Por Jeferson Miola, em seu blog:
Ao final do ato inconstitucional [3/5] em que sua matilha ensandecida em frente ao Palácio do Planalto pedia o fechamento do Congresso e do STF, Bolsonaro avisou: “Acabou a paciência, não tem mais conversa. Daqui pra frente faremos cumprir a Constituição a qualquer preço”.
Bolsonaro já tinha avisado antes [20/5], ao estilo Luis XIV, que “A Constituição sou eu!”.
Na 5ª feira, 7 de maio, Bolsonaro marchou “rumo” ao STF [ou “sobre” o STF?] ladeado de ministros militares e acompanhado do ministro civil da Economia que serviu à ditadura sangrenta de Pinochet e de empresários. Tudo com direito a transmissão ao vivo pelas milícias digitais aboletadas no Planalto.
Guardadas as diferenças de época, multitude e circunstância, a marcha do Bolsonaro sobre o Supremo tem significado simbólico equiparável à Marcha sobre Roma comandada desde Milão por Mussolini em outubro de 1922. Aquela marcha massiva na Itália significou um golpe de morte na democracia liberal, e marcou a ascensão irreversível do fascismo ao poder.
No mesmo dia que Bolsonaro peitou a Suprema Corte, o presidente do Superior Tribunal de Justiça [STJ] João Otávio Noronha declarou ao site jurídico JOTA que o “Brasil vive um esplendor democrático”.
Na entrevista, um Noronha interessado na vaga de ministro do Supremo mostrou-se disposto a acobertar o crime de Bolsonaro contra a saúde pública, cujo julgamento pelo STF pode causar a cassação e a condenação do genocida à prisão: “Não é nada republicano exigir que o presidente dê os seus exames”, disse o “prodígio” jurista [aqui].
O projeto ditatorial estava no horizonte dos setores que operaram no interior dos movimentos de desestabilização do governo Dilma de 2013 em diante e que hoje se permitem militar orgulhosamente pela causa nazi-fascista sem segredos, à luz do dia e de peito aberto. Com a abertura da tampa da cloaca, eles saltaram à superfície.
A conspiração Globo-Lava-Jato-Cunha-Aécio-FHC-Temer para derrubar Dilma não teve contradição em abrigar aqueles movimentos que pediam intervenção militar e soluções autoritárias.
A impunidade da homenagem do Bolsonaro ao bárbaro torturador Brilhante Ustra naquela “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”, como um jornalista português designou a sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a farsa do impeachment, é a evidência assombrosa da opção do bloco dominante pela evolução da política brasileira em direção à extrema-direita e ao fascismo.
A eleição do Bolsonaro, que se seguiu à reocupação de espaços estratégicos do Estado brasileiro pelos militares na gestão Temer, deu vazão àquelas aspirações ditatoriais.
Há um propósito evidente de aprofundamento do Estado de Exceção instalado no país a partir da corrupção do sistema de justiça por procuradores da Lava Jato em conluio com juízes de todos níveis do judiciário sob o patrocínio do governo dos Estados Unidos.
Nos últimos dias os ataques, as tensões e as investidas antidemocráticas foram intensificadas para testar a resistência das instituições e a resistência do sistema. Os ataques tornaram-se mais agressivos e atrevidos, numa espécie de luta final entre ditadura e Estado de Direito.
Tomou-se conhecimento, por exemplo, da existência do grupo paramilitar bolsonarista 300 do Brasil integrado por fanáticos uniformizados, adestrados e treinados para cumprir missões violentas e atentados terroristas contra pessoas e instituições. A existência deste grupo é coerente com a denúncia de um militante lavajatista arrependido que, depois do rompimento do Moro com Bolsonaro, denunciou que “o objetivo mais implícito do Olavo de Carvalho é que o Brasil entre em guerra civil” [aqui].
Em 9/5, o líder do centrão Roberto Jefferson [PTB] posa com fuzil, diz estar se “preparando para combater o bom combate” e defende que Bolsonaro “precisa demitir e substituir os 11 ministros do STF”.
Dias antes, em reunião ministerial, o ignóbil e ignorante ministro da Educação tratou os ministros da Suprema Corte como “11 filhos-da-puta”.
Pelo menos desde 4ª feira, 6/5, o STF e o Congresso têm conhecimento de vídeo em que terroristas bolsonaristas convocam “um comboio organizado para chegar a Brasília […] para darmos cabo dessa patifaria que está estabelecida no nosso país há 35 anos, por aquela casa maldita ali, STF, com 11 gângster, que têm destruído a nossa nação. São aliados com o Foro de São Paulo e o narcotráfico internacional”.
A negação desta clara ofensiva do extremismo fascista poderá ser fatal. Qualquer pessoa que pede intervenção militar não está exercendo direito à liberdade de expressão; está cometendo um crime contra o ordenamento jurídico e a Constituição; e, por isso, deve ser processado e levado à prisão.
A reação tíbia do Congresso e do STF, que podem e devem agir para salvaguardar o pouco que resta do Estado de Direito, poderá custar o aprisionamento do país por tiranos liderados pelo genocida Jair Bolsonaro, o candidato a Hitler brasileiro.
Chegou a hora das instituições provarem que “estão funcionando normalmente”, como costumam dizer. Chegou a hora de mostrar que acabou a paciência com Bolsonaro, que ele não é a Constituição, que ele não será o Luis XIV do Brasil.
É essencial pôr fim imediato a este governo genocida e realizar eleição limpa e livre para escolher um governo digno, com capacidade para salvar vidas em meio à pandemia e dar início à reconstrução do país depois da barbárie.
