segunda-feira, 24 de junho de 2019

Lula: "Por que tanto medo da verdade?"

Do site Lula:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou nesta segunda-feira (24) uma carta ao ex-chanceler Celso Amorim, um dos coordenadores da luta internacional em defesa de sua liberdade, em que fala sobre o julgamento de seu Habeas Corpus no STF. “Meus advogados recorreram ao Supremo Tribunal Federal, para que eu tenha finalmente um processo e um julgamento justos, o que nunca tive nas mãos de Sergio Moro. Muita gente poderosa, no Brasil e até de outros países, quer impedir essa decisão, ou continuar adiando, o que dá no mesmo para quem está preso injustamente”, escreveu o ex-presidente.

Lava-Jato: Os fins justificam os meios?

Por Lenio Luiz Streck, no site Consultor Jurídico:

A raposa vai ao moinho até que um dia perde o focinho, diz um velho ditado. Novas revelações, desta vez pela Folha de S.Paulo, trazem novos capítulos desse que pode ser considerado o maior escândalo da Justiça brasileira pós-1988.

Primeiro, é necessário registrar o que disse a Folha sobre a autenticidade dos documentos: ao seu exame, não detectou qualquer adulteração (p. A5, edição de 23/6/2019).

Somando isso ao fato de que nem Moro nem Dallagnol, de início, negaram os conteúdos, o jogo parece que já tem campo para ser jogado. Já não se trata simplesmente de “sensacionalismo” ou “prova ilícita” (pela enésima vez, prova ilícita pode, sim, ser usada a favor da defesa!). Já não dá para negar as evidências. É lipstick in interulus, como se diria em latim gauchês.

Desabou o mundo do Moro e do Dallagnol

Por Jeferson Miola, em seu blog:                       

O mundo do ainda ministro Sérgio Moro e do ainda procurador Deltan Dallagnol desabou. Estão expostas as vísceras da farsa protagonizada por eles.

O esquema mafioso operado secretamente, na sombra da fachada institucional da Lava Jato, veio abaixo; foi desmascarado. O mundo inteiro agora conhece as entranhas daquilo que o ministro do STF Gilmar Mendes nomeou como organização criminosa. Máfia mesmo.

A cada dia amplia a divulgação, por diferentes órgãos de comunicação, dos ilícitos e arbítrios praticados. O mega-escândalo de corrupção do judiciário brasileiro ganhou centralidade no noticiário nacional e internacional.

O general Heleno pediu, o Supremo atendeu

Por Paulo Moreira Leite, no seu blog:

Não vamos nos iludir. A decisão de adiar o julgamento do recurso de Lula, que poderia abrir caminho para sua liberdade, não tem menor fundamento jurídico, mas é um sinal político.

Lula deve ser condenado à "prisão perpétua", disse o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, num café da manhã no Planalto, na presença de Bolsonaro e de jornalistas que fazem a cobertura da presidência.

Num país onde legislação não prevê a pena de prisão perpétua, a única forma de a Justiça atender a vontade do general é obrigar um réu - Lula, no caso - cumprir um conjunto acumulado de condenações, de tal modo que nunca tenha chance de sair da cadeia.

O adiamento cumpre essa função.

"Nova Ordem" escancara o Brasil dos canalhas

Por Paulo Donizetti de Souza, na Rede Brasil Atual:

Para quem ainda não compreendeu o que está acontecendo com o Brasil, o novo livro de ficção de Bernardo Kucinski desenha. Narrada em dois tempos – o ambiente de um país dominado pela canalhice e as explicações dessa canalhice em notas de rodapé – a novela A Nova Ordem (Editora Alameda, 180 páginas) é mais do que um enredo baseado em fatos reais, como os outros cinco lançados pelo ex-jornalista (se é que é possível deixar de sê-lo) e professor aposentado da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).

É uma caricatura daquilo que a hipocrisia nacional – da imprensa, das instituições da República e daquela parcela da população que punha a camisa da CBF e batia panelas – transformou em governo Jair Bolsonaro.


