Lava-Jato favorece mercado de multa nos EUA

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A Lava Jato criou um mercado bilionário de arrecadação de multas de empresas brasileiras. Este mercado, porém, não foi criado no Brasil, mas para os EUA.

Reportagem do jornal Valor revelou que entre 2016 e 2018, 30% das multas aplicadas pelos Estados Unidos a empresas estrangeiras com base na Lei [norte-americana] de Práticas de Corrupção no Exterior, penalizaram empresas brasileiras.

A reportagem apurou que neste período as companhias brasileiras desembolsaram U$ 7,3 bilhões. De acordo com representante de escritório de advocacia especializado na indústria de multas pró-EUA, “a forte concentração de pagamentos por empresas brasileiras nesses últimos três anos é reflexo da Operação Lava-Jato”.

As manifestações e o Jornalismo Matrix

Por Gilberto Maringoni

Eu estava errado em minha avaliação sobre os atos de ontem (26).

Escrevi que as manifestações foram médias em São Paulo e Rio (em relação ao 15 de maio) e fracas em outras tantas dezenas de cidades pelo país.

Opinei que Bolsonaro cometera um erro tático e que se enfraquecera dentro da coalizão reacionária que compõe os três poderes da República. O Congresso ganhara peso relativo na balança.

Eu não contava com a astúcia da grande mídia.

As manchetes dos ex-jornalões colocam no chinelo qualquer roteirista de Matrix (1999) ou de outros filmes que lidam com realidade virtual.

A prioridade é preparar a greve geral

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Qualquer que venha a ser o volume das mobilizações anti-democráticas convocadas para hoje, é preciso refletir a respeito de um ponto.

Ainda que o bolsonarismo se encontre numa curva descendente, como mostram as ruas e as pesquisas de opinião, cabe reconhecer que o país continua polarizado, cinco meses depois da posse de um presidente eleito com 57 milhões de votos.

Em função de uma escandalosa incapacidade política para apontar anunciar qualquer saída crível para as grandes mazelas do país - desemprego, pobreza crescente - Bolsonaro passa dificuldades no Congresso, é alvo de críticas duras na mídia de maior credibilidade. Também assiste ao afastamento de lideranças militares que lhe deram sustentação na campanha e de aliados políticos indispensáveis para sua chegada ao Planalto. Mesmo as minúsculas parcelas de artistas e intelectuais que lhe davam apoio querem distância.

Folha manipula noticiário sobre ato fascista

Por Luís Felipe Miguel, no Diário do Centro do Mundo:

A Folha quer nos fazer acreditar que as manifestações de ontem foram predominantemente em favor de Guedes e do fim da previdência.

Mesmo no próprio jornal, não há uma foto que corrobore essa afirmação. A custo, em toda a cobertura, aparecem dois depoimentos nesta direção – um deles de um jovem ajudante de pedreiro que afirma estar na rua “pelo pacote do Moro, pela reforma da previdência e contra os ministros do STF”.

A última parte do discurso do ajudante de pedreiro é, na verdade, a que dominou as ruas. Ele mesmo desenvolve a ideia, na continuação de sua fala: “Bolsonaro está tentando governar, mas tem interferência do Parlamento”.

Capitão vai às ruas e perde de goleada

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Bolsonaro resolveu medir forças com o Brasil civilizado, que defende a Educação e a democracia, e perdeu de goleada.

Por mais que as televisões quisessem ajudar, os “protestos a favor” do governo, do pacote de Sergio Moro e da reforma da Previdência, foram um fracasso de público e de crítica, uma repetição dos 7 a 1 do Mineirão de triste lembrança.

Na hora marcada para as manifestações, havia pouca gente nas ruas e, apesar do esforço de repórteres e cinegrafistas, o fracasso era evidente.

Nada de novo no front

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Não obstante os riscos que corre a ordem institucional democrática, o processo político brasileiro segue sua rota de extrema previsibilidade. Em face dos percalços e dos sustos – os solavancos de nosso cotidiano –, ninguém, nenhuma força política, pode alegar qualquer sorte de surpresa. O agravamento do desgaste do novo regime, à mercê, por enquanto, da crassa imperícia do capitão e seus ajudantes imediatos, é a crônica de fatos de há muito escritos pois esperados desde o primeiro dia do governo, sendo o capitão personagem do baixo clero há cerca três décadas. Todos os atores da trama (pessoas e instituições) são conhecidos em seus propósitos, objetivos e limitações. Não há nada de novo na cena.

