Foto: João Risi |
Eu e você, certamente, já passamos por isso: evitar falar de política em encontros sociais ou familiares pelo risco de ter ali algum bolsonarista e azedar o clima da reunião.
Mas é muito pior para milhões de trabalhadores que têm de camuflar seus pensamentos porque o patrão é bolsonarista – e grande parte é mesmo, mostram as pesquisas.
O povão não é bobo, sabe quando precisa ficar “na dele” para se proteger.
Muitas vezes fala que “político é tudo igual, tudo ladrão” porque isso é aceito socialmente, mas sabe que são diferentes no resultado sobre suas vidas.
Quem é do Rio e já mais velho lembra quando diziam que Brizola tinha apenas 2 ou 3% nas pesquisas.
Sabíamos que não era assim e, na época, aferíamos de forma nada cientifica, mas a possível, com “prévias”, nome que dávamos às votações promovidas em praça pública, entre os passantes.
Brizola era um nome que não se podia falar, a não ser para reproduzir o que a grande “Lava Jato” que foi a ditadura: “latifundiário, incendiário, foi por causa dele que os militares ‘tiveram’ de tomar o poder etc “.
Mas, à medida em que as eleições se aproximavam, o grito ficava cada vez mais próximo da garganta.
Não será diferente agora.
Isso não significa que a eleição será fácil, porque Bolsonaro não joga com regra alguma senão a de continuar no poder.
A enxurrada de fake news disparadas por robôs, inclusive a partir de contas no exterior, para burlar os controles da Justiça Eleitoral será imensa e, por mais que as desmintam e provem-nas falsas, sempre produzem algum estrago.
Também não serão pequenas as manipulações do dinheiro e dos mercadores da fé.
Mas os mais de 40 anos de eleições que vi passarem dão certa sensibilidade para saber quando um campanha engata a marcha ladeira acima, mesmo quando ela já tinha patamares elevados.
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