Vaza-Jato: sistema judicial contra a parede

Por Marcelo Baumann Burgos, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Mesmo para os que já eram críticos da Operação Lava Jato, a leitura dos diálogos entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores federais, notadamente Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, choca e gera repulsa. Publicados e editados pelo site Intercept, e logo apelidados de Vaza Jato, os diálogos são, no entanto, bem mais do que um deslize promíscuo de autoridades do sistema judicial brasileiro, pois o que se vê na troca de mensagens é que elas são uma extensão do processo judicial, fora dos autos, e com decisivo efeito sobre seu resultado. Tal troca de mensagens é, por isso mesmo, um documento público. Nesse sentido, sua revelação apenas torna pública conversas de natureza essencialmente pública, afinal, é enquanto autoridades estatais – e não como pessoas físicas – que juiz e promotores estão se relacionando na esfera propiciada pelo aplicativo de comunicação instantânea, o Telegram.

MST rebate denúncias feitas pelo Fantástico

Do site do MST:

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul vem a público para esclarecer à sociedade questões referentes às denúncias de fraudes na Reforma Agrária, apontadas no programa Fantástico da Rede Globo.

A reportagem, que foi ao foi ao ar no último domingo (23), trata de casos de venda de lotes em assentamentos gaúchos.

O MST reforça que esse tipo de prática não é apoiada pelo Movimento e que, quando de conhecimento, sempre foi denunciada ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Informamos ainda que os casos mostrados na reportagem são isolados e não representam a verdadeira face da Reforma Agrária.

A reestruturação produtiva e o trabalho

Por Renato Rabelo, no site da Fundação Maurício Grabois:

Introdução

Segundo Karl Marx, as Revoluções Industriais têm sido mais revolucionárias na transformação das sociedades que os próprios maiores revolucionários de cada época. Essas revoluções produzem mudanças disruptivas na formação das forças produtivas, que modificam as relações de produção e levam a transformações na superestrutura estatal, no Estado, nas suas instituições e nas relações sociais.

Moro se faz de vítima

Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:

Em depoimento no Senado Federal, o ministro Sérgio Moro tentou se livrar da marca de chefe do conluio pra retirar o ex-presidente Lula da política, pela via judicial.

Ele se disse vítima de hackeres (piratas da net), que teriam invadido sua página e retirado os diálogos que depois foram divulgados no Portal Intercept, do jornalista Glenn Greenwald, nos Estados Unidos.

Ao se vitimizar, o ex-juiz disse que o convívio (a promiscuidade) de juízes com procuradores “é normal”, no Brasil. Mas foi desmentido por juristas e até pela associação de magistrados, que não aceitou o clima de normalidade em situação de flagrante ilicitude. Criminoso, na versão dele, é quem revelou as ilegalidades praticadas por ele.

Moro, que fala em ratos, foge de depor

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Sérgio Moro, que apela para o latim para falar que “a montanha pariu um rato”, pode ter feito alguma associação involuntária com o fato de que ratos costumam se entocar quando percebem que estão sendo vistos.

O site que se deveria chamar O Bolsonarista, que serve de porta-voz ao ministro, está anunciando que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Felipe Francischini, “já foi avisado” que Moro não irá mais à audiência prevista para a semana que começa.

Vaza-Jato: Moro de Tolo

Por Marcelo Zero

Moro, o grande herói dos parvos e dos néscios, não tem grande domínio da língua portuguesa. Com alarmante frequência, a maltrata como uma candidata à delação premiada. A conduz coercitivamente pelas masmorras dos erros gramaticais e ortográficos, sem falar das correntes estilísticas e dos cadeados semânticos. 

Não obstante, o improvável herói, como soe acontecer no nosso meio jurídico, gosta de citações em latim, mesmo não tendo muita intimidade com sua última flor.

Nesse último dia 23, o Brasil amanheceu aquinhoado com profundo e sábio twitter do herói. A propósito da reportagem da Folha com novos diálogos da insopitável dupla Moro/Dallagnol, o herói citou Horácio: parturiunt montes, nascetur ridiculus mus. Em português aproximado, “as montanhas dão à luz, nascerá um rato ridículo”. Ou, mais popularmente, a montanha pariu um rato.