terça-feira, 17 de novembro de 2020

Primos e ex-mulher naufragam com Bolsonaro

Por Altamiro Borges

O pé-frio do "capetão" nas eleições de domingo (15) afundou até seus familiares. A revista Época relata que "Marcos Bolsonaro, primo de Jair Bolsonaro, ficou no último lugar na disputa pela Prefeitura de Jaboticabal, no interior de São Paulo. Marcos, que concorria pelo PSL, recebeu 1.340 votos, apenas 4% do total".

Empresário do ramo farmacêutico, ele se definiu na campanha como "patriota, conservador e cristão". O caroneiro também exibiu imagens ao lado de outros nomes da extrema-direita, como Joice Hasselmann e Júnior Bozzella. Mas o oportunismo do primo do presidente não seduziu os eleitores da cidade do interior.

Já a revista Veja lembra um segundo “parente distante” do presidente que também dançou nas urnas. “Em Itu, o dentista Marcelo Bolsonaro (DC) tentou se eleger vice-prefeito na chapa de Capitão Dias, que ficou apenas em sexto lugar entre oito concorrentes. Eles receberam 1.960 votos (2,55% dos votos válidos)”.

O fiasco de Rogéria Bolsonaro

As duas revistas também registram, em tom de galhofa, que Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do capitão e mãe dos filhotes 01, 02 e 03, não se elegeu à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Ela obteve 2.034 votos. De nada adiantou o pimpolho 02, o Carluxo, pedir votos para a mãezona, a quem havia traído alguns anos atrás.

O gesto em “defesa da família” – da famiglia dele – pode explicar a queda da sua votação. Reeleito, Carlos Bolsonaro ficou em segundo lugar, com 71.000 votos – número bem menor do que os 106.657 votos que ele recebeu em 2016. Para piorar, seu rival na Câmara Municipal, Tarcísio Motta (PSOL), foi o mais votado.

O fantasma de Wall do Açaí

Além do papelão dos seus familiares, o presidente também assistiu à derrota dos seus cupinchas e milicianos. Uma das derrotas mais doídas deve ter sido a de Walderice Santos da Conceição, a famosa “Wal do Açaí”, ex-funcionária fantasma de Jair Bolsonaro quando ele era um patético deputado federal do baixo clero.

Inscrita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como “Wal Bolsonaro”, ela teve só 266 votos e não conseguiu se eleger vereadora em Angra dos Reis (RJ) pelo Republicanos – o partido da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). Walderice foi lançada informalmente como pré-candidata no início de julho, em um evento que teve a presença do senador Flávio Bolsonaro – também apelidado carinhosamente de Flávio Rachadinha.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o filhote 01 do presidente afirmou que "Wal Bolsonaro" tem "todo o nosso apoio", referindo-se à sua família. Em 5 de novembro, o próprio Jair Bolsonaro pediu votos para sua ex-funcionária em uma de suas “lives”. Na ocasião, ele declarou que devia isso a ela pelos serviços que "prestou na região".

O crime eleitoral das "lives"

Diante de tantos infortúnios de familiares e cupinchas, Jair Bolsonaro até tentou minimizar o fiasco nas urnas no seu primeiro teste como presidente. Em mais uma de suas criminosas “lives” no “horário eleitoral gratuito JB”, ele omitiu o papelão de seus candidatos e esbravejou que a esquerda sofreu “uma histórica derrota, numa clara sinalização de que a onda conservadora chegou em 2018 para ficar”.

Temendo sofrer um processo na Justiça Eleitoral por uso ilegal da estrutura do governo, o “valentão” ainda tentou despistar, dizendo que “minha ajuda a alguns poucos candidatos a prefeito resumiu-se a 4 lives num total de 3 horas". Bolsonaro também apagou uma postagem em que exibia os números de alguns candidatos.

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