terça-feira, 7 de maio de 2024

Sionistas fecham a TV Al Jazeera em Israel

Foto do site da Al Jazeera
Por Altamiro Borges


Bajulada pela mídia sionista brasileira como “a única democracia do Oriente Médio”, Israel mais se parece com uma ditadura – seja no trato brutal contra os palestinos ou na violência contra os próprios estudantes nativos. Neste domingo (5), o regime autoritário chefiado pelo carniceiro Benjamin Netanyahu simplesmente ordenou o fechamento de todos os escritórios do canal Al Jazeera no país, tentando calar um dos poucos contrapontos à cobertura enviesada da imprensa mundial sobre o genocídio promovido na Faixa de Gaza.

Ao justificar o decreto de censura, o primeiro-ministro sionista descreveu o veículo, sediado no Qatar, como “um canal de incitação ao antissemitismo”. Segundo relato da agência Reuters, a polícia israelense inclusive “invadiu um quarto de hotel em Jerusalém usado pela Al Jazeera como seu escritório... Em imagens veiculadas nas redes sociais é possível ver policiais à paisana desmontando equipamentos de câmera da emissora”.

Um ato criminoso contra a liberdade de expressão

De imediato, a Al Jazeera divulgou uma nota tratando a medida como “um ato criminoso que viola os direitos humanos e o direito básico de acesso à informação... Se trata de uma medida política que passa por cima dos princípios que devem vigorar no jornalismo”. Segundo a rede, o bloqueio atingiu o sinal televisivo em Israel e seu site na Internet. Além disso, os equipamentos guardados nas sedes israelenses do canal foram confiscados.

Como enfatiza a nota, o decreto do Benjamin Netanyahu “faz parte de uma série de ataques sistemáticos de Israel para silenciar a Al Jazeera". A ditadura sionista tem feito de tudo para calar os que denunciam o genocídio dos palestinos. Até sexta-feira passada (3), o Comitê para Proteção de Jornalistas contabilizava 97 jornalistas e funcionários de imprensa mortos nos territórios ocupados de Gaza e Cisjordânia desde o início da carnificina. A cifra é quatro vezes maior do que o número de jornalistas assassinados na região nos últimos 30 anos.

A decisão de Israel também foi criticada pelo Alto Comissariado em Direitos Humanos das Nações Unidas, que divulgou nota sobre o tema horas após a assinatura do decreto de censura. “Uma mídia livre e independente é essencial para garantir transparência e responsabilidade. Mais ainda diante das duras restrições à cobertura jornalística em Gaza. A liberdade de expressão é um direito humano essencial”, afirma a nota da ONU.

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