Por Altamiro Borges
A mídia monopolista – que adora o programa ultraneoliberal de Jair Bolsonaro, mas que teme a sua agenda civilizatória regressiva e o seu autoritarismo na política – até que tentou fazer as pazes com o “capetão” no final do ano. No clima festivo do período, ela propagou descaradamente a retomada do crescimento da economia, criando um clima de otimismo com a falaciosa explosão das vendas de natal e parcial queda do desemprego.
A tentativa de reconciliação, porém, não teve a devida retribuição do ingrato – que só chegou à presidência da República graças à mídia burguesa, que chocou o ovo da serpente fascista no Brasil. Nesta segunda-feira (6), em uma de suas primeiras entrevistas improvisadas no início de 2020, Jair Bolsonaro voltou a atacar os jornalistas. Na entrada do Palácio da Alvorada, onde cumprimentou alguns bolsominions, ele rosnou: “Vocês são uma espécie em extinção. Eu acho que vou botar os jornalistas do Brasil vinculados ao Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente]. Vocês são uma raça em extinção”.
O “capetão” também atacou o site UOL, pertencente ao Grupo Folha, e fez questão de ressaltar que cancelou as assinaturas de jornais e revistas para este ano. “É importante a informação, não a desinformação ou o fake news. Por exemplo, eu cancelei todos os jornais do Palácio do Planalto. Todos, todos, não recebo mais papel de jornal ou revista. Quem quiser que vai comprar", esbravejou. Segundo levantamento, foram canceladas as assinaturas de sete jornais e oito revistas – com um custo anual de R$ 580 mil.
O primeiro ataque do ano aos jornalistas recebeu o rechaço imediato da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), atualmente sob uma direção mais combativa. Vale conferir a nota divulgada pela entidade:
*****
O país e o mundo têm sido surpreendidos, a cada momento, por declarações estapafúrdias do presidente da República e de seus auxiliares mais próximos. Até a manhã desta segunda-feira (6), a mais recente dessas declarações tinha sido a de que os jornalistas são “uma espécie em extinção”, que, como tal, deveriam ficar sob os cuidados do Ibama.
O presidente não deve confundir o que talvez seja um desejo oculto seu com a realidade.
Enquanto a informação for uma necessidade vital nas sociedades modernas, e ela será sempre, o jornalismo vai continuar a existir.
E, com certeza, sobreviverá por mais tempo do que políticos inimigos da democracia, que, estes sim, tendem a ser engolidos pela história.
* Paulo Jerônimo de Sousa - presidente da ABI.
A mídia monopolista – que adora o programa ultraneoliberal de Jair Bolsonaro, mas que teme a sua agenda civilizatória regressiva e o seu autoritarismo na política – até que tentou fazer as pazes com o “capetão” no final do ano. No clima festivo do período, ela propagou descaradamente a retomada do crescimento da economia, criando um clima de otimismo com a falaciosa explosão das vendas de natal e parcial queda do desemprego.
A tentativa de reconciliação, porém, não teve a devida retribuição do ingrato – que só chegou à presidência da República graças à mídia burguesa, que chocou o ovo da serpente fascista no Brasil. Nesta segunda-feira (6), em uma de suas primeiras entrevistas improvisadas no início de 2020, Jair Bolsonaro voltou a atacar os jornalistas. Na entrada do Palácio da Alvorada, onde cumprimentou alguns bolsominions, ele rosnou: “Vocês são uma espécie em extinção. Eu acho que vou botar os jornalistas do Brasil vinculados ao Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente]. Vocês são uma raça em extinção”.
O “capetão” também atacou o site UOL, pertencente ao Grupo Folha, e fez questão de ressaltar que cancelou as assinaturas de jornais e revistas para este ano. “É importante a informação, não a desinformação ou o fake news. Por exemplo, eu cancelei todos os jornais do Palácio do Planalto. Todos, todos, não recebo mais papel de jornal ou revista. Quem quiser que vai comprar", esbravejou. Segundo levantamento, foram canceladas as assinaturas de sete jornais e oito revistas – com um custo anual de R$ 580 mil.
O primeiro ataque do ano aos jornalistas recebeu o rechaço imediato da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), atualmente sob uma direção mais combativa. Vale conferir a nota divulgada pela entidade:
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O país e o mundo têm sido surpreendidos, a cada momento, por declarações estapafúrdias do presidente da República e de seus auxiliares mais próximos. Até a manhã desta segunda-feira (6), a mais recente dessas declarações tinha sido a de que os jornalistas são “uma espécie em extinção”, que, como tal, deveriam ficar sob os cuidados do Ibama.
O presidente não deve confundir o que talvez seja um desejo oculto seu com a realidade.
Enquanto a informação for uma necessidade vital nas sociedades modernas, e ela será sempre, o jornalismo vai continuar a existir.
E, com certeza, sobreviverá por mais tempo do que políticos inimigos da democracia, que, estes sim, tendem a ser engolidos pela história.
* Paulo Jerônimo de Sousa - presidente da ABI.
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