Charge: Emanuele Del Rosso |
Duas notinhas publicadas na Folha nesta quarta-feira (22) mostram os absurdos das desigualdades no capitalismo. A primeira informa que “a empresa italiana de iates de luxo Azimut planeja aumentar a capacidade do seu estaleiro no Brasil e começar a fabricar novos modelos. No último ano, a filial brasileira cresceu mais de 20%. Desde a sua inauguração, em 2010, a empresa diz que já vendeu R$ 1,5 bilhão em embarcações”.
Ainda segundo o jornal, excitado com o luxo da cloaca burguesa, “a empresa viu aumentar a procura por megaiates, como os da linha Grande, lançada há menos de dois anos no Brasil. O modelo de barcos com área equivalente a 350 m² já teve dez unidades vendidas, das quais três estão em produção, e custa mais de R$ 50 milhões. A expansão visa atender, também, a chegada da linha Atlantis, com barcos de alta performance de design esportivo”.
19,7 milhões de trabalhadores informais
Em outra matéria, a mesma Folha noticia, na maior naturalidade, que “quase 20 milhões de trabalhadores informais recorriam a ocupações com renda mais baixa e sem necessidade de qualificação para tentar bancar a sobrevivência no terceiro trimestre de 2021. Trata-se da busca pelos populares bicos como estratégia para pagamento de despesas básicas”. A reportagem tem como base estudo feito pelas ONGs B3 Social, Fundação Arymax e Instituto Veredas.
Segundo o levantamento, o Brasil tinha 19,7 milhões de trabalhadores classificados como informais naquele período. “O grupo reunia profissionais com renda de até dois salários mínimos e que preenchiam ocupações marcadas pela instabilidade, como é o caso dos bicos. Esses 19,7 milhões correspondiam a 60,5% de um universo de 32,5 milhões de trabalhadores inseridos em postos informais ou em vagas que, mesmo com carteira assinada ou CNPJ, tinham traços da informalidade, como a incerteza de rendimento ao final do mês”.
Esses quase 20 milhões de trabalhadores que sobrevivem de bicos vivem em total insegurança. “Eles estão em ocupações completamente instáveis. Essas posições não criam um horizonte consistente para os trabalhadores”, afirma Vahíd Vahdat, diretor do Instituto Veredas. De acordo com o estudo, 75,4% dos informais com ensino fundamental incompleto pertenciam ao grupo dos trabalhadores que buscavam apenas o básico para sobrevivência no terceiro trimestre de 2021. A pesquisa ainda mostra que mais de 64% dos informais de subsistência eram negros.
Um sistema tão injusto como esse – em que poucos consomem iates de luxo e milhões sobrevivem de bicos – devia gerar maior indignação e revolta na sociedade. Infelizmente, a barbárie capitalista é naturalizada, principalmente pela mídia hegemônica. Até quando?
Segundo o levantamento, o Brasil tinha 19,7 milhões de trabalhadores classificados como informais naquele período. “O grupo reunia profissionais com renda de até dois salários mínimos e que preenchiam ocupações marcadas pela instabilidade, como é o caso dos bicos. Esses 19,7 milhões correspondiam a 60,5% de um universo de 32,5 milhões de trabalhadores inseridos em postos informais ou em vagas que, mesmo com carteira assinada ou CNPJ, tinham traços da informalidade, como a incerteza de rendimento ao final do mês”.
Esses quase 20 milhões de trabalhadores que sobrevivem de bicos vivem em total insegurança. “Eles estão em ocupações completamente instáveis. Essas posições não criam um horizonte consistente para os trabalhadores”, afirma Vahíd Vahdat, diretor do Instituto Veredas. De acordo com o estudo, 75,4% dos informais com ensino fundamental incompleto pertenciam ao grupo dos trabalhadores que buscavam apenas o básico para sobrevivência no terceiro trimestre de 2021. A pesquisa ainda mostra que mais de 64% dos informais de subsistência eram negros.
Um sistema tão injusto como esse – em que poucos consomem iates de luxo e milhões sobrevivem de bicos – devia gerar maior indignação e revolta na sociedade. Infelizmente, a barbárie capitalista é naturalizada, principalmente pela mídia hegemônica. Até quando?
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