Edifícios destruídos no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza. Foto: Mahmoud Issa/Reuters |
Devido às constantes cenas de horror que nos estão chegando da Palestina ocupada nos últimos meses, existe um risco real de que venhamos a perder nossa capacidade de nos sensibilizar diante do sofrimento humano.
Os crimes que as forças militares do sionista Estado de Israel estão cometendo são os mais estarrecedores de que se têm conhecimento desde o período em que o nazismo hitlerista comandava os rumos da Alemanha na quarta década do século passado. Em vista disto, não há nada mais natural e coerente do que ser induzido a fazer uma ilação direta entre o sionismo israelense e o nazismo hitlerista. É que, por mais diferenças que essas duas correntes políticas possam ter entre si, elas se assemelham muitíssimo em seus aspectos de maior notoriedade: a perversidade, a crueldade, a insensibilidade e o menosprezo por certos grupos humanos por elas considerados como inferiores.
No entanto, o que me parece mais estarrecedor é constatar que as mesmas forças que formalmente repudiam a herança histórica do nazismo estejam atualmente todas enfileiradas num apoio irrestrito ao Estado de Israel em sua campanha para erradicar da face da Terra o povo palestino. Como é possível explicar que aqueles que gostam de se arvorar como os campeões da defesa dos direitos humanos atuem como os principais sustentáculos de um Estado e um governo caracterizados por seu total desrespeito aos mais mínimos valores humanísticos imagináveis?
Porém, apesar da estranheza a que fizemos referência no parágrafo anterior, uma análise histórica nos permitiria concluir que os dirigentes das nações europeias estão simplesmente mantendo-se na mesma trilha que vêm seguindo há muito tempo, pelo menos desde o século XIV. Como sabemos, os mais atrozes crimes de genocídio já praticados ao longo da história tiveram invariavelmente como protagonistas ativos forças vinculadas aos aparelhos de poder provenientes da Europa. Portanto, é difícil falar em genocídio sem associar a ideia imediatamente a uma herança proveniente do mundo dito ocidental, ou seja, europeu.
O envolucramento das classes dominantes europeias com genocídios ao longo da história pode ser evidenciado com um rápido repasso dos acontecimentos em nosso próprio continente. Foi aqui nas Américas onde sua sanha exterminadora foi colocada em ação de maneira avassaladora, tendo produzido como resultado alguns dos mais horrendos extermínios populacionais de todos os tempos.
E no genocídio do momento, este que está em curso na Palestina sob o comando dos sionistas israelenses, a presença das classes dominantes ocidentais continua sendo o fator primordial. Primeiramente, devido ao fato de que os sionistas que encabeçaram o processo de colonização da Palestina eram todos europeus que nunca tiveram absolutamente nada etnicamente relacionado com os antigos povos hebreus que habitaram aquelas terras num passado remoto. Os sionistas surgiram na Europa, entre europeus e para europeus. E, convém ressaltar, não entre quaisquer europeus. O sionismo é fruto dos europeus colonialistas. E é com base nesse espírito do colonialismo que o sionismo deve ser avaliado.
Por isso, não chega a ser surpresa constatar que os mesmos países que engendraram o nazismo, o qual perseguiu aos judeus europeus e vários outros grupos étnicos, façam parte da linha de frente do apoio do Estado de Israel e sua política genocida contra o povo palestino. Embora alguns queiram ver neste alinhamento automático uma expressão do sentimento de culpa pelos crimes que as classes dominantes europeias cometeram contra os judeus europeus no século passado, o certo é que o fator determinante para essa afinidade se deve ao papel de proa que o sionista Estado de Israel desempenha para a defesa dos interesses dos países imperialistas do ocidente naquela região tão estratégica.
Neste vídeo que disponibilizamos através dos seguintes links: (https://youtu.be/VzKAw5tyIVU ; https://www.dailymotion.com/video/x8w68uu ) temos um breve repasso de como o Estado de Israel voltou a reacender as chamas da catástrofe com a qual tinha surgido em meados do século passado. Lamentavelmente, vamos poder comprovar que o processo de limpeza étnica, seja por meio de expulsão ou genocídio, continua em plena execução, e ganhou um novo ímpeto.
De igual maneira, também vamos constatar o engajamento dos Estados Unidos e das demais potências europeias na sustentação do sionismo israelense. Em outras palavras, são esses dirigentes dos países capitalistas ocidentais que, além dos executores sionistas, devem ser responsabilizados por todas as atrocidades que estão vitimando o povo palestino.
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