Por Altamiro Borges
As pesquisas talvez ajudem a explicar o crescente descontrole emocional de Jair Bolsonaro, que precisa urgentemente de uma camisa de força. A mais recente, publicada na sexta-feira (28) pelo PoderData, mostra que o apoio ao impeachment do presidente cresceu e bateu em 57%. Em apenas três meses, o número dos que desejam sua cabeça subiu 11 pontos.
Já a proporção dos que acham que Jair Bolsonaro deve continuar no cargo caiu 10% neste mesmo período. Despencou de 47% para 37%. O desejo de se livrar do "capetão" acompanhou a mudança na avaliação do desempenho do governo. No início de fevereiro, a reprovação da gestão era de 48%. Hoje, 59% dos entrevistados a desaprovam.
sexta-feira, 28 de maio de 2021
A fome é um projeto de governo
Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:
De repente, todos podem ser bons, doar alimentos, contribuir com ONGs, distribuir cestas básicas, matar a fome dos pobres. O país com uma das mais injustas distribuições de renda do mundo se transforma na nação dos sentimentos caridosos. No mesmo território em que a entrega de alimentos apazigua o sentimento de culpa, jovens são culpados pelo CEP, pela falta de oportunidades e pela cor da pele, e exterminados em operações policiais.
Quem escapa da covid-19 é atingido à bala ou pela desnutrição. A fome não é uma triste consequência da pandemia e da quebradeira econômica, mas um projeto do governo federal.
Quem escapa da covid-19 é atingido à bala ou pela desnutrição. A fome não é uma triste consequência da pandemia e da quebradeira econômica, mas um projeto do governo federal.
O legado da Comuna de Paris - 150 anos
Por Nilton Viana
Hoje, há exatos 150 anos, chegava ao fim a Comuna de Paris – experiência histórica da classe operária, na qual, pela primeira vez, trabalhadores e trabalhadoras tomaram o poder do Estado e demonstraram, na prática, ser possível inaugurar uma nova forma de organização social e política – 18 de março a 28 de maio de 1871.
Sim, durou apenas 72 dias. E mesmo sendo derrotada, duramente reprimida pelas classes dominantes francesas, a Comuna de Paris “foi – e segue sendo – fonte de inspiração e aprendizado para as experiências revolucionárias levadas a cabo pela classe trabalhadora em todo o mundo”, conforme destaca a Nota Editorial do livro “Comuna de Paris 150”, editado pela Editora Expressão Popular em conjunto com 25 editoras de 15 países e publicado em 18 idiomas. Aliás, nesse esforço de construção de laços de solidariedade internacionalista, o leitor pode baixar gratuitamente o PDF do livro, disponível nas páginas de todas as editoras envolvidas na publicação. Aqui no Brasil, a Expressão Popular fez uma edição impressa exclusiva para os assinantes de seu Clube do Livro.
Hoje, há exatos 150 anos, chegava ao fim a Comuna de Paris – experiência histórica da classe operária, na qual, pela primeira vez, trabalhadores e trabalhadoras tomaram o poder do Estado e demonstraram, na prática, ser possível inaugurar uma nova forma de organização social e política – 18 de março a 28 de maio de 1871.
Sim, durou apenas 72 dias. E mesmo sendo derrotada, duramente reprimida pelas classes dominantes francesas, a Comuna de Paris “foi – e segue sendo – fonte de inspiração e aprendizado para as experiências revolucionárias levadas a cabo pela classe trabalhadora em todo o mundo”, conforme destaca a Nota Editorial do livro “Comuna de Paris 150”, editado pela Editora Expressão Popular em conjunto com 25 editoras de 15 países e publicado em 18 idiomas. Aliás, nesse esforço de construção de laços de solidariedade internacionalista, o leitor pode baixar gratuitamente o PDF do livro, disponível nas páginas de todas as editoras envolvidas na publicação. Aqui no Brasil, a Expressão Popular fez uma edição impressa exclusiva para os assinantes de seu Clube do Livro.
