Por Altamiro Borges
Apesar da blindagem da mídia rentista, que segue sem dar destaque à grana imoral de Paulo Guedes em paraísos fiscais, a situação do Posto Ipiranga pode se complicar nos próximos dias. Até o Centrão, por motivos pragmáticos, uniu-se aos partidos da oposição para convocar o ministro da Economia do laranjal bolsonariano para explicar a sua offshore na Câmara Federal.
O requerimento foi aprovado por 310 votos a 142. O bloco pragmático do Centrão, que até agora segue alugado para Jair Bolsonaro, rifou o abutre financeiro. Apenas a bancada bolsonarista foi contra a convocação. Paulo Guedes será obrigado a comparecer à sessão sob pena de cometimento de crime de responsabilidade se faltar sem justificativa.
quinta-feira, 7 de outubro de 2021
Paulo Guedes na corda bamba
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
Não são frequentes as convocações de ministros para dar explicações aos plenários da Câmara ou do Senado.
Ainda mais por um placar tão expressivo - 310 a 142 - como na decisão da Câmara, de chamar o ministro da Economia, Paulo Guedes, para falar de sua fortuna oculta num paraíso fiscal sob forma de uma offshore. Vou rememorar três episódios em que ministros foram exonerados ou tiveram que pedir demissão após terem sido metralhados pela maioria parlamentar, em uma Casa ou na outra.
Os 310 votos - suficientes até para aprovar uma PEC - favoráveis à convocação de Guedes vieram da oposição e do Centrão, com destaque para a gorda contribuição do PP, partido do presidente da Casa, Arthur Lyra, do PL e do Republicanos.
O escravismo criou o Brasil
Por Roberto Amaral
Somos filhos do escravismo, a chaga colonial que pautou o império, argamassa daquilo que chamamos de nação, uma aspiração de povo, um projeto de país: “Não há, nunca houve, aqui, um povo livre, regendo seu destino na busca da própria prosperidade. [...] Nós, brasileiros, somos um povo em ser impedido de sê-lo” (Darcy Ribeiro, O povo brasileiro). Continuamos como um projeto, um advir, olhando com justo mal-estar para nossa formação de povo, nação, país, uma expectativa sempre adiada, uma realidade sempre anacrônica, um permanente descompasso em face do mundo.
Somos filhos do escravismo, a chaga colonial que pautou o império, argamassa daquilo que chamamos de nação, uma aspiração de povo, um projeto de país: “Não há, nunca houve, aqui, um povo livre, regendo seu destino na busca da própria prosperidade. [...] Nós, brasileiros, somos um povo em ser impedido de sê-lo” (Darcy Ribeiro, O povo brasileiro). Continuamos como um projeto, um advir, olhando com justo mal-estar para nossa formação de povo, nação, país, uma expectativa sempre adiada, uma realidade sempre anacrônica, um permanente descompasso em face do mundo.
Fatos relevantes no sindicalismo
Foto: Fepospetro/SP |
Quero registrar a persistente luta dos frentistas, conduzida por suas direções sindicais com grande habilidade, ao resistirem à proposta de autoatendimento nos postos de gasolina. Inúmeras reuniões com lideranças partidárias e legislativas têm, até agora, convencido-as da disfuncionalidade desta alternativa em uma situação de desemprego severo.
Também registro, como exemplo de luta, a greve dos metalúrgicos de São Caetano contra a tentativa da GM de impor-lhes o parcelamento e o adiamento do INPC em seus reajustes de salários e retirar-lhes inúmeras conquistas consagradas em convenção coletiva.