Foto do site da Al Jazeera |
Bajulada pela mídia sionista brasileira como “a única democracia do Oriente Médio”, Israel mais se parece com uma ditadura – seja no trato brutal contra os palestinos ou na violência contra os próprios estudantes nativos. Neste domingo (5), o regime autoritário chefiado pelo carniceiro Benjamin Netanyahu simplesmente ordenou o fechamento de todos os escritórios do canal Al Jazeera no país, tentando calar um dos poucos contrapontos à cobertura enviesada da imprensa mundial sobre o genocídio promovido na Faixa de Gaza.
Ao justificar o decreto de censura, o primeiro-ministro sionista descreveu o veículo, sediado no Qatar, como “um canal de incitação ao antissemitismo”. Segundo relato da agência Reuters, a polícia israelense inclusive “invadiu um quarto de hotel em Jerusalém usado pela Al Jazeera como seu escritório... Em imagens veiculadas nas redes sociais é possível ver policiais à paisana desmontando equipamentos de câmera da emissora”.
Um ato criminoso contra a liberdade de expressão
De imediato, a Al Jazeera divulgou uma nota tratando a medida como “um ato criminoso que viola os direitos humanos e o direito básico de acesso à informação... Se trata de uma medida política que passa por cima dos princípios que devem vigorar no jornalismo”. Segundo a rede, o bloqueio atingiu o sinal televisivo em Israel e seu site na Internet. Além disso, os equipamentos guardados nas sedes israelenses do canal foram confiscados.
Como enfatiza a nota, o decreto do Benjamin Netanyahu “faz parte de uma série de ataques sistemáticos de Israel para silenciar a Al Jazeera". A ditadura sionista tem feito de tudo para calar os que denunciam o genocídio dos palestinos. Até sexta-feira passada (3), o Comitê para Proteção de Jornalistas contabilizava 97 jornalistas e funcionários de imprensa mortos nos territórios ocupados de Gaza e Cisjordânia desde o início da carnificina. A cifra é quatro vezes maior do que o número de jornalistas assassinados na região nos últimos 30 anos.
A decisão de Israel também foi criticada pelo Alto Comissariado em Direitos Humanos das Nações Unidas, que divulgou nota sobre o tema horas após a assinatura do decreto de censura. “Uma mídia livre e independente é essencial para garantir transparência e responsabilidade. Mais ainda diante das duras restrições à cobertura jornalística em Gaza. A liberdade de expressão é um direito humano essencial”, afirma a nota da ONU.
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