Charge: J.Bosco |
Na última quinta-feira (21), o Ministério Público de São Paulo apresentou à Justiça uma ação civil em que pede que o influenciador digital Bruno Monteiro Aiub, vulgo Monark, pague R$ 4 milhões em indenização por defender a criação de um partido nazista no Brasil. O promotor Reynaldo Mapelli Júnior foi incisivo no seu parecer, afirmando que está comprovada, “com sólida fundamentação técnica, a postura racista, o antissemitismo e o nazismo no comportamento do réu, bem como a necessidade de reprimenda”.
O promotor ainda avaliou que “a defesa da criação de um partido cuja ideologia é a própria antítese da construção histórica recente dos direitos humanos é incompatível com o texto constitucional do Brasil”. A ação pede que a indenização seja direcionada ao Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos, ligado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.
Como relembra o site UOL, a apologia ao nazismo foi feita “por Monark durante um debate promovido no Flow Podcast, canal no Youtube. Na ocasião, o então apresentador do programa defendeu a criação de um ‘partido nazista reconhecido pela lei’ e disse que, ‘se um cara quiser ser antijudeu, ele tem o direito de ser’... Após a repercussão negativa, Monark foi desligado do Estúdios Flow, responsável pelo podcast. Ele era um dos sócios”. Pela lei brasileira, é crime fabricar, comercializar ou veicular símbolos, emblemas e objetos de difusão do nazismo. A pena prevista pode variar de um a três anos de prisão e multa.
O covardão fugiu para os EUA
Monark, porém, parece não se incomodar com essas restrições legais. Como caçador de cliques (clickbait), ele adora provocar nas redes digitais para monetizar as suas páginas. Ele vive de trolar, espalhando fake news e pregando ódio e violência. Não é para menos que coleciona inúmeros processos e se refugiou no final do ano passado na Flórida, nos EUA, para não ser preso no Brasil. Em entrevista ao site bolsonarista Gazeta do Povo, o covardão justificou a fuga afirmando que era “um perseguido político”.
Entre os vários processos, no final de janeiro a Polícia Federal concluiu que o influenciador cometeu crime de desobediência à decisão judicial. Segundo a PF, ele criou novos perfis nas redes para driblar restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal e seguiu veiculando “ataques e conteúdos com desinformação” sobre o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “A infração em questão perdura, caracterizando-se pela reiterada recusa em acatar a determinação judicial de cessar a divulgação (publicar, promover, replicar ou compartilhar) de notícias fraudulentas (fake news)”, afirmou o relatório da polícia.
Meses antes, em agosto de 2023, Monark já havia sido multado por Alexandre de Moares em R$ 300 mil por descumprir decisão do STF. Já em junho, o ministro determinou o bloqueio dos perfis do provocador nas redes sociais e o proibiu de replicar conteúdos com desinformação e fake news. “Mesmo assim, a área técnica do TSE identificou que o influenciador criou novos perfis para propagar ‘ideia abertamente ilegal e antidemocrática’ e ‘informações mentirosas sobre o sistema eleitoral’”, denunciou na ocasião o site UOL.
“O youtuber foi ouvido pela PF e, segundo os investigadores, fez questão de deixar claro ‘o seu intuito de desrespeitar a decisão judicial’ de Alexandre de Moraes. Em depoimento, Monark afirmou que não havia sido informado da ordem do ministro, mas que, ‘mesmo se tivesse sido intimado, não teria cumprido, pois consideraria uma decisão inconstitucional’”. Ainda de acordo com a matéria, o difusor de fake news visava “monetizar o conteúdo para obter lucro”. Agora, o fascistinha precisará de mais grana para pagar os R$ 4 milhões de indenização sugeridos pelo Ministério Público de São Paulo.
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