Do site da Boitempo Editorial:
Neste ensaio inédito, o antropólogo Luiz Eduardo Soares apresenta uma aproximação entre o bolsonarismo (entendido como o conjunto de discursos e práticas de Bolsonaro e de seus apoiadores) e o fascismo. Abordando as principais características do que seria um regime fascista e de que forma ele se aplica à realidade brasileira, o autor demonstra, utilizando-se de falas, manifestos e ações, a proximidade escancarada do governo Bolsonaro e seus apoiadores ao fascismo, em especial sua versão brasileira, o integralismo, criado na década de 1930.
Neste ensaio inédito, o antropólogo Luiz Eduardo Soares apresenta uma aproximação entre o bolsonarismo (entendido como o conjunto de discursos e práticas de Bolsonaro e de seus apoiadores) e o fascismo. Abordando as principais características do que seria um regime fascista e de que forma ele se aplica à realidade brasileira, o autor demonstra, utilizando-se de falas, manifestos e ações, a proximidade escancarada do governo Bolsonaro e seus apoiadores ao fascismo, em especial sua versão brasileira, o integralismo, criado na década de 1930.
Escrito às vésperas de ser incluído em dossiê produzido pelo Ministério da Justiça contra funcionários públicos, policiais e formadores de opinião antifascistas, Soares desdobra os acontecimentos relativos a Bolsonaro desde a campanha de 2018, passando por uma análise do lavajatismo no Brasil, o assassinato de Marielle Franco, a intrínseca relação de Jair Bolsonaro e sua família com as milícias do Rio de Janeiro, a atuação de religiosos fundamentalistas e uma suposta volta do Brasil à ordem e aos chamados valores familiares tradicionais.
De acordo com o autor, “a virilidade teatralizada na campanha e no governo de Bolsonaro, estendendo 28 anos de vida pública absolutamente coerentes e transparentes, nesse aspecto, seria posta de volta em seu lugar ‘original e eterno’, reafirmando a supremacia do macho, a superioridade da família tradicional, a regência exclusiva dos valores ditos verdadeiros, essenciais, naturais: esse é o apelo e a promessa implicada no bolsonarismo”.
Trecho
“Essa ânsia fascista de despedaçar inimigos imaginários – e quem porventura os encarne, em cada momento –, esse empenho incansável em atacar moinhos de vento comunistas, essa compulsão à violência, simbólica ou não, esse vício pelo antagonismo, essa disposição belicista, toda essa energia canalizada para agredir talvez mereça um escrutínio mais ambicioso. Talvez seja precipitado descartar a hipótese de que haja mais nessa miragem paranoica do que teorias conspiratórias e visões de mundo maniqueístas rudimentares, embora elas evidentemente existam e abasteçam a casa de máquinas do bolsonarismo.”
Ficha técnica:
Título: Dentro da noite feroz: o fascismo no Brasil
Autor: Luiz Eduardo Soares
Capa: Heleni Andrade (sobre “Cena de Batalha”, de Hans Holbein, o Jovem)
Páginas: 97
Preço: R$ 25
ISBN: 978-65-5717-014-4
Ano de lançamento: 2020
Editora: Boitempo
Disponível a partir de: 18 de setembro de 2020
Sobre o autor
Luiz Eduardo Soares foi secretário nacional de Segurança Pública, subsecretário de Segurança e coordenador de Segurança, Justiça e Cidadania do estado do Rio de Janeiro, além de secretário municipal de Prevenção da Violência em Porto Alegre (RS) e Nova Iguaçu (RJ). É escritor, dramaturgo, antropólogo e pós-doutor em filosofia política. Pela Boitempo, publicou Desmilitarizar – segurança pública e direitos humanos (2019), além de ser um dos autores do livro de intervenção Bala perdida: a violência policial no Brasil e os desafios para sua superação (Boitempo, Carta Maior, 2015).
Sobre a Boitempo
A Boitempo foi fundada em 1995, por Ivana Jinkings. Com 24 anos de existência, consolidou-se produzindo livros de qualidade, com opções editoriais claras. Obras de alguns dos mais influentes pensadores nacionais e internacionais compõem um catálogo que conta com nomes como Karl Marx, Friedrich Engels, David Harvey, Angela Davis, Maria Rita Kehl, Ricardo Antunes, Leonardo Padura, György Lukács, Antonio Gramsci, Slavoj Žižek, entre muitos outros. O nome da editora – inspirado em um poema de Carlos Drummond de Andrade – é uma homenagem ao maior poeta brasileiro e também ao criador da primeira Boitempo, o dirigente comunista Raimundo Jinkings, pai de Ivana.
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