segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Apagão no Amapá pode adiar as eleições

Por Altamiro Borges

A privatização do setor elétrico segue causando transtornos no Amapá. Neste fim de semana, segundo relato do jornal Estadão, ocorreram protestos em várias localidades que estão sem energia desde terça-feira (3) devido a incêndio em uma subestação de Macapá. As manifestações foram reprimidas pela Polícia Militar.

Diante do caos em vários municípios amapaenses, a Justiça Federal determinou que a empresa espanhola Isolux, responsável pela subestação, restabeleça o fornecimento de energia elétrica sob o risco de multa de R$ 15 milhões. A estatal Eletrobras foi acionada para consertar os danos causados pela empresa privada.

O apagão no Amapá – com a falta de energia elétrica nas residências e serviços essenciais, queda da internet, filas quilométricas em postos de combustíveis, entre outros desastres – soou o sinal de alerta até na mídia privatista. Muitos “analistas” agora questionam o plano de Bolsonaro-Guedes de privatização da Eletrobras.

Disputa eleitoral ficou embaralhada

O apagão coloca em risco a realização das eleições municipais do próximo domingo (15) no Amapá. Segundo matéria da Folha, a prefeitura de Macapá já decretou estado de calamidade pública. “Sem energia elétrica e água, os candidatos defendem adiamento da eleição". O clima é de caos na cidade!

De acordo com o jornal, o apagão inclusive "embaralhou a disputa eleitoral na capital do Amapá e fez com que os candidatos de oposição mirassem a artilharia contra o candidato Josiel Alcolumbre (DEM), irmão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)", que estava à frente das pesquisas.

"A população enfrenta desabastecimento em mercados, filas em postos de combustível e unidades de saúde fechadas. Nas casas, além de não ter energia, também falta água. O cenário deu munição aos candidatos oposicionistas, que criticam o governo do estado e a prefeitura por negligência e lentidão", descreve a Folha.

O jornal ainda acrescenta: "O prefeito e o governador buscam se mostrar diligentes. A própria realização da eleição em 15 de novembro é colocada em xeque. Os três principais candidatos da oposição defenderam publicamente que o pleito seja adiado. A decisão, contudo, caberá ao Tribunal Regional Eleitoral do Amapá".

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