Não adianta fingir nem disfarçar.
A carta do então ministro Luiz Henrique Mandetta dirigida ao Presidente da República Jair Bolsonaro, com data de 28/3/2020, é uma prova tão contundente que chega a ser espantoso não tenha merecido a máxima atenção até agora.
Naquele momento, quando o número de óbitos chegava a 2000 brasileiras e brasileiros, o ministro da Saúde alertava Bolsonaro para o risco de "colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população".
A mensagem só não precisa ser considerada profética porque os fatos falam por si, com a precisão sustentada pelo conhecimento científico - e ocorreram exatamente como era previsto.
De lá para cá, o país atravessou um ano e 35 dias. O número de óbitos multiplicou-se 206 vezes para atingir os 412 000 mortos confirmados na manhã de hoje - movimento que segue em alta, e estará um pouco mais alto amanhã, e depois, e depois, e depois...
Impossível colocar em dúvida o alerta para o "colapso do sistema de saúde", ilustrado por imagens e depoimentos chocantes sobre pacientes que enfrentaram carência de oxigênio e medicamentos de primeira necessidade. Em dias de maior movimento em pronto-socorros, muitos chegam a ser atendidos dentro de casa, com médicos e medicamentos por conta da família, embora o país tenha construído um dos mais eficientes sistemas de saúde pública do mundo.
Diante daquilo que se veria no dia-a-dia, pelo noticiário e pelo relato de profissionais de saúde, o termo "gravíssimas consequências à saúde da população" pode ser lido como um eufemismo elegante diante do ambiente de roleta russa da morte que marca a rotina de brasileiros e brasileiras que disputam vagas em UTIs.
Escrita por um ministro de Estado, que na época enfrentava um clima de hostilidade aberta no Planalto - Mandetta deixaria o posto 18 dias depois -, a carta é um testemunho histórico. Aponta fatos e indica responsabilidades.
Cedo ou tarde, Jair Bolsonaro deverá ser chamado a explicar-se ao país.
Alguma dúvida?
A carta do então ministro Luiz Henrique Mandetta dirigida ao Presidente da República Jair Bolsonaro, com data de 28/3/2020, é uma prova tão contundente que chega a ser espantoso não tenha merecido a máxima atenção até agora.
Naquele momento, quando o número de óbitos chegava a 2000 brasileiras e brasileiros, o ministro da Saúde alertava Bolsonaro para o risco de "colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população".
A mensagem só não precisa ser considerada profética porque os fatos falam por si, com a precisão sustentada pelo conhecimento científico - e ocorreram exatamente como era previsto.
De lá para cá, o país atravessou um ano e 35 dias. O número de óbitos multiplicou-se 206 vezes para atingir os 412 000 mortos confirmados na manhã de hoje - movimento que segue em alta, e estará um pouco mais alto amanhã, e depois, e depois, e depois...
Impossível colocar em dúvida o alerta para o "colapso do sistema de saúde", ilustrado por imagens e depoimentos chocantes sobre pacientes que enfrentaram carência de oxigênio e medicamentos de primeira necessidade. Em dias de maior movimento em pronto-socorros, muitos chegam a ser atendidos dentro de casa, com médicos e medicamentos por conta da família, embora o país tenha construído um dos mais eficientes sistemas de saúde pública do mundo.
Diante daquilo que se veria no dia-a-dia, pelo noticiário e pelo relato de profissionais de saúde, o termo "gravíssimas consequências à saúde da população" pode ser lido como um eufemismo elegante diante do ambiente de roleta russa da morte que marca a rotina de brasileiros e brasileiras que disputam vagas em UTIs.
Escrita por um ministro de Estado, que na época enfrentava um clima de hostilidade aberta no Planalto - Mandetta deixaria o posto 18 dias depois -, a carta é um testemunho histórico. Aponta fatos e indica responsabilidades.
Cedo ou tarde, Jair Bolsonaro deverá ser chamado a explicar-se ao país.
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