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A pesquisa Quaest, divulgada na última semana, já dava sinais muito positivos para o PT: o partido jamais havia largado tão bem numa disputa pelo governo paulista.
Fernando Haddad lidera em todos as simulações. No cenário com mais candidatos, o resultado é:
Haddad - 24%
França 18%
Tarcísio 9%
Boulos 7%
Renata 3%
Garcia 3%
Há dois pontos que podem favorecer ainda mais o candidato do PT.
1- Lula também lidera a corrida presidencial em São Paulo. Ah, mas Lula é o líder em todos levantamentos no Brasil desde ano passado, qual a importância de liderar entre eleitores paulistas?
Ora, Lula e Dilma jamais ganharam em São Paulo, mesmo quando venceram as eleições de 2002/2006/2010/2014.
O estado sempre foi uma fortaleza da oposição tucana. Mas agora, com o PSDB esfacelado, o bolsonarismo parece ainda incapaz de reaglutinar o eleitorado paulista de direita e centro-direita.
Abre-se, portanto, uma janela importante para o PT.
2- Guilherme Boulos acaba de anunciar, nesta segunda-feira (21/03), que vai abandonar a candidatura ao governo, para se lançar a deputado federal pelo PSOL. Os 7% de Boulos devem migrar para Haddad.
Assim, o PT muito provavelmente terá um candidato que partirá de 30% ou 35% já no primeiro turno.
Vamos agora aos obstáculos...
1- Haddad é o candidato com mais rejeição.
Segundo a Quaest, 53% dizem que não votariam nele, contra 37% que rejeitam Marcio França e 27% que dizem “não” ao bolsonarista Tarcísio. O petista precisa superar essa barreira, que pode em parte ser atribuída ao antipetismo - forte especialmente nas cidades de médio porte no interior do estado.
2- Tarcísio tem o perfil típico para agradar o eleitor de linha conservadora paulista. Com o fim do malufismo (que, por sua vez, era herdeiro do ademarismo), há um espaço vazio para alguém que fale em “PM pra cima dos bandidos”, “valorização do empreendedor” e defenda “valores da família” - mas sem os exageros de Bolsonaro. Tarcísio tem esse perfil, e dialoga bem com empresários.
Por fim, uma incógnita: o que fará Marcio França?
O eleitor de França (isso está bem claro nas pesquisas) se divide em dois blocos: um é conservador “moderado”, o outro é centro esquerda moderado (e desconfiado do PT, mais próximo do cirismo).
Reparem que França pode até ser um anteparo ao crescimento de Tarcísio: ele está à frente do bolsonarista na pesquisa e, nesse sentido, a presença do candidato do PSB no primeiro turno poderia ajudar Haddad, já que impediria que o voto conservador moderado seguisse em bloco para Tarcísio (ou para Rodrigo Garcia, do PSDB, que terá dificuldades por causa da grande rejeição a Doria).
Por outro lado, sem França na corrida Alckmin (que vai se filiar ao mesmo PSB) estaria mais livre para romper resistências a Haddad no interior paulista.
Será uma disputa dura, provavelmente resolvida só no segundo turno. Mas que aponta para o fim do tucanistão em São Paulo.
França 18%
Tarcísio 9%
Boulos 7%
Renata 3%
Garcia 3%
Há dois pontos que podem favorecer ainda mais o candidato do PT.
1- Lula também lidera a corrida presidencial em São Paulo. Ah, mas Lula é o líder em todos levantamentos no Brasil desde ano passado, qual a importância de liderar entre eleitores paulistas?
Ora, Lula e Dilma jamais ganharam em São Paulo, mesmo quando venceram as eleições de 2002/2006/2010/2014.
O estado sempre foi uma fortaleza da oposição tucana. Mas agora, com o PSDB esfacelado, o bolsonarismo parece ainda incapaz de reaglutinar o eleitorado paulista de direita e centro-direita.
Abre-se, portanto, uma janela importante para o PT.
2- Guilherme Boulos acaba de anunciar, nesta segunda-feira (21/03), que vai abandonar a candidatura ao governo, para se lançar a deputado federal pelo PSOL. Os 7% de Boulos devem migrar para Haddad.
Assim, o PT muito provavelmente terá um candidato que partirá de 30% ou 35% já no primeiro turno.
Vamos agora aos obstáculos...
1- Haddad é o candidato com mais rejeição.
Segundo a Quaest, 53% dizem que não votariam nele, contra 37% que rejeitam Marcio França e 27% que dizem “não” ao bolsonarista Tarcísio. O petista precisa superar essa barreira, que pode em parte ser atribuída ao antipetismo - forte especialmente nas cidades de médio porte no interior do estado.
2- Tarcísio tem o perfil típico para agradar o eleitor de linha conservadora paulista. Com o fim do malufismo (que, por sua vez, era herdeiro do ademarismo), há um espaço vazio para alguém que fale em “PM pra cima dos bandidos”, “valorização do empreendedor” e defenda “valores da família” - mas sem os exageros de Bolsonaro. Tarcísio tem esse perfil, e dialoga bem com empresários.
Por fim, uma incógnita: o que fará Marcio França?
O eleitor de França (isso está bem claro nas pesquisas) se divide em dois blocos: um é conservador “moderado”, o outro é centro esquerda moderado (e desconfiado do PT, mais próximo do cirismo).
Reparem que França pode até ser um anteparo ao crescimento de Tarcísio: ele está à frente do bolsonarista na pesquisa e, nesse sentido, a presença do candidato do PSB no primeiro turno poderia ajudar Haddad, já que impediria que o voto conservador moderado seguisse em bloco para Tarcísio (ou para Rodrigo Garcia, do PSDB, que terá dificuldades por causa da grande rejeição a Doria).
Por outro lado, sem França na corrida Alckmin (que vai se filiar ao mesmo PSB) estaria mais livre para romper resistências a Haddad no interior paulista.
Será uma disputa dura, provavelmente resolvida só no segundo turno. Mas que aponta para o fim do tucanistão em São Paulo.
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