Ilustração: Johnny Brito/Jacobin |
A operação da Polícia Federal “Tempus Veritatis” (Tempo da Verdade), que atingiu o coração do bolsonarismo na semana passada, deixou o pastor-ricaço Silas Malafaia totalmente endemoniado, possuído. Talvez não haja exorcismo que o cure! Indignado com o silêncio de outros líderes evangélicos diante da ação policial contra Jair Bolsonaro e seus milicianos –, o dono da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo esbravejou em entrevista à Folha chamando-os de “um bando de covardes e cagões históricos”.
O mercador da fé ainda reclamou que muitos pastores têm evitado apoiar seus ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “"Você sabia que, de um ano pra cá, desde que venho botando pra derreter o Alexandre, várias lideranças não respondem mais vídeos que posto, com medo de eu ser preso e pegarem meu celular?”. Até agora, Silas Malafaia é o único líder evangélico que criticou publicamente a ação da PF. Outros expoentes das igrejas até já ensaiam abandonar o bolsonarismo, segundo artigo da Folha:
“A operação da Polícia Federal que atingiu Jair Bolsonaro (PL) e alguns de seus aliados mais próximos tem sido apontada como porta de saída por pastores que se aliaram ao ex-presidente até outro dia, mas não veem mais vantagem nessa relação. O afastamento não seria algo imediato, com declarações públicas contra Bolsonaro... A Folha conversou com líderes evangélicos que apoiaram Bolsonaro em 2018 e em 2022, inclusive indo em reuniões com o então chefe do Executivo e o convidando para seus púlpitos. O sentimento mudou”.
O endemoniado se isola no meio evangélico
O jornal registra que “um grupo de WhatsApp que reúne vários desses pastores graúdos, o Aliança, continuava em silêncio sobre a operação policial horas depois de agentes apreenderem o passaporte de Jair Bolsonaro. Em conversas privadas, um ou outro trocavam impressões, pedindo orações para o nome que endossaram com entusiasmo no pleito do ano retrasado. Falar abertamente ninguém quer, com exceção de Malafaia, o único da turma que continuou ao lado do ex-presidente após a derrota nas urnas e consecutivos reveses judiciais”.
Essa postura raivosa, com ataques aos pastores “cagões”, tem gerado críticas no meio evangélico. “Malafaia tem sido cada vez mais voz isolada em seu segmento religioso... A bancada evangélica, que empossou na quarta-feira (7) um aliado de Bolsonaro em sua liderança, o deputado Eli Borges (PL-TO), ainda não se pronunciou. Internamente, integrantes avaliam que um posicionamento pró-Bolsonaro pode ser temeroso, já que boa parte do bloco é composta por representantes de partidos de centro que se alinharam ao governo Lula”.
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