quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Bolsonaro vira réu por incitação ao estupro

Reprodução da internet
Por Altamiro Borges


Após quase 10 anos de deplorável atraso, finalmente o “capetão” Jair Bolsonaro virou réu na Justiça do Distrito Federal sob a acusação de incitação ao crime de estupro. O antigo processo se refere ao episódio de 2014 em que o então parlamentar do baixo clero agrediu, aos berros, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), afirmando que ela “não merecia ser estuprada” porque era “muito feia”.

O repugnante caso chegou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF), mas as duas ações foram suspensas pelo ministro Luiz Fux, em 2019, sob o argumento de que o então presidente da República só poderia ser processado por crimes praticados no exercício do seu mandato. Em uma decisão bem mais branda da Justiça, ainda em 2019, Jair Bolsonaro foi obrigada a pedir perdão à parlamentar:

“Em razão de determinação judicial, venho pedir publicamente desculpas pelas minhas falas passadas dirigidas à Deputada Federal Maria do Rosário Nunes. Naquele episódio, no calor do momento, em embate ideológico entre parlamentares, especificamente no que se refere à política de direitos humanos, relembrei fato ocorrido em 2003, em que, após ser injustamente ofendido pela congressista em questão, que me insultava, chamando-me de estuprador, retruquei afirmando que ela ‘não merecia ser estuprada’”, sofismou o fascista à época.

Os revezes na Justiça do fascistoide

Agora, com o fim do foro especial do ex-presidente, os processos contra o criminoso foram levados à primeira instância. No início deste mês de setembro, o juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, recebeu a denúncia, transformando Jair Bolsonaro em réu. “Os autos vieram conclusos para regularizar o registro do movimento de recebimento da denúncia”, sentenciou.

Diante da decisão, o sempre metido a valentão pousa novamente de vítima. Nas redes sociais, ele choramingou e mentiu: “A perseguição não para... Defendemos desde sempre punição mais severa para quem cometa esse tipo de crime e justamente quem defende o criminoso agora vira a ‘vítima’. Fui insultado, me defendo e mais uma vez a ordem dos fatos é modificada para confirmar mais uma perseguição política conhecida por todos”.

Como registra o jornal Folha de S.Paulo, a decisão da Justiça do Distrito Federal representa mais um revés do fascista. “Em junho, ele foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que decidiu, por 5 votos a 2, tornar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos... O ex-presidente é ainda investigado em diferentes frentes pela Polícia Federal. Ele já foi obrigado a prestar depoimento sobre o caso das joias recebidas como presentes de autoridades estrangeiras; sobre instigação aos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro; sobre a falsificação de carteiras de vacinação da Covid-19; e sobre um plano golpista citado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES)”.

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