Grevistas em Brasília denunciam mortes de trabalhadores vítimas da Covid-19. Foto: Travessia |
Pressionados e provocados pela direção dos Correios que violou acordos vigentes, restringiu conquistas e desprezou as regras sanitárias de prevenção na pandemia os trabalhadores decretaram greve nacional, dirigida pelas duas federações e pelos sindicatos da categoria que têm a responsabilidade de conduzir o processo.
Em São Paulo a assembleia virtual que a decretou teve participação maciça com aprovação de quatro mil trabalhadores; em outras cidades e estados as assembleias presenciais também foram muito expressivas. A greve conta com a adesão entusiasmada dos carteiros, empacotadores, distribuidores e do pessoal administrativo.
Uma de suas motivações – que faz dela também uma greve política – é a denúncia e o protesto contra a alegada privatização dos Correios.
A empresa, intransigente, recusa-se a negociar e tenta através dos tribunais restringir o alcance da paralisação.
As centrais sindicais apoiaram em manifesto o movimento e conclamaram a todos os sindicatos a darem suporte às inúmeras manifestações programadas. Viva a luta dos trabalhadores!
A partir da boa entrevista do diretor-técnico do Dieese, Fausto Augusto, à Agência Sindical circula e deve ser lido e valorizado o boletim “De olho nas negociações”, número 1, de agosto de 2020, em que se afirma que a pandemia mudou o contexto das negociações coletivas no primeiro semestre de 2020 porque a maioria das cláusulas negociadas tem relação com a Covid-19 (www.dieese.org.br/boletimnegociacao/2020).
Das várias tabelas apresentadas com números que comparam o primeiro semestre de 2020 ao primeiro semestre de 2019 quero destacar aquela que considero a tabela-síntese – a comparação entre o número de instrumentos coletivos registrados no Sistema Mediador nos dois períodos. Enquanto em 2019 houve 8.574 registros o número subiu para 8.827 em 2020.
Estes números demonstram a presença e a relevância do movimento sindical ao negociar em 2020 na difícil conjuntura ocasionada pela pandemia mais do que no ano passado.
Os sindicatos e todas as entidades estiveram presentes em defesa dos trabalhadores buscando soluções coletivas negociadas. Viva o movimento sindical!
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