Vez e voz para as mídias negras e periféricas
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
No marco de 11 anos do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, a entidade optou por celebrar seu aniversário trazendo à tona um tema caro para o conjunto dos veículos de comunicação progressistas: a questão da falta de apoio e protagonismo das mídias, das comunicadoras e dos comunicadores negros e periféricos.
Essa marca estrutural, segundo os debatedores que participaram de live no dia 25 de maio, é nítida na mídia hegemônica, mas uma matriz que se repete, também, no próprio campo progressista. “A mídia alternativa é um nicho da comunicação. Já nós, mídias negras e periféricas, temos sido relegados a um plano no qual somos nicho do nicho”, afirma o professor Dennis de Oliveira. “Há uma marginalização dessas mídias dentro da própria mídia alternativa”, acrescenta o pesquisador da Rede Quilombação e do canal Farofa Crítica.
No marco de 11 anos do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, a entidade optou por celebrar seu aniversário trazendo à tona um tema caro para o conjunto dos veículos de comunicação progressistas: a questão da falta de apoio e protagonismo das mídias, das comunicadoras e dos comunicadores negros e periféricos.
Essa marca estrutural, segundo os debatedores que participaram de live no dia 25 de maio, é nítida na mídia hegemônica, mas uma matriz que se repete, também, no próprio campo progressista. “A mídia alternativa é um nicho da comunicação. Já nós, mídias negras e periféricas, temos sido relegados a um plano no qual somos nicho do nicho”, afirma o professor Dennis de Oliveira. “Há uma marginalização dessas mídias dentro da própria mídia alternativa”, acrescenta o pesquisador da Rede Quilombação e do canal Farofa Crítica.
Pesado, contado, avaliado
Ilustração: @lucasgertzm |
Em paralelo com as iniciativas das direções sindicais superiores existem todo um mundo de problemas do dia a dia a serem enfrentados nas bases sindicais.
Os dirigentes das centrais sindicais unidas manifestaram-se ontem, em Brasília, cumprindo os protocolos sanitários e apresentando ao Congresso Nacional a pauta legislativa de interesse dos trabalhadores, organizada pelo DIAP.
Dentre todas as cláusulas assinaladas a reivindicação de 600 reais de auxílio emergencial para todos os necessitados enquanto durar a pandemia ocupa o lugar central, por sua abrangência, relevância e urgência. Para tanto os dirigentes conclamaram os parlamentares a discutirem e votarem a MP 1.039, ampliando o atual auxílio merreca e interditando qualquer manobra dilatória e confusionista do governo.
Os dirigentes das centrais sindicais unidas manifestaram-se ontem, em Brasília, cumprindo os protocolos sanitários e apresentando ao Congresso Nacional a pauta legislativa de interesse dos trabalhadores, organizada pelo DIAP.
Dentre todas as cláusulas assinaladas a reivindicação de 600 reais de auxílio emergencial para todos os necessitados enquanto durar a pandemia ocupa o lugar central, por sua abrangência, relevância e urgência. Para tanto os dirigentes conclamaram os parlamentares a discutirem e votarem a MP 1.039, ampliando o atual auxílio merreca e interditando qualquer manobra dilatória e confusionista do governo.
Ricardo Salles e a boiada da bandidagem
Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:
Passar a boiada na Amazônia tem um significado bem mais amplo do que aquele imaginado pelos mais ingênuos, desde a famosa frase do ministro Ricardo Salles.
Só os ingênuos achavam que, ao abrir a porteira para a ação de grileiros, desmatadores, incendiários e contrabandistas, Salles (sempre com o aval de Bolsonaro) estaria beneficiando apenas invasores de terras protegidas.
Passar a boiada significa também deixar que devastem a floresta, matem índios e roubem o que estiver à mão.
Significa ainda roubar junto, não só por omissão e por vista grossa, mas por convivência com os ladrões e por participação ativa no roubo.
Passar a boiada é deixar o território livre de fiscais para a ação de todo tipo de delinquente e assaltante, o que inclui de fazendeiros a garimpeiros.
