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Na matéria intitulada “Zambelli é proibida de discursar em ato contra o aborto na avenida Paulista”, a Folha até que pegou bem leve contra a deputada bolsonarista. O jornal informa apenas que a parlamentar foi “barrada ao tentar subir em um caminhão de som do Nas Ruas, movimento que ela mesmo criou”. A fracassada manifestação da extrema-direita, que tenta explorar a pauta conservadora de costumes, ocorreu nesta quinta-feira (12).
“Carla Zambelli afirma que se encaminhou para perto do veículo para discursar, como costuma fazer em atos do tipo há anos, quando um segurança proibiu sua passagem. Naquele momento, o atual líder do movimento, deputado Tomé Abduch (Republicanos), estava no caminhão. Ela estava acompanhada de seu irmão, o deputado estadual Bruno Zambelli (PL), que também teve o acesso vetado”, registrou a Folha.
Bolsonaristas criticam a deputada-pistoleira
O jornal especula que “pessoas próximas à organização do evento disseram que um dos fatores que levaram à proibição foi o fato de Zambelli ser alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Nas redes sociais, várias pessoas criticaram a ausência da deputada. Aliados da parlamentar apontaram ingratidão de Abduch, que a sucedeu à frente do movimento. Zambelli se projetou politicamente no Nas Ruas, grupo que fundou e comandou entre 2011 e 2018, quando foi eleita para o Congresso”.
A Folha também lembra que a deputada-pistoleira, como também já é chamada, foi eleita no ano passado “como uma das recordistas de votos, mas passou a ser criticada por parte dos bolsonaristas após o episódio em que perseguiu um homem negro com arma em punho numa rua de São Paulo na véspera do segundo turno da eleição. Alguns aliados do ex-presidente a culpam pela derrota apertada para Luiz Inácio Lula da Silva”.
Suspeita de lavagem de dinheiro do Nas Ruas
O jornal, porém, não trata da principal razão que pode ter levado o movimento fascistoide Nas Ruas a vetar a participação da famosa parlamentar. No início de setembro, o site Metrópoles noticiou que “o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou ‘suspeita de lavagem de dinheiro’ em movimentações da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)”. A reportagem teve como base Relatório de Inteligência Financeira (RIF) enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas do 8 de janeiro.
“No documento, o Coaf diz que a suspeita de lavagem de dinheiro se deu em uma conta Paypal pessoal da deputada, por meio da qual ela recebeu doações do movimento ‘Nas Ruas’, do qual foi fundadora... Segundo o Coaf, os recursos recebidos por Zambelli por meio da conta foram posteriormente transferidos pela parlamentar para uma conta pessoal dela no banco Itaú”, registra o site.
As movimentações na conta, apontadas pelo órgão como “podendo indicar suspeita de lavagem de dinheiro”, ocorreram entre 3 de fevereiro de 2017 e 1º de julho de 2019, período que engloba a primeira campanha da raivosa bolsonarista a deputada federal, em 2018. “De acordo com o relatório do órgão, durante esse período, as transações nacionais na conta de Zambelli do Paypal somaram R$ 197,8 mil”.
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