Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:
Sim, sim, é uma iniciativa basicamente simbólica, que provavelmente não vai dar em nada, mas é muito significativa: o governo do Maranhão impôs uma multa a Jair Messias por ter causado aglomeração e não ter, segundo determinação expressa, usado máscara.
O valor da multa vai depender da defesa dele (confesso que nunca tinha ouvido falar disso), mas varia de dois mil a um milhão e meio de reais.
Claro, reitero, que o mais provável é que não aconteça nada. Nem dois mil, nem milhão e meio.
Mas é uma iniciativa mais do que louvável: o Maranhão, governado por um ditador comunista – segundo Jair Messias –, tomou a primeira iniciativa de tentar dar um breque no Genocida.
Jair Messias está cada vez mais isolado e abandonado.
É verdade que continua contando, especialmente na Câmara de Deputados, com pleno respaldo.
Ele, porém, sabe, como todos nós, que é uma mentira absurda dizer que há partidos e deputados que se vendem. Na verdade, se alugam.
Por enquanto, estão se deixando alugar. Até quando? Ninguém sabe.
Portanto, até nesse aspecto o apoio parlamentar ao Genocida é duvidoso e frágil. E ele, bem como os alugados, sabem disso.
A política econômica do antigo funcionário de Augusto Pinochet, e exímio especulador no mercado financeiro, Paulo Guedes, só não foi para o brejo de uma vez porque ninguém jamais conseguiu entender, ao certo, o que ele queria.
Se é que ele sabia e sabe.
A política ambiental, de destruição total e irreversível, acaba de isolar ainda mais o já muito isolado Brasil no mapa planetário.
Se o destroço que se alastra no ambiente universitário, nas artes e na cultura continua avançando impune, seus efeitos pouco a pouco se fazem sentir, e o quadro é cada vez mais grave.
Enfim: para onde quer que se olhe, o que vemos é um sistema perverso, cruel e tremendamente eficiente de destroçar tudo.
Por esses dias, Jair Messias e a filharada andam tremendamente agressivos. O senador Flávio, o único do quarteto de filhos presidenciais que ostenta alguma lucidez, anda mais que afoito.
O mais delirante deles, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos, delira em graus assombrosos.
E o mais patético, o deputado federal Eduardo, vagueia por aí, enquanto o quarto e derradeiro (por ora) Renan continua treinando para ver se aprende a explorar ao máximo, em vantagens pessoais, ser filho e irmão de quem é.
E o país afunda e afunda e afunda cada vez mais num lodaçal sem fim.
Não me lembro de ter visto a expressão “lame duck” – pato manco – tão usada nos Estados Unidos para descrever um presidente sem apoio parlamentar confiável, sem a confiança do empresariado e muito menos do eleitorado, ser aplicada com tamanha antecedência.
Em geral, é quando faltam quatro, cinco meses para o fim de mandato. Dezessete, não me lembro.
O problema é que estamos lidando com alguém com sérios, seríssimos problemas de equilíbrio mental. E que pode tentar qualquer coisa para deixar de ser nada mais que um pato manco.
Estamos lidando com um psicopata genocida.
E que pode, a partir de agora, a partir da multa simbólica, reagir do jeito que for. E, seja esse jeito o que for, será sempre perigosíssimo.
Da inércia à ação, do mero simbolismo a uma reação contundente, pode acontecer qualquer coisa. E todas serão muito ruins, piores ainda que os horrores que já enfrentamos.
Afinal, em se tratando de Jair Messias, a perversão e a catástrofe são absolutamente sem limites.
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