Bolsonaro e sua armadilha “patriótica”

Charge: Aroeira
Por Fernando Brito, em seu blog:

Deu tudo errado no roteiro.

Jair Bolsonaro chega à véspera do que seria seu “Dia do Triunfo”, em que faria suas falanges desfilarem ao lado das Forças Armadas, simbolizando que sua vitória (nas urnas ou apesar delas) era o único resultado possível destas eleições, com um cenário em que, pelas pesquisas, é de convicção solidificada de que será derrotado.

Como escreve Tomas Traumann, em O Globo, a “chuva de dinheiro fracassa até aqui”, afirmando que a pesquisa Ipec (e as demais) mostra que "fracassou a tentativa de Bolsonaro de aumentar sua popularidade fazendo chover dinheiro, seja pelo corte nos preços dos combustíveis, seja pelo Auxílio Brasil de R$ 600 seja pelos vários vales caminhoneiros e taxistas".

O tratoraço militar golpista

Montagem: Debocheria
Por Cristina Serra, em seu blog:


Com a sustentação do que há de mais daninho na sociedade brasileira, Bolsonaro parte para o tudo ou nada neste 7 de Setembro e cava mais fundo o fosso da degradação das instituições.

As Forças Armadas fazem o movimento mais perigoso ao se imiscuírem em um ato de campanha eleitoral do presidente, como o que está previsto para o Rio de Janeiro, até mesmo com a exibição de equipamentos militares (pertencentes ao Estado e ao povo brasileiro). A mistura de motociata com aviões da Aeronáutica, navios da Marinha e canhões do Forte de Copacabana é promiscuidade institucional explícita.

Recuperação econômica é conto-do-vigário

Roberto Parizotti/Fotos Públicas
Por Helena Chagas, no site Brasil-247:

Para a ampla maioria dos brasileiros, termos como PIB, Caged, Selic e IPCA são abstrações, uma sopa de letrinhas sem grande significado.

Na prática, seus critérios para avaliar a melhora, ou piora, da economia são suas condições de vida: o carrinho vazio do supermercado, o subemprego, a situação de quem vive de bico - e ainda é chamado de “empreendedor” pelo governo - , a fome, a falta de acesso a serviços básicos como saúde e educação, por exemplo.

É por aí que se entende por que tem tudo para dar errado mais uma vez a nova onda da propaganda governamental em torno do crescimento trimestral de 1,2% do PIB e do declínio da inflação.

Sobram motivos para pessimismo de Bolsonaro

Foto: Ricardo Stuckert
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Nem o mais pessimista dos bolsonaristas poderia imaginar há alguns meses que uma pesquisa, como a do Ipec divulgada ontem, a 27 dias da eleição, pudesse trazer dados tão preocupantes.

O antigo Ibope mostrou que Lula, além de não ter perdido pontos com o debate, oscilou positivamente dois pontos na pesquisa espontânea, passando de 40% para 42%.

Na estimulada, estabilidade: Lula 44% ( mesmo percentual da última). Bolsonaro 31% (oscilou negativamente um ponto), Ciro 8% (oscilou para cima 1 ponto) e Simone Tebet 4% (também um ponto de oscilação positiva)

Mas o ex-presidente subiu de forma expressiva entre os mais pobres, que ganham entre um e dois salários mínimos e são a maioria do eleitorado: 47% a 31% no levantamento anterior e 49% a 26% neste.

Se levarmos em conta que esse é o público alvo do Auxílio Brasil e do vale gás, veremos que o tiro da farta distribuição de dinheiro às vésperas da eleição está saindo pela culatra.