quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Bolsonarista é condenado: “Baiano é gente?”

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o Judiciário de São Paulo condenou o empresário Gabriel dos Santos Martins por incitar preconceito e ódio nas redes sociais. Na eleição presidencial de 2018, ele ridicularizou a votação de Fernando Haddad no estado da Bahia. "Pesquisa rápida: baiano é gente?", postou o bolsonarista.

A postagem do direitista recalcado também esbravejava: "Pau no cu do PT". Segundo o site UOL, o Ministério Público de São Paulo denunciou o fascistoide após receber 662 queixas. "Ficou demonstrado que Gabriel dos Santos fez postagens de natureza racista", afirmou a promotora Ana Paula Moreira Mattos.

Na sentença, o juiz Peter Eckschmiedt afirmou ser natural a crítica nas eleições. "Todavia, a forma infeliz, desinformada e até afrontosa ao bom senso com que o acusado incitou a discriminação ultrapassa o limite razoável da livre manifestação de ideias prevista na Constituição... Ele foi extremamente preconceituoso”.

O empresário bolsonarista foi condenado a dois anos de prisão, inicialmente em regime aberto, mas a pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade. Também foi fixado o irrisório pagamento de multa de um salário mínimo para uma entidade social. Será que ele já cumpriu a sentença?

Vereador bolsonarista segue preso?

Outra perguntinha desse curioso. A revista Época revelou na terça-feira passada (15) que o "vereador Ricardo Zampieri (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro no Paraná, foi preso em operação do Ministério Público em Ponta Grossa para combater possíveis crimes de corrupção, fraude a licitação e tráfico de influência".

Segundo a matéria, "a investigação apontou uma possível prática de manipulação e corrupção de vereadores na Comissão Parlamentar de Inquérito tocada pela Câmara Municipal para apurar as licitações envolvendo a Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes do Município. Zampieri era o presidente da CPI".

Em vídeos postados em suas redes sociais, o vereador bolsonarista se dizia "patriota, cristão e defensor da nova política". Também publicava fotos ao lado de Jair Bolsonaro e chegou a se desfiliar do PSL quando o presidente deixou a sigla. Não custa indagar: o moralista segue preso?

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