Ao final do ato inconstitucional [3/5] em que sua matilha ensandecida em frente ao Palácio do Planalto pedia o fechamento do Congresso e do STF, Bolsonaro avisou: “Acabou a paciência, não tem mais conversa. Daqui pra frente faremos cumprir a Constituição a qualquer preço”.
Bolsonaro já tinha avisado antes [20/5], ao estilo Luis XIV, que “A Constituição sou eu!”.
Na 5ª feira, 7 de maio, Bolsonaro marchou “rumo” ao STF [ou “sobre” o STF?] ladeado de ministros militares e acompanhado do ministro civil da Economia que serviu à ditadura sangrenta de Pinochet e de empresários. Tudo com direito a transmissão ao vivo pelas milícias digitais aboletadas no Planalto.
Guardadas as diferenças de época, multitude e circunstância, a marcha do Bolsonaro sobre o Supremo tem significado simbólico equiparável à Marcha sobre Roma comandada desde Milão por Mussolini em outubro de 1922. Aquela marcha massiva na Itália significou um golpe de morte na democracia liberal, e marcou a ascensão irreversível do fascismo ao poder.
No mesmo dia que Bolsonaro peitou a Suprema Corte, o presidente do Superior Tribunal de Justiça [STJ] João Otávio Noronha declarou ao site jurídico JOTA que o “Brasil vive um esplendor democrático”.
Na entrevista, um Noronha interessado na vaga de ministro do Supremo mostrou-se disposto a acobertar o crime de Bolsonaro contra a saúde pública, cujo julgamento pelo STF pode causar a cassação e a condenação do genocida à prisão: “Não é nada republicano exigir que o presidente dê os seus exames”, disse o “prodígio” jurista [aqui].
O projeto ditatorial estava no horizonte dos setores que operaram no interior dos movimentos de desestabilização do governo Dilma de 2013 em diante e que hoje se permitem militar orgulhosamente pela causa nazi-fascista sem segredos, à luz do dia e de peito aberto. Com a abertura da tampa da cloaca, eles saltaram à superfície.
A conspiração Globo-Lava-Jato-Cunha-Aécio-FHC-Temer para derrubar Dilma não teve contradição em abrigar aqueles movimentos que pediam intervenção militar e soluções autoritárias.
A impunidade da homenagem do Bolsonaro ao bárbaro torturador Brilhante Ustra naquela “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”, como um jornalista português designou a sessão da Câmara dos Deputados que aprovou a farsa do impeachment, é a evidência assombrosa da opção do bloco dominante pela evolução da política brasileira em direção à extrema-direita e ao fascismo.
A eleição do Bolsonaro, que se seguiu à reocupação de espaços estratégicos do Estado brasileiro pelos militares na gestão Temer, deu vazão àquelas aspirações ditatoriais.
Há um propósito evidente de aprofundamento do Estado de Exceção instalado no país a partir da corrupção do sistema de justiça por procuradores da Lava Jato em conluio com juízes de todos níveis do judiciário sob o patrocínio do governo dos Estados Unidos.
Nos últimos dias os ataques, as tensões e as investidas antidemocráticas foram intensificadas para testar a resistência das instituições e a resistência do sistema. Os ataques tornaram-se mais agressivos e atrevidos, numa espécie de luta final entre ditadura e Estado de Direito.
Tomou-se conhecimento, por exemplo, da existência do grupo paramilitar bolsonarista 300 do Brasil integrado por fanáticos uniformizados, adestrados e treinados para cumprir missões violentas e atentados terroristas contra pessoas e instituições. A existência deste grupo é coerente com a denúncia de um militante lavajatista arrependido que, depois do rompimento do Moro com Bolsonaro, denunciou que “o objetivo mais implícito do Olavo de Carvalho é que o Brasil entre em guerra civil” [aqui].
Em 9/5, o líder do centrão Roberto Jefferson [PTB] posa com fuzil, diz estar se “preparando para combater o bom combate” e defende que Bolsonaro “precisa demitir e substituir os 11 ministros do STF”.
Dias antes, em reunião ministerial, o ignóbil e ignorante ministro da Educação tratou os ministros da Suprema Corte como “11 filhos-da-puta”.
Pelo menos desde 4ª feira, 6/5, o STF e o Congresso têm conhecimento de vídeo em que terroristas bolsonaristas convocam “um comboio organizado para chegar a Brasília […] para darmos cabo dessa patifaria que está estabelecida no nosso país há 35 anos, por aquela casa maldita ali, STF, com 11 gângster, que têm destruído a nossa nação. São aliados com o Foro de São Paulo e o narcotráfico internacional”.
A negação desta clara ofensiva do extremismo fascista poderá ser fatal. Qualquer pessoa que pede intervenção militar não está exercendo direito à liberdade de expressão; está cometendo um crime contra o ordenamento jurídico e a Constituição; e, por isso, deve ser processado e levado à prisão.
A reação tíbia do Congresso e do STF, que podem e devem agir para salvaguardar o pouco que resta do Estado de Direito, poderá custar o aprisionamento do país por tiranos liderados pelo genocida Jair Bolsonaro, o candidato a Hitler brasileiro.
Chegou a hora das instituições provarem que “estão funcionando normalmente”, como costumam dizer. Chegou a hora de mostrar que acabou a paciência com Bolsonaro, que ele não é a Constituição, que ele não será o Luis XIV do Brasil.
É essencial pôr fim imediato a este governo genocida e realizar eleição limpa e livre para escolher um governo digno, com capacidade para salvar vidas em meio à pandemia e dar início à reconstrução do país depois da barbárie.
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