quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Império dos acionistas mina sociedade livre
Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:
Em meio às turbulências do capitalismo global, a Boston Review ofereceu aos leitores recordações de 1962. Conta a revista que, nesse ano da graça, Milton Friedman publicou o livro Capitalism and Freedom. Nele, o economista libertário sustentou ardorosamente a excelência dos mercados livres e disparou contra a intervenção governamental.
O livro também foi crucial para a defesa da primazia dos acionistas: as corporações não devem ter outro propósito, senão maximizar os lucros para seus acionistas. “Poucas tendências”, Friedman escreveu, “poderiam minar tão completamente os fundamentos de nossa sociedade livre quanto a aceitação da responsabilidade social pelos gestores corporativos, cujas obrigações devem se restringir a ganhar dinheiro para seus acionistas.”
O livro também foi crucial para a defesa da primazia dos acionistas: as corporações não devem ter outro propósito, senão maximizar os lucros para seus acionistas. “Poucas tendências”, Friedman escreveu, “poderiam minar tão completamente os fundamentos de nossa sociedade livre quanto a aceitação da responsabilidade social pelos gestores corporativos, cujas obrigações devem se restringir a ganhar dinheiro para seus acionistas.”
Previdência, o debate desonesto
Por Denise Lobato Gentil, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
O livro de Eduardo Fagnani é muito bem definido nas suas primeiras páginas: “um ato exasperado diante da estúpida imposição de novo retrocesso ao processo civilizatório brasileiro”. Não há melhores palavras para definir o que o autor sente e enfrenta no país nestes tempos sombrios. Depois de décadas de intensa luta, Fagnani escreve um livro que expressa o auge de sua angústia e o fervor de sua devoção à defesa dos direitos sociais e ao combate à pobreza.
As vísceras do crime de Moro e Dallagnol
Por Renato Rovai, em seu blog:
Jornalistas sérios que cobrem Brasília e mantém ao menos meia dúzia de fontes para checar suas análises ou reportagens sabiam que Lula nunca quis ser ministro de Dilma. Sabiam também que só aceitou quando viu a lama do impeachment já no terceiro andar do Palácio do Planalto e que percebeu que ou entrava no jogo ou ele se decidiria contra o governo.
Jornalistas sérios que cobrem Brasília e mantém ao menos meia dúzia de fontes para checar suas análises ou reportagens sabiam que Lula nunca quis ser ministro de Dilma. Sabiam também que só aceitou quando viu a lama do impeachment já no terceiro andar do Palácio do Planalto e que percebeu que ou entrava no jogo ou ele se decidiria contra o governo.
Aviso de incêndio no Brasil
Charge: Galo Paredes/Equador |
Existe um quadro de Klee intitulado Angelus Novus.
Nele está representado um anjo, que
parece estar a ponto de afastar-se de algo em
que crava o seu olhar. Seus olhos estão
arregalados, sua boca está aberta e suas asas
estão estiradas. O anjo da história tem de
parecer assim. Ele tem seu rosto voltado para
o passado. Onde uma cadeia de eventos aparece
diante de nós, ele enxerga uma única catástrofe,
que sem cessar amontoa escombros sobre
escombros e os arremessa a seus pés. Ele bem
que gostaria de demorar-se, de despertar os
mortos e juntar os destroços. Mas do paraíso
sopra uma tempestade que se emaranhou em
suas asas e é tão forte que o anjo não pode mais
fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente
para o futuro, para o qual dá as costas, enquanto o
amontoado de escombros diante dele cresce até o céu.
O que nós chamamos de progresso é essa tempestade.
(Lowy, Michael. Walter Benjamin: Aviso de Incêndio.
Uma leitura das teses “Sobre o conceito de história”.
Boitempo, 2005, Tese X, p. 87).
O fogo é um sinal.
Não é apenas a metáfora de um país em chamas. É um país em chamas.
Capaz de transformar o dia em noite na principal metrópole do Brasil.
Partículas vindas desde a mata amazônica, a chorar sua morte impune.
A ultradireita global tenta o tudo-ou-nada
Charge: Antonio Rodríguez/México |
A estupidez não tira férias?
No final de agosto, a troika ultradireitista formada por Donald Trump, Boris Johnson e Jair Bolsonaro provou mais uma vez que os Estados Unidos, o Reino Unido e o Brasil estariam até melhores sem governante algum do que com esses personagens duvidosos que fingem governar os países.
Nos três casos, os governantes intensificaram suas políticas de destruição nacional nos últimos meses, de maneira a afastar até seus apoiadores antigos. Mais uma vez, demonstraram que não têm qualquer interesse em “make America, Reino Unido ou Brasil great again”. Só estão interessados em fazer o maior estrago possível até que sejam arrastados para fora do poder.
No final de agosto, a troika ultradireitista formada por Donald Trump, Boris Johnson e Jair Bolsonaro provou mais uma vez que os Estados Unidos, o Reino Unido e o Brasil estariam até melhores sem governante algum do que com esses personagens duvidosos que fingem governar os países.
Nos três casos, os governantes intensificaram suas políticas de destruição nacional nos últimos meses, de maneira a afastar até seus apoiadores antigos. Mais uma vez, demonstraram que não têm qualquer interesse em “make America, Reino Unido ou Brasil great again”. Só estão interessados em fazer o maior estrago possível até que sejam arrastados para fora do poder.
Nomeação de 03 avacalha diplomacia
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
A crença é que a natureza política do posto deveria garantir, automaticamente, a nomeação de 03 para o mais importante cargo da diplomacia brasileira no exterior. É como se, resolvida a questão administrativa-jurídica, não houvesse um debate político a ser travado e grandes questionamentos a serem feitos. Engano.
A principal esperança de Jair Bolsonaro fugir de uma denúncia óbvia de nepotismo e emplacar o filho Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil em Washington reside na noção de que a nomeação envolve um "posto político".
A crença é que a natureza política do posto deveria garantir, automaticamente, a nomeação de 03 para o mais importante cargo da diplomacia brasileira no exterior. É como se, resolvida a questão administrativa-jurídica, não houvesse um debate político a ser travado e grandes questionamentos a serem feitos. Engano.