"O Cardeal e o Repórter" traz inúmeros relatos da vida exemplar de dom Paulo Evaristo Arns e sua 2ª edição vem num momento em que precisamos muito de referência e inspiração, e para ambas dom Paulo é alimento. Os relatos que emergem das mãos sábias e sensíveis de Ricardo Carvalho colocam o jornalismo a serviço da boa missão, à qual se alia agora a Terra Redonda Editora.
Em sua 1ª edição, em 2010, "O Cardeal e o Repórter” ganhou, o Prêmio Vladimir Herzog de melhor livro de reportagem. Agora, o livro volta ampliado e renovado, com dois novos capítulos. Em um deles, o autor narra os bastidores do primeiro dia dos funerais de dom Paulo, em 14 de dezembro de 2016, quando uma ordem do atual arcebispo, dom Odilo Sherer, não permitiu que o povão chegasse perto do corpo do cardeal emérito da cidade. Só depois de muita gritaria e empurra-empurra na nave central da catedral que o povo conseguiu prestar sua última homenagem ao cardeal que sempre esteve ao lado dele. Ricardo levanta também uma questão, no mínimo, polêmica: a legitimidade da imagem do fundador da "Opus Dei", Josemaria Escrivá, estar exposta na Catedral desde 2012, por ordem de dom Odilo.
Veja o que diz sobre o livro o dominicano Frei Betto:
Este livro de Ricardo Carvalho é mais que um importante documento de resgate da história do Brasil: é sobretudo o que significou ser jornalista, com dignidade e qualidade profissional, em plena ditadura. O autor logrou desafiar riscos e dificuldades, como ameaças e censuras, criando uma rede que lhe permitiu trazer à tona o que o regime militar insistia em manter oculto. A sequência de “causos”, de saborosa leitura, se constitui numa lição para todos nós que temos a obrigação moral de manter o público bem informado e preservar a liberdade de informação fundada na verdade acima de interesses políticos.
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