certo até agora, devido a imbecilização coletiva do país, continuaram acreditando no seu toque de Midas-reverso – que transforma em merda tudo o que tocam – até toparem pela frente com o muro da realidade.

Bolsonaro é pior do que Jânio Quadros

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

No dia 29 de dezembro de 2018, três dias antes da posse de Bolsonaro, escrevi uma coluna na página 2 da Folha com este título:

“Vem aí outro Jânio Quadros?”.

Diante do desastre ferroviário do governo Bolsonaro, como diria Mino Carta, em menos de cinco meses já tem muita gente comparando estes dois presidentes, mas isso é injusto.

Jânio também tinha jeito de maluco, mas era professor, um homem culto.

Antes ser de eleito presidente, foi prefeito e governador de São Paulo e, em seu governo, contou com ministros muito competentes e respeitados.

Carla Zambelli e sua turma de monarquistas

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em 1993, Jô Soares entrevistou Bertrand Maria José Pio Januário Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança, mais conhecido como “Dom” Bertrand, o príncipe imperial brasileiro que lidera um movimento que pretende reinstaurar a monarquia no país. O trineto de Dom Pedro II passou a entrevista enfileirando uma série de deturpações históricas: o Brasil não foi explorado por Portugal - “absolutamente não” -, monarquias africanas não são monarquias, não existe racismo no Brasil e a escravidão aqui foi muito menor do que em outros países. O príncipe também apelou para o fantasma do comunismo para justificar a ligação da família real com a Tradição, Família e Propriedade, a TFP, e o golpe de 1964. Bertrand também lançou mão de um delírio que hoje está na moda: “Não há nenhuma diferença essencial entre nazismo e comunismo”.