terça-feira, 26 de março de 2024

Mistérios que cercam atuação de Braga Netto

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Luís Nassif, no Jornal GGN:


No artigo “Aparece a penúltima peça do caso Marielle, falta a última“, apresentei a seguinte tese:

1- Marielle foi executada como maneira de desmoralizar a operação de Garantia de Lei e Ordem no Rio de Janeiro.

2- O receio dos executores é que a GLO fosse uma parceria entre o general Villas Boas, Michel Temer e o Supremo Tribunal Federal para uma eleição com Temer e sem Lula.

3- Posteriormente, Villas Boas promove a aproximação entre Braga Neto e Bolsonaro. Quando Bolsonaro assume, entrega a Braga Neto seu mais forte Ministério – o da Casa Civil.

4- Em troca, depois de ter anunciado ter chegado aos mandantes do crime, pouco mais de dois meses depois do assassinato, Braga Netto se cala.

Reportagem de O Globo de 5 de julho de 2018 confirma essa tese. “Interventor acerta com Temer ‘lei de silêncio’ sobre caso Marielle“.

Diz a matéria:

O interventor federal na segurança pública do Rio, general Walter Braga Netto, acertou com o presidente Michel Temer uma espécie de ordem do silêncio em relação às investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), diante da interpretação de que a verborragia do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, prejudicou as investigações.

Não apenas isso. Segundo a matéria, o repórter Vinicius Sassine apurou as informações “com integrantes do alto comando das Forças Armadas”.

Segundo a matéria:

As constantes falas de Jungmann sobre o caso Marielle, especialmente as afirmações sobre o afunilamento das investigações, que evidenciariam o envolvimento de integrantes de milícias no assassinato, incomodaram tanto o interventor federal quanto o secretário de Segurança Pública.

No dia 10 de maio de 2018, Jungmann declarou que a investigação do assassinato “está chegando na sua etapa final”. O próprio Braga Netto declarou o mesmo. Depois se calou para sempre. Ou melhor, até que a estratégia de prender os irmãos Brazão resulte em uma nova delação mostrando o papel de Braga Netto nos acordos com os Bolsonaro.

Em conversa com o Jornal GGN, Raul Jungmann explicou sua participação no episódio:

Seis dias após o início da intervenção, eu sai da Defesa para a Segurança. E nela, jamais participei ou participamos de absolutamente nada, zero. Éramos ignorados, fomos sempre mantidos a distância, por conta das prioridades lá deles.

Meu único ato durante a intervenção, e por decisão e em comum acordo com a Raquel Dodge, foi a “investigação da investigação” levada a efeito pela Polícia Civil do Rio, base para o que estamos vendo agora.

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