Por Altamiro Borges
Embora ainda tímido, o cerco aos fascistas vai se fechando. Nesta terça-feira (3), a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara Federal aprovou a convocação do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, para dar explicações sobre suas ameaças às eleições de 2022 caso o voto impresso não seja aprovado pelo Congresso Nacional.
O requerimento de convocação do milico arrogante foi apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) e o depoimento foi marcado para 17 de agosto. Segundo revelou o jornal Estadão em 22 de julho, o general Braga Netto, conhecido capacho do capitão Jair Bolsonaro, teria afirmado a interlocutores que não haveria eleições no próximo ano sem a adoção do volto impresso auditável.
“O ministro da Defesa não pode chantagear uma nação, nem mesmo deixar dúvidas sobre o processo democrático, e insinuar que isso pode ser substituído por um fechamento autoritário, especialmente sendo ele um general da reserva. E o parlamento brasileiro não pode também deixar que essa dúvida paire sobre a cabeça do povo”, alerta Rogério Correia.
Milico deve afinar e rechaçar o Estadão
“Se pairar dúvida sobre isso, ele tem que simplesmente sair, porque não seria digno de ocupar um Ministério da Defesa, que, em outras questões, precisa também defender a democracia no nosso país”, completa o deputado. Diante do cerco, a tendência é que o general Braga Netto afine e diga que não deu a tal declaração e que o jornal Estadão mentiu.
De certa forma, o ministro já fez isso em nota divulgada logo após a repercussão negativa da matéria do jornal. Mesmo que falso, o desmentido do general servirá ao menos para acuar o “capetão” – o que já é positivo. Jair Bolsonaro seguirá sozinho falando sobre fraudes nas urnas eletrônicas para atiçar e armar a sua milícia digital e real na preparação para o golpe em 2022.
Em tempo: nessa cavalgada golpista, que aposta na mentira e na ignorância, o fascista terá novamente o apoio dos generais de pijama dos clubes militares. Nesta segunda-feira (2), os clubes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica divulgaram nota conjunta em que se posicionam a favor do voto impresso “pelo bem do Brasil”.
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