sexta-feira, 13 de março de 2020

Jair Messias vai para a quarentena?

Por Eric Nepomuceno

Três dias depois de Jair Messias, em sua turnê de vassalagem explícita ao seu ídolo Donald Trump, ter dito na Flórida que as notícias alarmantes sobre o coronavírus eram fantasia da grande mídia, o secretário Especial de Comunicação, Fabio Wajngarten, foi diagnosticado com a doença.

Conhecido por ter uma empresa que recebe dinheiro das mesmas emissoras de televisão a quem concede verbas mais que generosas, Wajngarten cometeu outra façanha: posou numa foto ao lado de Trump.

Se já estava com o coronavírus no tal jantar do espetáculo de submissão de Jair Messias e sua trupe é algo que não se sabe. Terá ele contaminado o ídolo do seu chefe?

Enquanto permanece a dúvida, assim que seu diagnóstico foi anunciado a trupe presidencial inteira passou a ser monitorada.

O certo seria colocar todo mundo de quarentena, o que teria um efeito paralelo extremamente benéfico para o país.

Pelo menos ninguém mais estaria vulnerável ao disparo cotidiano de boçalidades presidenciais.

Há, em todo caso, um detalhe: tão grave como o coronavírus para a saúde pública, é o bolsonavírus para a saúde do país.

Se no campo da saúde pública medidas estão sendo anunciadas – resta saber se sobrou estrutura para o que se faz necessário –, no campo da economia o bolsonavírus e seu agente transmissor, o ex funcionário de Augusto Pinochet que atende pelo nome de Paulo Guedes, continuam ativos em sua destruição devastadora.

E diante desta pandemia específica, ninguém parece ter medidas de urgência para sanear a devastação.

A Bolsa derrete, o real derrete apesar dos bilhões de dólares das reservas que são queimados a cada dia, e não há saída à vista.

Comprovando uma vez mais que entre ele e a realidade não há vínculo algum, lá na Flórida Jair Messias disse que as bolsas caem ‘esporadicamente’, e que naquela mesma segunda-feira, 9 de março, a de São Paulo já estava reagindo, não há nenhum antecedente histórico de um despencar tão olímpico: nada é comparável ao derretimento atual.

Aliás, a de São Paulo é a bolsa que acumula maior queda no mundo, e o real a moeda que mais perdeu valor diante do dólar e do euro.

Resta esperar por uma medida extrema: se não pelo coronavírus, Jair Messias devia ser mandado para quarentena para não continuar a espalhar o bolsonavírus.

Pensando bem, quarentena talvez seja insuficiente: o correto seria decretar sua interdição de uma vez por todas.

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