Passar a boiada na Amazônia tem um significado bem mais amplo do que aquele imaginado pelos mais ingênuos, desde a famosa frase do ministro Ricardo Salles.
Só os ingênuos achavam que, ao abrir a porteira para a ação de grileiros, desmatadores, incendiários e contrabandistas, Salles (sempre com o aval de Bolsonaro) estaria beneficiando apenas invasores de terras protegidas.
Passar a boiada significa também deixar que devastem a floresta, matem índios e roubem o que estiver à mão.
Significa ainda roubar junto, não só por omissão e por vista grossa, mas por convivência com os ladrões e por participação ativa no roubo.
Passar a boiada é deixar o território livre de fiscais para a ação de todo tipo de delinquente e assaltante, o que inclui de fazendeiros a garimpeiros.
Bolsonaro subverte a ordem militar
Por Fernando Brito, em seu blog:
O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, comandante do Exército, está diante de um dilema que parece inverter a famosa frase de Pinheiro Machado, - “Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo“ - no caso da punição a Eduardo Pazuello por subir ao palanque de um ato exclusivamente político de Jair Bolsonaro.
Em seu caso, poderia sem bom conselho um “”nem tão devagar que pareça medo, nem tão depressa que pareça afronta“.
A jornalista Helena Chagas diz que o ministro da Defesa foi comunicado pelo presidente que este anularia qualquer punição que seja dada ao ex-ministro da Saúde.
O general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, comandante do Exército, está diante de um dilema que parece inverter a famosa frase de Pinheiro Machado, - “Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo“ - no caso da punição a Eduardo Pazuello por subir ao palanque de um ato exclusivamente político de Jair Bolsonaro.
Em seu caso, poderia sem bom conselho um “”nem tão devagar que pareça medo, nem tão depressa que pareça afronta“.
A jornalista Helena Chagas diz que o ministro da Defesa foi comunicado pelo presidente que este anularia qualquer punição que seja dada ao ex-ministro da Saúde.
O projeto bolsonarista de desconstrução
Por Roberto Amaral, em seu blog:
Até o final do ano, a “gripezinha” deverá consumir meio milhão de vidas brasileiras. O desemprego, até dezembro, é calculado em cifras avassaladoras. É inestimável o prejuízo decorrente da devastação ambiental em curso. Não se sabe quando a indústria manufatureira se recuperará. O Banco Central, temente da inflação, eleva a taxa Selic. A fome é o espectro que ronda a vida de milhões de brasileiros. Nada obstante, a estreita capa dos privilegiados permanece tranquila, como a personagem do conhecido poema de Bertolt Brecht (Intertexto), porque tem onde morar, pode trabalhar e garantir o sustento individual e familiar.
Até o final do ano, a “gripezinha” deverá consumir meio milhão de vidas brasileiras. O desemprego, até dezembro, é calculado em cifras avassaladoras. É inestimável o prejuízo decorrente da devastação ambiental em curso. Não se sabe quando a indústria manufatureira se recuperará. O Banco Central, temente da inflação, eleva a taxa Selic. A fome é o espectro que ronda a vida de milhões de brasileiros. Nada obstante, a estreita capa dos privilegiados permanece tranquila, como a personagem do conhecido poema de Bertolt Brecht (Intertexto), porque tem onde morar, pode trabalhar e garantir o sustento individual e familiar.
Privatização da Eletrobras é contra povo
Editorial do site Vermelho:
A Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras, aprovada na Câmara dos Deputados, é um atentado contra o desenvolvimento do país e os direitos do povo. As consequências podem ser medidas pelos recentes apagões no Amapá, mas a gravidade vai muito além. Há nessa medida uma espécie de concentração do pensamento da política ultraliberal do governo Bolsonaro, capitaneado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
A Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras, aprovada na Câmara dos Deputados, é um atentado contra o desenvolvimento do país e os direitos do povo. As consequências podem ser medidas pelos recentes apagões no Amapá, mas a gravidade vai muito além. Há nessa medida uma espécie de concentração do pensamento da política ultraliberal do governo Bolsonaro, capitaneado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.