Por Altamiro Borges
O pé-frio do "capetão" nas eleições de domingo
(15) afundou até seus familiares. A revista Época relata que "Marcos
Bolsonaro, primo de Jair Bolsonaro, ficou no último lugar na disputa pela
Prefeitura de Jaboticabal, no interior de São Paulo. Marcos, que concorria pelo
PSL, recebeu 1.340 votos, apenas 4% do total".
Empresário do ramo farmacêutico, ele se definiu na campanha
como "patriota, conservador e cristão". O caroneiro também exibiu
imagens ao lado de outros nomes da extrema-direita, como Joice Hasselmann e
Júnior Bozzella. Mas o oportunismo do primo do presidente não seduziu os
eleitores da cidade do interior.
Já a revista Veja lembra um segundo “parente distante” do presidente que também dançou nas urnas. “Em Itu, o dentista Marcelo Bolsonaro (DC) tentou se eleger vice-prefeito na chapa de Capitão Dias, que ficou apenas em sexto lugar entre oito concorrentes. Eles receberam 1.960 votos (2,55% dos votos válidos)”.
O fiasco de Rogéria Bolsonaro
As duas revistas também registram, em tom de galhofa, que Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do capitão e mãe dos filhotes 01, 02 e 03, não se elegeu à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Ela obteve 2.034 votos. De nada adiantou o pimpolho 02, o Carluxo, pedir votos para a mãezona, a quem havia traído alguns anos atrás.
O gesto em “defesa da família” – da famiglia dele – pode
explicar a queda da sua votação. Reeleito, Carlos Bolsonaro ficou em segundo
lugar, com 71.000 votos – número bem menor do que os 106.657 votos que ele
recebeu em 2016. Para piorar, seu rival na Câmara Municipal, Tarcísio Motta
(PSOL), foi o mais votado.
O fantasma de Wall do Açaí
Além do papelão dos seus familiares, o presidente também
assistiu à derrota dos seus cupinchas e milicianos. Uma das derrotas mais
doídas deve ter sido a de Walderice Santos da Conceição, a famosa “Wal do Açaí”,
ex-funcionária fantasma de Jair Bolsonaro quando ele era um patético deputado federal
do baixo clero.
Inscrita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como “Wal
Bolsonaro”, ela teve só 266 votos e não conseguiu se eleger vereadora em Angra
dos Reis (RJ) pelo Republicanos – o partido da Igreja Universal do Reino de
Deus (Iurd). Walderice foi lançada informalmente como pré-candidata no início
de julho, em um evento que teve a presença do senador Flávio Bolsonaro – também
apelidado carinhosamente de Flávio Rachadinha.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o filhote 01 do
presidente afirmou que "Wal Bolsonaro" tem "todo o nosso
apoio", referindo-se à sua família. Em 5 de novembro, o próprio Jair Bolsonaro
pediu votos para sua ex-funcionária em uma de suas “lives”. Na ocasião, ele
declarou que devia isso a ela pelos serviços que "prestou na região".
O crime eleitoral das "lives"
Diante de tantos infortúnios de familiares e cupinchas, Jair
Bolsonaro até tentou minimizar o fiasco nas urnas no seu primeiro teste como
presidente. Em mais uma de suas criminosas “lives” no “horário eleitoral
gratuito JB”, ele omitiu o papelão de seus candidatos e esbravejou que a
esquerda sofreu “uma histórica derrota, numa clara sinalização de que a onda
conservadora chegou em 2018 para ficar”.
Temendo sofrer um processo na Justiça Eleitoral por uso ilegal
da estrutura do governo, o “valentão” ainda tentou despistar, dizendo que “minha
ajuda a alguns poucos candidatos a prefeito resumiu-se a 4 lives num total de 3
horas". Bolsonaro também apagou uma postagem em que exibia os números de
alguns candidatos.
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