Foto: Taylor Hill/Getty Images |
O empresário Elon Musk tem sido tratado como provocador e descontrolado pela mídia internacional por sua atitude de desrespeito à soberania brasileira – o que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a suspender a rede X na sexta-feira passada (30). Até mesmo nos EUA, país em que o sul-africano está radicado desde 2002, a mídia manifestou simpatia à decisão inicial do ministro Alexandre de Moraes e rechaçou a postura do ricaço excêntrico – que também é dono da Starlink, Tesla, SpaceX e SolarCity, entre outras empresas, e tem uma fortuna estimada em US$ 239 bilhões – mais de R$ 1,3 trilhão.
O The New York Times destacou que o “Brasil bloqueia X após Musk ignorar ordens judiciais”. O jornal lembra os atritos do ricaço em vários países e realça a postura dura e altiva do Judiciário brasileiro. “Ele encontrou um desafio formidável no juiz Moraes”, aponta. Já o The Washington Post postou que “Musk está arriscando um dos maiores mercados do X para defender Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que começaram a divulgar falsas narrativas de fraude eleitoral antes da candidatura do presidente de direita à reeleição em 2022”.
"Míssil geopolítico desgovernado"
Fora dos EUA, o jornal britânico The Guardian publicou duas reportagens: “X sai do ar no Brasil após recusa de Elon Musk em cumprir leis locais” e “Elon Musk está fora de controle”. Já o Financial Times descreveu o arrogante empresário como um “míssil geopolítico desgovernado”. O jornal alegou ainda que “o tempo de impunidade das redes sociais no mundo democrático está chegando ao fim” e que elas “poderão ser reguladas de maneira mais rigorosa, semelhante aos meios de comunicação tradicionais”.
O diário francês Le Monde também repercutiu a decisão do STF, afirmando que “aumenta tensão com Musk após suspender X”. Para o renomado veículo, a medida contra a big tech era previsível: “Por mais brutal que seja, a decisão não é nenhuma surpresa. Ela vem sendo preparada há meses, se não há anos. Moraes é responsável pelas principais investigações que têm como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como seus associados próximos e seus apoiadores. Várias dessas investigações dizem respeito à disseminação de informações falsas ou à existência de ‘milícias digitais’ que supostamente usam várias plataformas de mídia social para espalhar suas mensagens no Brasil”.
Bilionário excêntrico dobra a aposta
O crescente isolamento do maior bilionário mundo – segundo recente levantamento da revista Forbes – parece não incomodar Elon Musk, que segue desgovernado e aloprado. Diante da suspensão do X, ele ampliou os ataques ao ministro do STF e passou a agredir também o presidente do Brasil. Em sua rede social, o fascistoide postou: “O tirano Alexandre é o ditador do Brasil. Lula é seu cão de colo”. Em outra postagem, ele chamou o ministro de “criminoso do pior tipo, disfarçado de juiz”.
O difusor de fake news ainda voltou a destilar veneno sobre a vitória de Lula em 2022. “Há evidências crescentes de que o falso juiz Alexandre se envolveu em interferência eleitoral séria, repetida e deliberada na última eleição presidencial do Brasil. Pela lei brasileira, isso significaria até 20 anos de prisão... Lamento dizer que parece que alguns ex-funcionários do Twitter foram cúmplices”, postou na madrugada de domingo (1º).
Por essas e por outras ações criminosas, já amplamente conhecidas pela mídia internacional, Elon Musk e suas empresas deviam ser enxotadas de vez do Brasil.
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