Uber: assim começam as greves do futuro

Por Felipe Moda e Marco Antonio G. de Oliveira, no site Outras Palavras:

No último dia 8 de maio, motoristas “parceiros e parceiras” que trabalham nas principais empresas de transporte de passageiros por aplicativo como Uber, Cabify, 99 e Lyft realizaram uma grande manifestação global por melhores condições de trabalho. A data escolhida pela legião de trabalhadores e trabalhadoras para a realização dos protestos foi um dia antes de a maior empresa do setor, a Uber, estrear seus papéis na bolsa estadunidense.

Previdência e a maldade com as mulheres

Por Alexandre Padilha, no jornal Brasil de Fato:

Se tem um seguimento da nossa população que a proposta da Previdência de Bolsonaro é mais cruel, são as mulheres. Estou absolutamente convencido disso, a partir das propostas de mudança em relação à idade mínima, às contribuições das trabalhadoras rurais, das professoras e das viúvas que recebem pensão. Isso ficou mais nítido nas audiências públicas que estou conduzindo no estado de São Paulo, como parte da Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados, especificamente para ouvir estudos de lideranças e técnicos sobre o impacto da proposta do Bolsonaro na vida das mulheres.

A situação de Bolsonaro é muito grave

Por Renato Rovai, em seu blog:

Após o sucesso das manifestações em defesa da educação no dia 15 de maio, Bolsonaro convocou sua tropa para ir às ruas neste dia 26. Havia muita expectativa acerca do tamanho delas, principalmente depois que movimentos como MBL e Vem Pra Rua, entre outros, decidiram não apoiar a decisão do presidente.

Se os atos não foram um mico total, o resultado geral é mais negativo do que positivo para Bolsonaro. Só no Rio de Janeiro e em São Paulo que as manifestações tiveram alguma relevância. E mesmo na avenida Paulista, local que concentrou mais gente, a frase que melhor define o que ocorreu é a do colunista da Folha, José Simão.


Escolha de Sofia: impeachment ou não?

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – impeachment, teoria e realidade

Em meu longo trajeto no jornalismo econômico, aprendi uma verdade comprovada: no campo das ciências sociais (dentre as quais se inclui a política) só existe teoria aplicada à realidade. Não existe a teoria solta no ar, como um passarinho. Vale para a economia, a política, o direito.

Um dos grandes dramas brasileiros que impediu, aliás, que o país deslanchasse no período das grandes transformações globais, dos anos 90 em diante, foi a teoria econômica se impondo sobre a realidade.

Digo isso a respeito das discussões sobre o impeachment ou não de Bolsonaro.

As novas mentiras de Palocci

Do site de Dilma Rousseff:

A propósito da reportagem “Palocci diz que André Esteves deu R$ 5 mi para ser o ‘banqueiro do pré-sal’”, publicada pela Folha de S.Paulo neste sábado, 25 de maio, a assessoria de imprensa de Dilma Rousseff esclarece:

1. Mais uma vez, delações vazadas para a imprensa tentam manchar a honra de Dilma Rousseff. Foi assim durante seu governo, quando a Justiça Federal a grampeou ilegalmente e vazou trechos de sua conversa telefônica com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem autorização do Supremo Tribunal Federal, para desestabilizar seu governo.

O marco regulatório das Organizações Sociais

Por Juliana Streicher Fuzaro

A legislação das organizações sociais é constantemente questionada e alterada. Com diversas tipificações de organizações e certificados para as mesmas, que varia de acordo com sua natureza, o que fazem e para quem fazem, os órgãos de controle possuem dificuldades para atuar, mesmo com a regulamentação destas na Constituição Federal de 1988. Após os anos 2000, muito se repercutiu sobre escândalos de corrupção e desvio de recursos (CPI 2009), colocando em xeque a credibilidade destas organizações. Apesar da visibilidade, a gravidade é duvidosa, uma vez que, em 2014 havia mais de 8.000 organizações no país e a parcela envolvida nesses casos era mínima.